Para além de Portugal, todos
os restantes países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) são,
dada a sua génese histórica (foram constituídos a partir do mar), países
marítimos – daí que disponham de vastas áreas oceânicas sob as respectivas
jurisdições, que perfazem no seu conjunto mais de 7,5 milhões de km2.
O Conselho de Ministros da
CPLP (de 2 de Novembro de 2007) determinou a elaboração de uma estratégia para
os seus Estados membros, potenciando o uso e divulgação da língua, bem como a
colaboração ao nível global da política de mares, propondo a “concertação de esforços entre os países da
CPLP no sentido da elaboração de uma visão integrada, com vista a promover o
desenvolvimento sustentável dos espaços oceânicos sob as suas respectivas
jurisdições nacionais, inclusive por meio da cooperação internacional”.
Um ano depois, na Declaração de Lisboa (aprovada na VII
Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa: Lisboa, 25 de Julho de 2008), os Chefes de Estado e de Governo da
CPLP endossaram a referida decisão do Conselho de Ministros e “sublinharam o interesse em que deliberações
técnicas sobre a matéria possam ter lugar no mais curto prazo possível, com
vista a permitir a sua implementação no futuro próximo”.
Como se pode ler ainda em documentos oficiais: “Assim, instaram à
realização de uma Reunião dos Ministros, responsáveis pela coordenação dos
assuntos do mar a nível nacional, com o objectivo de coordenar posições em fóruns
da Comunidade Internacional e acompanhar as acções para a gestão sustentável
dos oceanos. Apelaram, ainda, à constituição de um Centro de Estudos Marítimos
da CPLP – Plataforma de Partilha de Informação e Conhecimento do Mar, que
agregue as unidades de investigação dos centros de estudos universitários dos
Estados-membros no sentido da dinamização da produção científica, da
constituição de uma rede de informação e da compatibilização de bases de
dados.”
Apesar de algumas iniciativas
já realizadas entretanto – nomeadamente: Conferências dos Ministros
responsáveis pelas Pescas da CPLP, Simpósios das Marinhas dos Países de Língua
Portuguesa ou Encontros de Portos da CPLP –, cabe perguntar porque, nestes
últimos anos, não se avançou muito mais. A resposta não pode deixar de remeter
para o balanço que não se pode deixar de fazer da CPLP, vinte anos após a sua
criação. Um balanço igualmente negativo nesta área fundamental – como em várias
outras áreas –, como não pode deixar de se concluir.
Agenda – 16 de Junho, às 18h,
na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | 17 de Junho, às 16h, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra: lançamento da obra “A
literatura russa vista por autores portugueses”, de William Rougle (edição MIL:
Movimento Internacional Lusófono).
1 comentário:
Muito bem.
Acompanho por inteiro o texto.
Cordiais saudações Lusófonas.
JPR
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