MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silvadomingo, 16 de agosto de 2020
Armados e virtuosos
quarta-feira, 19 de julho de 2017
Sobre mulheres e armas, no DdO
quinta-feira, 25 de março de 2010
«Eles comem tudo...»

Criminalidade
Crime violento baixa mas aumenta o terror
Mário Mendes conta caso de ladrões que usaram armas para roubar uma pastilha e um iogurte.
Conheça todos os pormenores sobre a criminalidade em Portugal na edição papel do jornal 'Correio da Manhã'.
Fonte: Correio da Manhã
sexta-feira, 12 de março de 2010
Se um aluno que se suicida é vítima de bulling... isto é ser vítima de quê?
por Kátia Catulo
Colegas e familiares asseguram que o professor participou os casos de indisciplina e que a escola de Sintra terá ignorado as queixas.
Na manhã de 9 de Fevereiro, L. V. C. parou o carro no tabuleiro da Ponte 25 de Abril, no sentido Lisboa-Almada. Saiu do Ford Fiesta e saltou para o rio. Há vários meses que o professor de música da Escola Básica 2+3 de Fitares (Sintra), planearia a sua morte. Em Novembro escreveu uma nota no computador de casa a justificar o motivo: "Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimentos, a única solução apaziguadora será o suicídio".
L. V. C., sociólogo de formação, tinha 51 anos, vivia com os pais em Oeiras, era professor de música contratado e foi colocado este ano lectivo na Escola Básica 2+3 de Fitares, em Sintra. Logo nos primeiros dias terão começado os problemas com um grupo de alunos do 9º ano. A indisciplina na sala de aula foi crescendo todos os dias, chegando ao ponto de não conseguir ser ouvido. Dentro da sala, e ao longo de meses, os alunos chamaram-lhe careca, tiraram-lhe o comando da aparelhagem das mãos, subindo e descendo o volume de som, desligaram a ficha do retroprojector, viraram as imagens projectadas de cabeça para baixo.
Houve vezes em que L. V. C. expulsou os alunos da sala, vezes em que fez participações disciplinares. Foram pelo menos sete as queixas escritas que terá feito à direcção da escola, alertando para o comportamento de um aluno em particular. Colegas e familiares do professor de música asseguram que a direcção não instaurou nenhum processo disciplinar.
O i tentou confirmar esta informação, mas a directora do agrupamento escolar, Cristina Frazão, explicou que só prestaria esclarecimentos mediante autorização da Direcção Regional de Educação de Lisboa. Contactada pelo i, a entidade não respondeu até ao fecho desta edição. A Inspecção-Geral de Educação, também contactada pelo i, remeteu o caso para o Ministério de Educação que, por seu turno, não prestou esclarecimentos.
O i teve acesso a uma das participações feitas pelo professor de música. No dia 15 de Outubro de 2009, L. V. C. dirigiu à direcção da escola uma "participação de ocorrência disciplinar", informando que marcou falta disciplinar a um aluno e propondo que fossem aplicadas "medidas sancionatórias". Invocou vários motivos, entre os quais "afirmações provocatórias", insultos ou resistência do aluno em abandonar a sala.
O professor de música desabafou que não suportava mais dar aulas àquela turma do 9º ano: "Nos últimos meses, já se acanhava perante os seus alunos como se tivesse culpa", explicou ao i um familiar. Atravessar o corredor da escola foi um dos seus pesadelos, é aí que os alunos se concentram quando chove: "Um dia, chamaram-lhe cão." Nos outros dias, deram-lhe "calduços" na nuca à medida que caminhava até à sua sala de aula.
Alguns professores testemunharam a "humilhação" de L. V. C. nos corredores da escola e sabiam que se sentia angustiado por "não ser respeitado pelos alunos". Só não desconfiavam que a angústia se tivesse transformado em desespero. O professor de música não falava com ninguém. Chegava às sete da manhã para preparar a aula. Montava o equipamento de som, carregava os instrumentos musicais da arrecadação até à sala. Deixava tudo pronto e depois entrava no carro: "Ficava ali dentro, de braços cruzados, e só saia para dar a aula." L. V. C. preferia estar no carro em vez de enfrentar uma sala de convívio cheia de colegas: "Era mais frágil do que nós, dava para perceber que não tinha o mesmo estofo."
Sentia os problemas de indisciplina como "autênticos moinhos de vento", conta o psicólogo que o seguiu nos últimos dois anos. L. V. C. tinha acompanhamento psicológico e psiquiátrico e era ainda seguido por uma médica de família: "Todos os técnicos de saúde que o acompanharam aconselharam uma baixa médica porque o seu quadro clínico se agravou", conta o especialista, esclarecendo que o seu paciente "tinha fragilidades psicológicas inerentes a ele próprio". Falhas que se deterioraram. Meses antes da sua morte, pensava com insistência que lhe restava "pouco espaço de manobra".
"Evitava expulsar os alunos porque temia parecer inábil perante a direcção da escola", diz o psicólogo. Fez ainda várias tentativas antes de se sentir encurralado. Mudou os alunos problemáticos de lugar, teve explicações particulares e aprendeu a trabalhar com as novas tecnologias aplicadas à música. Introduziu equipamento multimédia para cativar os adolescentes. Não resultou. Acabaram-se os trunfos. O psicólogo fez uma recomendação à médica de família para passar uma baixa ao seu paciente por "temer o pior". "Tentámos travá-lo, mas ele próprio já não queria parar. Só parou quando se atirou ao Tejo."
Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/50698-professor-musica-atira-se-ao-rio-nao-enfrentar-os-alunos
Eis a reacção da tutela - Incrível, a indiferença, a demagogia oca
A Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) sublinha que professor de música de uma escola do concelho de Sintra, que se suicidou a 9 de Fevereiro, apresentava “fragilidade psicológica” há muito tempo e refere que a prioridade é acompanhar os alunos. A ministra da Educação apela à serenidade e equilíbrio e o CDS-PP quer mudar o estatuto do aluno.
Para o director regional da Educação de Lisboa, os alunos "têm de ser objecto" de preocupação. "Temos de nos esforçar para que estas situações possam ser ultrapassadas. Trata-se de jovens que são na sua generalidade bons alunos e que não podem transportar na sua vida uma situação de culpa que os pode vir a condicionar pela negativa", disse José Joaquim Leitão.
O acompanhamento psicológico dos alunos, já desencadeado pela escola de Fitares, irá ser feito em articulação com uma equipa de psicólogos da DREL.
O professor de música, de 51 anos, foi colocado nesta escola no início do ano lectivo. Apresentou sete participações à direcção da escola, "alertando para o comportamento de um aluno em particular", escreve o jornal "i". A escola propôs-lhe "assistir a aulas de colegas para aprender a lidar com provocações", conta a irmã, também ela professora, ao "Público". Na semana antes do Carnaval, o professor, que estava a passar por uma depressão, parou o carro na Ponte 25 de Abril e atirou-se ao Tejo.
O representante do Governo nas escolas de Lisboa, que esta manhã se deslocou à escola de Fitares, acrescenta que o inquérito quer apurar uma eventual relação entre os actos de indisciplina e o suicídio. A instauração do inquérito surge na sequência da notícia publicada pelos jornais "i" e "Público". Ainda durante a manhã, o Ministério da Educação anunciava querer averiguar o "enquadramento do professor" na escola e os "antecedentes e eventuais acontecimentos que antecederam o suicídio".
"Neste momento, já estão a ser desencadeados os processos para que esse inquérito possa decorrer e possa esclarecer o que se passou e ajudar a escola a ultrapassar esta situação", disse José Joaquim Leitão.
ANP admite situações "não isoladas" que afectam "estabilidade psicológica"
A Associação Nacional dos Professores (ANP) considera que, apesar de "não ser um clima generalizado nas escolas", verificam-se situações que "não são isoladas", que "põem em causa a estabilidade emocional e psicológica dos professores e que os abalam naturalmente".
O presidente da ANP insiste no apuramento da eventual "relação causal" entre os insultos de que era vítima e o suicídio do professor e lamenta o esquecimento a que são votados estes "episódios", para apenas serem lembrados numa situação semelhante futura. As situações de violência nas escolas não são exclusivas de Portugal, mas neste país "fica-se pela discussão".
João Grancho é também responsável da linha telefónica SOS Professor que tem recebido cada vez menos telefonemas: "De 2008/2009 para 2009/2010 a descida das comunicações terá sido de cerca 80 por cento". A descida no número de chamadas "decorre da existência de um quadro legal que aponta para a priorização da prevenção e da investigação, que aponta maior solidariedade e mais vontade das escolas em lidar com o problema", explica.
Existem "órgãos e direcções executivas e entidades que tendem a banalizar o fenómeno", nota Grancho, referindo que casos entre alunos são justificados como "próprios da idade", enquanto entre docentes e alunos são vistos como "problema de autoridade".
A solução para resolver as situações de indisciplina passa por uma "estratégia intencional, sistemática e de um discurso político geral e social que permita concluir e transmitir à sociedade que a escola é um local de rigor, exigência, de qualidade e de relações positivas e pacíficas".
Ministra da Educação pede "serenidade e equilíbrio"
"Queria apelar para a seriedade no tratamento destas questões que tem a ver com a vida das nossas crianças, das famílias e dos professores e que envolvem sofrimento", comentou, no Parlamento, Isabel Alçada, em resposta à abertura de um inquérito à eventual ligação entre a situação das aulas e o suicídio de um professor.
"Temos que ter uma atitude de serenidade e de equilíbrio e temos que pensar que a vida das crianças deve estar acima dos debates e das questões que são postas no dia a dia", repetiu.
Isabel Alçada acrescentou que o Ministério da Educação "tem dado todo o apoio" e "reforçado a autoridade" dos directores.
CDS pede debate de urgência
O CDS-PP apresentou, na Assembleia da República, o pedido de um debate urgente sobre a violência nas escolas. "Consideramos que há um agravamento do ambiente de não responsabilidade nas escolas portuguesas, que isso não só tem a ver com o estatuto do aluno em vigor, que foi um erro", afirmou Paulo Portas.
Reclamando para o CDS a contínua defesa do "reforço de autoridade dos professores", Paulo Portas avança que "tem pronto um projecto de revisão do estatuto do aluno. Eu sempre disse que este estatuto de aluno, nomeadamente quando terminava com a distinção entre faltas justificadas e não justificadas, quando criava um ambiente de condescendência que tinha como único objectivo o sucesso das estatísticas, quando desvalorizava o mérito e diminuía o poder disciplinar ia dar maus resultados e tínhamos toda a razão".
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Esta merece, no mínimo, uma canção do Zé Cabra

Dois jovens de Matsinho, Gondola, centro de Moçambique, foram apanhados pela polícia a manter relações sexuais com uma cabra e agora os donos do animal exigem indemnização e casamento. O caso está em tribunal.
O caso de "flagrante delito" aconteceu na semana passada, no distrito de Manica, e fonte ligada ao dono da cabra disse à Lusa que o mesmo exige que os jovens sejam condenados em tribunal a casar com o animal.
Os jovens, cuja identidade não foi revelada, terão sido apanhados a manter relações com a cabra no âmbito de uma espécie de ritual satânico.
"No preciso momento que fui ver, a cabra apresentava corrimentos, o sexo estava inchado. Um dos jovens estava nu enquanto segurava a cabeça, e outro a fazer sexo com o animal", contou uma testemunha quando da detenção policial.
Mário Creva, a testemunha, disse que o caso se deu numa pequena mata na zona de Mbucuta, arredores do posto administrativo de Matsinho.
O procurador distrital de Gondola, Leonides Mapasse, confirmou hoje à Lusa ter remetido o caso ao tribunal distrital para efeitos de julgamento.
"Recebi o caso e já remeti ao tribunal. Mas os jovens serão ouvidos em juízo por furto simples qualificado e não necessariamente por prática sexual, pois a nossa Constituição não acomoda este tipo de acto", disse à Agência Lusa Leonides Mapasse.
Fora do processo-crime, acrescentou o magistrado, o ofendido (proprietário da cabra) pode intentar processo civil e moral contra os dois jovens pela prática sexual com a cabra.
O proprietário da cabra, segundo fonte familiar, exige o casamento e que jovens sejam condenados a ressarcir os danos causados à cabra, além de terem de pagar "lobolo", um ritual tradicional que reconhece a união marital e segundo o qual o homem compensa a família da mulher.
Fonte: Jornal de Notícias
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Não se importa de repetir?...

Defesa: Chefe de Estado-maior do exército pede clarificação legal
Exército na rua ao lado da polícia
O Chefe de Estado-Maior do Exército quer ver os militares nas ruas a cooperar com as forças de segurança interna, mesmo que para o efeito seja necessário proceder a alterações na lei.
'Os meios policiais são insuficientes para dar resposta às novas formas de conflitualidade, e o Exército tem de cooperar', disse ontem o general Pinto Ramalho num discurso durante o almoço de comemoração dos três anos da revista ‘Segurança e Defesa’, perante o olhar atento do director nacional da PSP, Oliveira Pereira.
'Actualmente há uma fronteira difusa entre a segurança interna e externa. E há capacidades instaladas no Exército para responder a um determinado nível ou grau de ameaça. A primeira linha de resposta deve estar na PSP e na GNR, mas poderemos estar numa circunstância em que isso não chegue e então, naturalmente, o Exército poderá dar resposta, segundo o enquadramento constitucional', afirmou Pinto Ramalho.
O problema está na Lei de Defesa Nacional, que só autoriza a intervenção a título excepcional das Forças Armadas perante ameaças estrangeiras, à excepção de missões de socorro provocadas, por exemplo, por catástrofes naturais. O general defendeu que deve existir uma 'visão pragmática' da questão, que só poderá ser posta em prática com 'uma forma legislativa perfeitamente clarificada'.
O Chefe de Estado-Maior do Exército foi na altura interpelado pelo general Loureiro dos Santos, que defendeu a opinião de Pinto Ramalho. 'Em caso de ameaças transnacionais podem surgir situações de indefinição quanto ao emprego de meios militares, pelo que é necessária uma revisão da Constituição', disse o ex-CEME.
No mesmo discurso, Pinto Ramalho defendeu que os cidadãos com serviço militar cumprido deveriam ter prioridade no recrutamento para as forças de segurança, tal, o que seria 'um incentivo à prestação do serviço militar'.
João C. Rodrigues
Fonte: Correio da Manhã (o diário populista dos «recados»).