A ausência visita a clausura numa asa de luz e a sua brancura é a morte, uma mortalha sem peso sobre o pó, que deixa rosas numa laje.
O que me foi confiado vestiu-se de sombras, os espectros moram nas paredes. O amor é um lamento da pedra, cresce água dentro da jóia, fala em silêncio e sem corpo no escuro denso.
O vento uiva nos alaúdes e nas trompas. Nenhum profeta falou do canibalismo dos anjos, de como os altares são brancos, emparedados na treva, e pela manhã vermelhos.
A palavra calou-se, o vento uiva lá fora. Deus está sempre vestido de treva e resta-nos este fogo roubado.
Antes de ter a vida tive a morte e depois de ter a morte tive a vida. Deus atirou o meu nome para onde as serpentes cantam.
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