el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
Proverbios y Cantares XXIX, in Campos de Castilla, 1912
Escreveu um dia o grande Antonio Machado que o caminho se faz a caminhar, reafirmando assim a antiquíssima tradição ibérica de um fazer humano, concreto, mensurável, prático: o rasgo no solo, o trilho, o arado que prepara a terra, o lavrar histórico da civilização. Se os homens o fazem, se são capazes, como o não faríamos nós? Poderão dizer que não há caminho no ar, e esquecerão a força que as asas fazem contra a ventania, e como é preciso coração para que os olhos possam enfrentar o vazio por baixo sem ceder ao chamamento da queda, e esquecerão como a alma é devassada pelos quatro ventos.
Uma manhã, erguemo-nos, por sobre as casas dos homens, de dia olhamos o Sol e de noite olhamos os astros, essa é a nossa recompensa, e a nossa glória é esse pó de luz final. Nada mais queremos, de nada mais precisamos: do vento, do ar sem fim, do longe e da luz irradiante se alimenta a nossa inquebrantável determinação.
Viva o Movimento Internacional Lusófono e o legado da Renascença Portuguesa.
1 comentário:
bem verdade, tirando talvez Espinosa, terá havido mesmo um verdadeiro "sentir puramente especulativo" completamente português de alma e pensamento?
O português de Quinhentos e da Baixa Idade Média (o único que foi verdadeiramente português) estava mais preocupado com Fazer, do que em Especular.
E vejamos o que conseguiu.
E onde caiu quando se deixou entorpecer pelo luxo e pela ostentação e se tonou em Consumir, não em Fazedor...
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