Se bem me lembro, e julgo lembrar-me bem, o Pedro Feijão foi a mais jovem «vítima» do Agostinho da Silva: quando começou a aparecer não teria mais que 15 anos. O Feijãozinho de cabelitos louros ao vento, o «ciganito hippie» que adorava o Agostinho («ele é como nós, um proscrito desta merda toda»), sempre a desenhar os seus bonecos, sempre com uma palavra-flor na ponta do sorriso, sempre fugido de casa, que, hoje com 37 anos, já viajou mais que todos nós juntos. Sempre sem lugar, sempre com a tenda às costas, sempre intranquilo, como Galahad.
As almas que Agostinho da Silva tocou são incontáveis – e os efeitos desse toque, incomensuráveis...
(Não lerás isto, não tens computador, os
sites são os amigos que te os fazem – não tens nem queres ter muitas outras coisas do ter; nem ser o grande pintor que és tens querido ser – mas) um grande, grande abraço, Pedro.
Auto-retrato, Pedro Feijão, s/d
Woodstock, Pedro Feijão, Nova Iorque, 1999
2 comentários:
Eu conheço-o. Uma vez, na Associação Agostinho da Silva, encontrei-me com ele e, simultaneamente, um administrador do S. Carlos. Foi uma daquelas misturas à Agostinho...
Somos grandes amigos, quando ainda era um puto maluco, e se pirava de casa, vinha dormir para a minha. Uma alma rara, com um vórtice dentro, como todos aqueles para os quais a arte é uma espécie de tormenta, e não uma vontade de «dar nas vistas e nos ouvidos»...
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