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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Marés

A maré (vulgo economia) está do lado de uma certa cooperação lusófona... esperemos agora para saber dos marinheiros, e não confundamos uma e outros.

Excertos da entrevista de Horácio Roque, o principal accionista do banco Banif, ao jornal Público, com transcrição integral aqui.

Acha que o desemprego em Portugal vai chegar aos dois dígitos?

Vai continuar a crescer. No próximo ano as empresas vão continuar a ter problemas e muitas irão fechar. É claro que nós temos sempre uma ajuda ao nosso desemprego que é capacidade que os portugueses têm de emigrarem e de se fixarem lá fora. É evidente que tudo o que se passa nos outros países como a Alemanha e a Espanha vai contribuir para o emprego ou desemprego. Além de duas outras economias, e que podem ser muito importantes para nós, pois podem ajudar à nossa recuperação, como Angola e o Brasil. Dois países com quem temos realmente relações privilegiadas e boas capacidades de acesso e que podem ajudar empresários e trabalhadores.

Qual é o potencial de crescimento da nossa economia?

Pelos números que temos vistos nos últimos anos é fraco, mas vai depender muito da nossa atitude e da recuperação do resto do mundo. Disse há pouco que o futuro dependia também da capacidade que os portugueses têm de emigrar, porque Portugal não é capaz de gerar emprego para os seus cidadãos. Isso é grave...Infelizmente é verdade. E nós já tivemos que receber pessoas que trabalhavam na Alemanha e especialmente em Espanha, na zona fronteiriça onde trabalhavam milhares de pessoas, que já não tem lá emprego, e tiveram de regressar.

Se tivesse que voltar a emigrar, emigrava para onde?

Quando emigrei, emigrei em condições muito especiais e costumo dizer que continuo a ser emigrante e até mantenho casa na África do Sul, onde tenho um grupo de empresas. Mas a emigração faz-se sempre em função dos contactos que existem. A emigração faz-se por zonas de influência. Se uma zona [região de Portugal] emigrava para Joanesburgo, havia o efeito Joanesburgo. Portanto vai-se sempre muito atrás dos conhecimentos que se têm e das capacidades que os países oferecem Não tenho dúvidas que hoje em termos de grande potencial há Angola, especialmente para jovens que queiram perder alguns dos privilégios que existem na Europa. E, é claro, o Brasil que é um país com potencial enorme.

Hoje temos mais relações comerciais com Cabo Verde do que com o Brasil. O que é que é preciso fazer para que as nossas relações com o Brasil cresçam?

Mas nós beneficiamos muito do Brasil, e não é só pelos investimentos que temos no Brasil, mas também pelos portugueses que estão no Brasil, como pelos brasileiros que vivem em Portugal. O nosso relacionamento não é visível, mas ele existe e vê-se pelos aviões que saem todos os dias para o Brasil. Há uns anos voavam três aviões por semana para o Brasil e hoje temos sete ou oito voos por dia.

Mas é férias ou negócios?

As duas coisas.

25 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Tem um lugar «modesto» naquela coisa da Forbes... Ou seja, só pertence ao milhar que decide a economia do mundo. Quanto às lusofonias económicas por cá, seria interessante dar uma vista de olhos em quantos dos nossos empresários começaram a fazer fortuna nas ex-colónias...

Nos início do séx. XX dava-se um fenómeno curioso: tanto a extrema-esquerda como a extrema-direita eram ferozmente anti-capitalistas - o mais é a História que conhecemos.

Klatuu o embuçado disse...

P. S. O comércio é livre... Os povos é que cada vez menos; é o que acontece quando a economia passa a estar, quase por inteiro, fora da alçada dos Estados, e ainda vão havendo uns «paraísos coloniais» pelo terceiro mundo fora, com a China à cabeça, esse grande milagre do «um regime: dois sistemas».

O fenómeno é um bom «laboratório político do apocalipse»: existe a democracia - o zé parvo vota e elege - governos formam-se pela «vontade popular» - depois quem manda nunca foi eleito: os senhores do TOP da Forbes.

Mas ainda lhes faltam exércitos: essa é a grande falha... Ainda ninguém desenvolveu sentimentos patrióticos por empresas, ou está disponível para morrer debaixo do estandarte da coca-cola...

Esta falha, se não a resolverem neste século, é a sua morte anunciada, e eu acho que vai ser com requintes de malvadez...

Klatuu o embuçado disse...

... E sem dúvida que para discutir política, hoje, é necessário mais que dois kits do Action Man... e uns cromos da História de Portugal.

Casimiro Ceivães disse...

No Iraque ja ensaiaram mercenários de empresas privadas, com sabes...

Mas a principal questão é a de saber até que ponto os exércitos se tornaram obsoletos, pelo menos na Europa e nas grandes cidades. Não na guerra ou no combate às guerrilhas, nao é isso, mas na função de assegurar a ordem quando as coisas ameaçam cair no caos. As cidades grandes dependem de uma rede de coisas que ja nao é local (gas natural, electricidade, comida) - Paris, na guerra com os alemães em 1870, resistiu a um ou dois meses de cerco. Agora, nao resistiria 4 dias.

Casimiro Ceivães disse...

e a mitologia das 'más multinacionais imperialistas' que a esquerda alimentou até aos anos 80 - a Coca Cola, a ITT, os Rockefeller... nada disso existe já. Nesse mundo, a General Motors nao faliria. As coisas tornaram-se... opacas. Mesmo para os governantes.

Por isso, nesta ultima crise, ja nao se ouviu a esquerda a propor a nacionalização da banca como receita salvífica...

Klatuu o embuçado disse...

Mas viu-se os Estados a nacionalizar banca privada e a salvá-la com dinheiros públicos...

Os exércitos nunca são obsoletos: a sua função é a política pelos meios de tirar a mesa debaixo do puzzle...

Casimiro Ceivães disse...

... mas quanto ao que diz o banqueiro HR (vale a pena ler a entrevista toda): a lusofonia será valorizada por Portugal, mesmo sem grandes campanhas publicitárias lusófonas, porque estamos a tornar-nos um país em substituição de população: emigração de portugueses 'nativos' e imigração, simultaneamente, a par de uma grande Lisboa desmesurada e de um interior miseravel e deserto. Com políticos incapazes de organizar decentemente um piquenique de escola e com crise mundial a vista, as coisas por aqui nao tenderão a melhorar.

Convinha não perder tempo com o que não seja essencial. E o essencial nem sempre é o aparente, ou o entusiasmante, ou o ideal.

Klatuu o embuçado disse...

A meditares: a reflexão futura acerca das nações - da relação povo-patriotismo-exércitos-pátria - e o papel dos exércitos vai ser o grande tabuleiro do binómio nações/estruturas transnacionais.

Klatuu o embuçado disse...

Ora, pois então! Há quanto tempo ando a dizer que a primeira «guerra» do MIL deve ser a livre circulação de pessoas e bens no espaço lusófono??

Muita gente gosta de algodão doce, mesmo depois de adultos... Tragam o açúcar, mas o Estado fabrica os paus...

Casimiro Ceivães disse...

Exacto, Klatuu: banca nacionalizada (de facto) em Inglaterra e na Alemanha, por governos de 'centro'. O que significa que não são os 'capitalistas de cartola' das caricaturas de há 30 anos que estão a ser salvos. O dinheiro já não pertgence a homens, mas a outro dinheiro: como aquela imagem da serpente que morde a própria cauda, e que entusiasma tantos aprendizes de feiticeiro.

Ainda que falte saber, agora, se os bancos conseguem salvar as empresas industriais - ou se se afundam com elas.

No meio disto, convinha também levar as utopias a sério. E como em tudo, separar o trigo do joio.

Casimiro Ceivães disse...

estou a responder com atraso ao que dizes :)

certo, livre circulação - e estruturas de apoio sérias a quem chega. e a quem está sem poder ir embora: os velhos, etc.

e dizer seriamente o que se entende por 'integração' e 'identidade': aprender de cor o hino nacional e canta-lo obrigatoriamente uma vez por ano, como já se propõe em França?

Klatuu o embuçado disse...

Também já me ouviste dizer que isto que governa economicamente o mundo já não é capitalismo. Infelizmente não sei o bastante de economia para dar forma à minha intuição.

Mas não só não é o capitalismo «clássico», como não é capitalismo de todo: este é um novo monstro, que resultou da cópula do marxismo e do capitalismo no bordel da democracia.

Klatuu o embuçado disse...

Identidade e fluxos migratórios:

Não é a raça que se deve defender - é a estirpe! Os judeus andaram ao trambolhão pelo mundo séculos e séculos e mantiveram-se uma nação...

Vou dormir, pá. Depois falamos.
Abraço!

Casimiro Ceivães disse...

ainda outra coisa: as repúblicas europeias, as filhas da Revolução Francesa, unificaram Estados e nivelaram povos e criaram máquinas de colonização. Não geraram mecanismos de integração de quem chega de fora. Sabemos quem fez isso: América do Norte e Brasil - mas são terras gigantes maiores cada uma do que a Europa inteira, e quase vazias até há 100 anos.

Nenhuma das receitas é aplicável à Europa de hoje. Que, a propósito, recebeu em 2008 70.000 refugiados (não meros imigrantes): em Portugal, 70 (!). Notícias da imprensa de hoje, também.

Klatuu o embuçado disse...

O Brasil é uma das minhas maiores inspiração nisto. Há racismo claro, mas gente com patrimónios rácicos e culturais completamente distintos, e gente mestiça de tudo e todos, sentem-se, sabem-se e são Brasileiros...

A estirpe: a memória do pai do pai do meu pai... fosse ele quem fosse! A gens, a gente nossa. Tudo o mais é merda: invenções ideológicas.

É nas relações de parentesco como nação primordial humana que está tudo.
Ou, como se costuma dizer (esta sei que vais perceber, também és de uma pátria pequena): quando estás à rasca vira-te para os antepassados...

Klatuu o embuçado disse...

Como se diz no MSN: Vou!
:)

Paulo Pereira disse...

Livre Circulação de Pessoas E Bens...

Certo. E como conciliar isso com a livre de circulação de pessoas e bens na Europa. Teríamos de sair dela, ou haveria uam maneira inteligente de concliar as duas coisas. Isto seria útil, quanto mais não seja, para possibilitar isso acontecer a curto prazo...

Acho que isso seria um assunto interessante para discutir no MIL.

Klatuu o embuçado disse...

Porquê: teríamos?
Portugal tem que jogar nesses dois tabuleiros, com argúcia e inovação política.

E meditar: Como o entenderia a Comunidade Europeia? Os demais países da CPLP não são Europa...

Pois bem: as Canárias não são Europa; os Açores não são Europa (nem nenhum outro continente); a Guiana Francesa não é Europa...

Moeda que circula nestas parcelas de território (geograficamente) não europeu? o Euro!

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guiana_Francesa

E que belo o texto da Wikipedia: «A Guiana Francesa (em francês Guyane française, oficialmente apenas Guyane) é um departamento ultramarino da França (département d'outre-mer, em francês) na costa atlântica da América do Sul (e, como tal, é o principal território da União Europeia no continente). Ocupa uma superfície de 86.504 km², limitada ao norte pelo Oceano Atlântico, a leste e a sul pelo Brasil e a oeste pelo Suriname (junto à fronteira com este país está a cidade de Saint-Laurent-du-Maroni). Sua capital e principal cidade é Caiena (Cayenne).»


A partir daqui... deixo espaço à inteligência de quem queira reflectir comigo.

Casimiro Ceivães disse...

Obviamente, a resposta não está em sair da União Europeia, mas em revogar as absurdas leis da Fortaleza Europa.

O que significa estar, na Europa, claramente ao lado dos anti-racistas, e esse é um campo que está cada vez mais clarificado (veja-se os imbecis 'minaretes')

Não vejo nenhum obstáculo a não ser puro preconceito ideológico - mal colocado.

Casimiro Ceivães disse...

klatuu, o único problema na estirpe é que ao escolheres a linha do 'pai do pai' sobre as outras estás a fazer uma opção ideológica.

aliás isso era uma coisa sobre que eu gostava de escrever, mas nao sei se cabe aqui no Milhafre: os europeus, franceses, ingleses e alemães, têm uma noção tradicional de 'família' exclusivamente masculina: a mulher perdia, ao casar, o nome de solteira. O Gordon Brown há-de descender de uma linha masculina de Browns, ao longo de séculos, e todos os Browns são aparentados por macho. Só aqui nas Espanhas isso nao foi assim - e por isso os compridissimos nomes que usamos (nenhum inglês tem 3 ou 4 apelidos), mesmo os que nao são 'fidalgos'.

Um número que faz pensar: teoricamente, tu tens, na geração de Aljubarrota, um milhão de antepassados... tanto como a população de Portugal na época (na realidade muito menos, por causa das consanguinidades que certamente haverá); na geração de Afonso Henriques, uns dois mil milhões de antepassados: muito mais do que a população mundial. (dois pais, quatro avós, oito bisavós, etc; geração que conheceu as Invasões Francesas, normalmente os bisavós dos nossos bisavós: 64)

'escolher' a estirpe é isso mesmo: escolher.

Klatuu o embuçado disse...

Parece que, nós Ibéricos, até temos mãe... O resto são miudezas, tu percebeste.

Casimiro Ceivães disse...

Claro que sim...

Além de todas as coisas que já vem de trás, a nossa época simplifica qualquer ideologia ou pensamento até ao ponto em que caiba numa frase do twitter. É por isso que não gosto de ceder à facilidade. Como falar claramente?

Abraço

Casimiro Ceivães disse...

PS. O que disseste sobre a Guiana é notável. Mas a França 'fez' a comunidade europeia; nós aderimos como quem compra bilhetes na candonga à porta de um estádio.

Klatuu o embuçado disse...

Pois fez... não foram eles a poder conservar uma commonhealth of nations! Mas vê lá se deram a independência à Guiana, como fez a Holanda à sua, actual Suriname??

Além de que, não poderiam correr o risco de serem de novo «enrabados» pela Alemanha! Vai lá ver quantas colónias mantém a pátria da Revolução Francesa...

Klatuu o embuçado disse...

Mas pronto: eu quero é que as grandes nações da Europa Ocidental «dancem de mãos dadas», e não tenham mais uma crise patética de nacionalismo tribal!