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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Moçambique - Organização Médicos Sem Fronteiras alerta para milhares de deslocados em Cabo Delgado

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou para a situação de milhares de deslocados de guerra dispersos em áreas de “acesso impossível”, devido à insegurança, na província moçambicana de Cabo Delgado, defendendo uma abordagem inclusiva na assistência humanitária


“Temos quatro distritos de acesso impossível para a assistência humanitária a milhares de deslocados em Cabo Delgado”, afirmou Alain Kassa, representante da MSF em Moçambique.

Alain Kassa falava num seminário sobre a situação humanitária em Cabo Delgado, organizado pelo Instituto de Estudos Económicos e Sociais (IESE), uma entidade moçambicana de pesquisa independente.

Os distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe, Macomia e Quissanga, na província de Cabo Delgado, região norte, são os que acolhem refugiados sem acesso a nenhum tipo de assistência humanitária, porque são os mais duramente atingidos pela ação de grupos armados, afirmou.

Citando dados das Nações Unidas e do Governo moçambicano, o representante da MSF apontou que mais de 600 mil pessoas fugiram dos distritos afetados pelo conflito armado para distritos seguros na província de Cabo Delgado e nas províncias vizinhas de Nampula e Niassa, norte, e Sofala e Zambézia, centro.

“A assistência humanitária que tem sido prestada aos deslocados em centros de reassentamento é insuficiente, porque não têm sido canalizados apoios à altura das necessidades”, destacou.

A alimentação, água, cuidados de saúde, higiene, atividades de geração de renda e abrigo constituem os bens necessários com maior urgência para os deslocados da violência armada em Cabo Delgado, apontou Alain Kassa.

Kassa referiu igualmente a necessidade de vacinação dos deslocados de guerra, contra várias doenças, como outras das carências com que as vítimas da guerra naquela região se debatem.

Sobre as necessidades financeiras para a assistência humanitária às vítimas do conflito armado, o representante da MSF apontou dados das Nações Unidas, cuja última atualização fixou em 35,5 milhões de dólares (29 milhões de euros) o montante necessário para uma resposta humanitária rápida.

Por seu turno, Fonseca Mateus, padre e antropólogo residente na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, defendeu a necessidade de criação de condições de ocupação para adolescentes e jovens, visando impedir o seu recrutamento por grupos armados na região.

“Se se diz que o desemprego e falta de ocupação foram favoráveis ao recrutamento de jovens para os terroristas, então tem de se proporcionar ocupação aos jovens e adolescentes obrigados a fugir dos distritos afetados pela violência”, declarou Fonseca Mateus.

A situação, prosseguiu, vai encorajar os jovens e adolescentes deslocados a abandonarem os locais de acolhimento e a entregar-se a atividades nocivas.

O número de deslocados devido ao conflito armado em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, subiu em dezembro para 670 mil pessoas, anunciaram as Nações Unidas na mais recente atualização de dados compilados pelas agências humanitárias.

Além das pessoas que fugiram das suas casas, na maioria crianças e jovens, muitas comunidades que os recebem estão sob pressão e estima-se que haja 950 mil pessoas “a enfrentar fome severa” nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula – sendo 242 mil crianças com desnutrição grave.

Os ataques armados crescem desde 2017, alguns foram reivindicados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde há ano e meio, mas não há certezas sobre quem está por detrás da violência organizada que tem sido combatida pelas Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM).

Cabo Delgado é uma região rica em pedras preciosas, madeiras e local onde avança o maior investimento privado de África, para extração de gás natural a partir de 2024.

Diversos relatórios internacionais indicam que a costa da província também faz parte de uma das rotas de tráfico de droga, sobretudo heroína. In “África 21 Digital” – Brasil com “Lusa”


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