A maior razão apontada para tal tem a ver com o “monopólio dos partidos” – ou seja, como já mil vezes foi dito, com o facto da Democracia se ter tornado numa Partidocracia. E de nada vale a pena esperar pela regeneração dos partidos: só com candidaturas independentes à Assembleia da República, como defende o MIL, os partidos começarão a sentir-se ameaçados. E aí então, talvez, começarão a regenerar-se. Ninguém abdica a priori do poder que tem – ninguém se regenera espontaneamente…
Também por isso a candidatura do Doutor Fernando, apoiada pelo MIL, pode ser importante. O seu intransigente discurso supra-partidário (próprio de um Presidente-Rei…) é uma lufada de ar fresco e pode ser o princípio de uma real mudança do status quo. Obviamente, já começou a gerar reacções bem adversas. Igualmente ontem – julgo que ainda no mesmo jornal – alguém verberava o Doutor Fernando Nobre por isso, defendendo antes a perspectiva da carneirada, tão cara à partidocracia (escusado será explicar porquê…). Assim, quem era de esquerda só poderia votar em Manuel Alegre (pois que ele passa a vida a dizer que é de esquerda…) e quem é de direita só pode votar em Cavaco Silva (apesar deste nunca se ter assumido de direita…).
Quando é que esta gente percebe que esse discurso está morto e enterrado? Não percebem. O futuro, a haver futuro, só poderá estar para além desses sectarismos…
3 comentários:
Tratado como uma espécie de «penetra na festa»... Talvez ainda não seja desta, não sei, mas um dia será... Esta coisa de se fazer um regime e andar 36 anos a soprar propaganda do «somos livres» nas orelhas de um povo que têm mantido inculto e mal pago - tem que se lhe diga!
Renato, o futuro de Portugal, a haver futuro, só poderá estar na restauração da Monarquia - única forma de acabar (entre outros males...) com os sectarismos. Só um Rei ou uma Rainha são verdadeiramente supra-partidários. E essa expressão, «Presidente-Rei»... não é credível. Ou uma coisa ou outra. E Fernando Nobre, por já se ter envolvido com (diferentes) partidos, não se pode apresentar como supra-partidário. Além de que o «arrependimento» dele por ter apoiado Durão Barroso é lamentável.
Octávio, independentemente de tudo, não vejo grande diferença nesse aspeto, durante o nosso período monárquico ou republicano. O problema é transverso, ultrapassa esse facto.
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