Por casualidade (cármica ou simplesmente aleatória) nasci português, ou brasileiro, ou noutro povo de fala oficial, como aqueles que agora seguem estas linhas. E se assim foi tenho o dever moral de perseguir o melhoramento da existência do Homem sobre a Terra, a sua integração pacífica com o Meio e o progresso humano e científico, como forma de alcançar um e outro objetivos. Acredito assim que a progressiva União de todos os povos do mundo é uma via para terminar estes ciclos infindáveis de guerra, conflito e dor, e que essa união se deverá cumprir pela via da da supressão das fronteiras políticas entre povos e nações, sem as submeter, aniquilar ou absorver, antes integrando-as numa entidade transnacional e universal, no vero "Quinto Império" ou "Reino do Espírito Santo" de António Vieira ou Agostinho da Silva.
E sendo português, nasci em terreno particularmente (mas não exclusivo) fértil para dar impulso a tal entidade: quer porque trago em mim uma mescla rara de etnias, quer porque apresento na minha herança cultural um espírito de tolerância, humildade e universalismo que não encontramos fora dos povos da Europa mediterrânea e que encontra paralelo apenas (ou sobretudo) no Brasil. Efetivamente, e nas palavras de Agostinho, o Quinto Império já se cumpriu e chama-se Brasil... E é aqui que creio que se deve buscar a União Lusófona: pela caminhada lenta, mas segura, para uma fusão federal entre Portugal e o Brasil, que possa depois cativar os demais países lusófonos, formando a almejada União Lusófona dos poetas e profetas.
Mas não se iludam. A União Lusófona - uma vez alcançada - não é o fim. É o primeiro de vários passos para a União Mundial. Após a concretização da União Lusófona, criar-se-ão condições para alavancar a esta uma União Latina, e após esta, uma União Mundial capaz de finalmente acabar com as guerras e conflitos intermináveis onde hoje se gastam tantos e tão raros recursos e gentes e que será, enfim, o verdadeiro propósito e objetivo desta nossa União Lusófona. Um círculo, dentro de outro, imersos por sua vez num terceiro ainda mais amplo. Este era precisamente o sonho de Agostinho da Silva, cujas palavras e sentido não renegamos - como alguns dos seus "intérpretes oficiais" - mas que adotamos firmemente e por cuja divulgação nos batemos com toda a firmeza.
13 comentários:
Acho que estás a ir depressa demais, o que por si só não será mau - tal como a União Europeia (desculpa a provocação), também a União Lusófona terá uma geometria variável... A meu ver, importa ter sobretudo em conta que o caminho será longo e, no ponto em que estamos, largamente imprevisível, tais as muitas variáveis em aberto. Daí que, cada vez mais, prefira falar apenas de "convergência lusófona": ou seja, o gradual reforço dos laços entre os países lusófonos, a todos os níveis. Esse será o rumo. Depois, passo a passo, veremos os possíveis modos de concretização desse nosso caminho comum...
Abraço MIL
objetivar... esse é o alvo. Não defendo uma ruptura radical e imediata (isso aliás colidiria com a cultura lusófona, que prefere as gradualidades e negociações), digo que este deve ser o objetivo estratégico de longo prazo, capaz de capitalizar energias e motivar a mudança da situação (podre) que vivemos atualmente:
uma superação de Portugal, extrapolando-o e dissolvendo numa União Lusófona, de cariz Local e Municipalista, muito mais do que o centralismo da atual (p.ex.) federação brasileira.
Belissimo artigo, no qual poder-se-ia perfilar um sem-fim de questões! Enfoco umas poucas questões:
1) Uma eventualm fusão, ainda que federalista, no momento, é muito pouco viável, pois carece, e com perfeita razão, de confiança, por parte do Brasil em qualquer envolvimento constando Portugal; infelizmente, o "desastre" demonstrado no Tratado de Porto Seguro, no qual ficou expresso a inconfiabilidade no empenho da chancela portuguesa, debilitou, e muito, a disposição brasileira num parceiro não cumpridor da palavra empenhada, sob forma de Lei, já que houve a promulgação de ambas Assembléias Nacionais.
2) A tradição lusófona não municipalista, do tipo da Suiça! Isso causaria um sem fim de problemas, e creio que pouquissimas soluções...haja visto que não conseguimos realizar com sucesso e eficiencia nem mesmo as reuniões nos nossos edificios!!! Há a tradição, é de nosso feitio, e quanto a isso pouco se pode fazer, senão melhorar neste sentido, um certo "gosto autoritário", um certo liame ao "rei" ao "lider" ao "viriato", enfim, ao centralismo, aliviado pelo federalismo (que já é uma melhoria da nossa vocação autoritária!)
3) O tempo lento, não é o do bom vento! O ontem, para nós, já é tarde! Temos necessariamente que aproveitar e com velames árabes ou não correr muito, para ganharmos o tempo perdido na aflição sem proveito...
Faraone
caetano:
obrigado, antes do mais.
respondendo, agora:
A fusão federalista é atualmente inviável. Não tenho de tal qualquer dúvida. Por isso advogo uma solução a longo prazo, com um lento e cuidado "trabalho de sapa" de preparação das mentalidades e das gentes introduzindo pouco a pouco tal alternativa e documetando todas as vantagens da mesma.
a tradição portuguesa de governo local foi o municipalismo semi-independente. Em Portugal era a forma dominante de administração até ao advento da 1ª república e mais tarde, até ao Estado Novo, que deu nas liberdades municipais um golpe fatal que só com o 25 de abril foi (parcialmente) recuperado.
A minha visão de uma "união lusófona" é pois estratégica, não imediata, e consagra uma predominância dada ao poder local, sobre o poder "estatal" ou mesmo "federal", recebendo um e outro apenas os poderes que tradicionalmente recebem nos modelos confederais: Defesa e Negócios Estrangeiros, essencialmente.
Seria portanto uma federação sumamente diferente da federação brasileira atual...
Caro Armando Faraone, venho resolver seu sem-fim de questões... Sabe como? 99,9,9% dos Portugueses nunca desejarão tal «união», a curto, médio e longo prazo e ad eternum. Problema resolvido.
P. S. E não confunda Viriato com Getúlio Vargas...
Caro Klatuuuuuu,
Não confundamos coisa alguma com alguma coisa!!!
Eu sei que não querem tal união! Sempre me tem visto defender o mundo Lusófono, sem Portugal! Sabe por que ??? Porque Portugal tem poucos Clavis e Epifanios, e muitos Klatuuussssssssssssssssssssssssssssss...
Faraone.
LOL
Passar bem Faraoneeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...
Caro Caetano Armando Faraone
Cartão amarelo! Espero que não continue. A seguir ao amarelo é o vermelho...
P.S.: os seus últimos dois "comentários" foram apagados.
Caro Renato Epifanio.
Não é preciso outro convite, e muito menos o cartão vermelho...As manifestações são moderadas segundo os critérios de agradar o sentido e a intenção dos portugueses; qualquer discordancia, que não esteja no "politicamente portugues" é censurável. Não houve má educação, não ofendi, e se por falar a Verdade, mereço cartão...Este jogo tem um apito meio parcial...Explique-me melhor, fazendo o favor, porque já estou velho para receber cartões...
Tenho a força moral de ter defendido a Lusonia e o Vº Império, nos mais variados locais, no Brasil, e acho, que não só por isso, mas também por isso, mereço de si uma explicação mais acomadada às circunstancias, pois não sou nenhum puto de escola a merecer tais advertencias. Peço-lhe mais informações suas, antes de tomar alguma decisão. Agradeço a sua gentileza antecipadamente.
Faraone
A próxima vez que for malcriado, a minha civilidade se acaba.
O meu comentário não foi insultuoso, como tal guarde para quem você conheça a gozação com o nome (ou nick) dos outros.
E se quer berrar, ou gargalhar o faça em sua casa, ou no seu blogue.
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