Já tinha ouvido essa acusação e ela foi expressamente enunciada no encontro de bloggers na passada segunda-feira, na sede nacional da candidatura: o Doutor Fernando Nobre tem, alegadamente, um “discurso demasiado consensual”. E isto porque o seu diagnóstico do país não pode ser senão aceite…No próprio encontro contestei o fundamento dessa acusação e aqui o reitero: mal seria que os candidatos a Presidente da República não tivessem um discurso consensual. A grande diferença entre os candidatos não está aí – no estrito plano do discurso. Está antes na capacidade de pôr esse discurso em prática. Ora, essa é precisamente a grande mais-valia do Doutor Fernando Nobre: pelo seu perfil, pelo seu percurso, ele é, decerto, aquele que está em melhor condição de pôr em prática um discurso que, à partida, será consensualmente aceite. Apenas um exemplo: se todos concordam que no nosso país, em muitos casos, os interesses dos partidos se têm sobreposto aos interesses nacionais – diagnóstico não contestado por nenhum dos candidatos –, quem está em melhor condição para sobrepor, em todas as circunstâncias, os interesses nacionais aos interesses dos partidos? O Doutor Fernando Nobre ou um candidato presidencial partidário, qualquer que ele seja?
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