Perante tamanho Tsunami linguístico não deve surpreender ninguém que a UNESCO, ano após ano, não cesse de engrossar a lista de línguas ameaçadas de extinção. E por cada língua que se perde, perde-se um património inestimável e único. Assim, deveria pertencer ao quadro de prioridades absolutas do Estado Espanhol, a defesa (pela via da promoção na Educação e da sua utilização na Administração Pública) das línguas nacionais, do basco, do catalão e, sobretudo pela parte que mais lusofonicamente nos toca, o Galego ou melhor dizendo o português da Galiza. Contudo, bem pelo contrário, assistimos atualmente a uma eclosão dos ataques contra a língua da Galiza que, sob a capa de um pífio “bilinguismo” e da “liberdade individual” procuram colocar o português da Galiza ao mesmo nível da língua do poder, da língua que desde Franco se procurou impôr “imperialmente” e que mercê desses ataques continuados é hoje falado por um número cada vez menor de habitantes da Galiza. Quando Espanha procura esmagar as línguas nacionais do seu Estado reduz a riqueza, a multiculturalidade que esteve na direta razão da sua posição entre os “Grandes” deste mundo. Um país monocultural e mono-linguístico é tão estéril, tão pouco dinâmico e frágil como uma daquelas gigantescas plantações que os europeus espalharam criminosamente em África, criando a fome entre as populações e uma doentia dependência perante as caprichosas flutuações dos mercados. Se Espanha quer ser um país cultural, cientifica e economicamente estéril, então deve promover a asfixia mortal de todas as suas línguas nacionais. Se quer sobreviver – até enquanto “Estado” unificado – deve promover o florescimento das suas culturas nacionais.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silva
2 comentários:
Já vi que no dia 5 de Dezembro haverá um grande debate...
documentação não falta...
assim como razão e ânimo!
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