Equivalente a cerca de 73 euros por cada português
Lisboa - O Ministério das Finanças confirmou que Portugal poderá ter de emprestar, este ano, 775 milhões de euros à Grécia, ao abrigo de um acordo entre os países da Zona Euro. Este valor equivale a cerca de 73 euros por cada português.
Apesar da difícil situação financeira do País, o Ministério das Finanças confirmou ontem que Portugal poderá ter de emprestar, este ano, 775 milhões de euros às autoridades gregas, caso estas fiquem impossibilitadas de resolver os seus problemas de financiamento.
Este valor é a participação do Governo português decidiu no mecanismo de empréstimos bilaterais da zona euro à Grécia, que pode atingir 30 mil milhões de euros, e que ficou decidido em reunião de emergência que teve lugar ontem, domingo, entre os ministros das Finanças do euro, através de videoconferência.
Portugal terá de emitir dívida pública para cobrir o empréstimo a Atenas, reembolsado a uma taxa ligada à Euribor e que neste momento seria de 5 por cento.
Agora, aguarda-se que o governo grego accione este mecanismo de assistência e que o pedido seja aceite «A iniciativa de activar o mecanismo é responsabilidade do governo grego. Nós já temos tudo operacional», afirmou Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo.
Se o pedido for aceite, implicará um agravamento da dívida pública portuguesa, em quase meio ponto percentual do produto português, ao que o comissário Olli Rehn, responsável pela Economia no Executivo comunitário, anunciou que «terá em conta» este elemento na avaliação das contas públicas nacionais.
Fonte: Jornal Digital
6 comentários:
«o comissário Olli Rehn, responsável pela Economia no Executivo comunitário, anunciou que «terá em conta» este elemento na avaliação das contas públicas nacionais.»
Isto vai parecer deselegante, mas dá mesmo vontade de dizer, «Ó Olli, e se fosses apanhar... gambozinos, ó pá? É que isto aqui, é Portugal!»
«através de videoconferência»...
Enfim. Esperemos pela «morte em directo»... Vai ser giro, é mais uma década.
Quem nos deu o Platão e o Aristóteles (já para não falar dos pré-socráticos) merece isso e muito mais...
Curiosíssima a linguagem dos jornais (é o que dá não haver bom jornalismo económico): falam ao mesmo tempo de 'receio dos investidores' e de 'ataque especulativo à Grécia' sem perceber que há uma contradição...
Como se estes empréstimos aos Estados fossem feitos pelos povos, com as suas poupanças...
A minha previsão é a de que a seguir à Grécia os 'mercados' vão testar a corda noutro país. Até ver onde é que ela rebenta.
Há aqui uma coisa curiosa, e tenho pena de não ter conhecimentos que cheguem para mais. Neste momento, cada país da zona euro beneficia de uma taxa de juro diferente nos empréstimos que peça aos 'mercados': a Alemanha, por exemplo, é vista como estando em excelente 'saúde', como agora se diz, e por isso encontra quem lhe empreste dinheiro a um juro mais baixo do que Portugal.
Se todo o dinheiro assim recolhido por cada um é para ser reemprestado à Grécia (aos cerca de 5% referidos na notícia), então cada país lucrará mais ou menos no diferencial das taxas: para dar um exemplo com números que invento agora porque não tenho paciência para ir descobrir, a Alemanha obtém dinheiro a 2% ao ano e empresta a 5%, Portugal obtém dinheiro a 4,5% ao ano e empresta a 5%.
Não quero crer que seja isto.
Só pode ser isso, e pior... Não sou especialista, mas acrescento:
as «grandes economias» da Europa ocidental, Reino Unido, Alemanha, França... deixaram de ser competitivas face a velhos e novos monstros económicos, EUA, China, Japão...
Pois bem... os países do sul da Europa não são um peso, ou um prejuízo ao arranjinho comunitário - estão sim a pagar as «grandes economias» comunitárias (?), num (grande) mercadozinho protegido.
Perdeste os teus «pretos»? - Arranja novos!
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