Se, conforme anunciou Miguel Esteves Cardoso (in Público, 17.04.10), a “direita tonta” irá votar em Manuel Alegre, a “esquerda proclamativa” (também conhecida por “esquerda palerma”) não lhe ficará atrás. Alegre, honra lhe seja feita, sabe o que tem que fazer para conquistar esses votos: basta dizer, de dez em dez segundos, que é “de esquerda”. Basta isso, porque a “esquerda proclamativa”, fazendo jus ao nome, preocupa-se sobretudo com a retórica…Já com a “esquerda moderna” de José Sócrates, terá maiores dificuldades. Formalmente, apoiará Alegre, para manter as aparências de esquerda. No fundo, espera que Cavaco Silva seja reeleito – para mais, com Cavaco na Presidência, os “negócios” estão garantidos e a “esquerda moderna” até parece mesmo que é de esquerda…
Já a “direita institucional” votará, em bloco, em Cavaco. Esteve três décadas à espera de eleger um candidato “seu” e não perderá a oportunidade de reelegê-lo. No seu proverbial pragmatismo, pode até considerar Cavaco um mau presidente, mas apoiá-lo-á, sem estados de alma, segundo a lógica do mal menor: pois se até, segundo essa lógica, chegou a apoiar o Soares…
O espaço que sobra? Aparentemente, nenhum. Na verdade, um imenso espaço. E não apenas ao centro…
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