O vice-presidente brasileiro, Michel Temer, que assumirá temporariamente a Presidência se a destituição de Dilma Rousseff for aprovada, negou que queira acabar com os programas sociais, em resposta a uma mensagem da Presidente.
"Leio hoje nos jornais as acusações de que acabarei com o Bolsa família. Falso. Mentira rasteira. Manterei todos os programas sociais", escreveu Michel Temer, na sua conta no Twitter.
Num vídeo publicado na madrugada de hoje nas redes sociais, Dilma Rousseff avisou que os "golpistas" que querem tirá-la da Presidência desejam revogar direitos e cortar programas sociais, como a Bolsa Família, e na educação.
O vice-presidente rejeitou também a acusação de Dilma Rousseff de que, "para alcançar os seus objetivos", quem lidera o processo de 'impeachment' (destituição) está disposto a "violentar a democracia e a rasgar a Constituição, espalhando a intolerância, o ódio e a violência".
"Defendo a unificação e pacificação dos brasileiros. Não o caos, o ódio e a guerra", escreveu, no Twitter.
Michel Temer defendeu que só será possível sair da crise "se todos trabalharem pelo Brasil, não pelos seus interesses pessoais".
O vice-presidente manifestou ainda o seu apoio à operação Lava Jato, que "tem prestado importantes serviços ao país".
"Sou jurista e sei do papel fundamental da Justiça e do MP [Ministério Público] para o avanço das instituições", escreveu.
A declaração sobre a Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção que envolve várias empresas, incluindo a petrolífera Petrobras, surge numa altura em que apoiantes do Governo afirmam que a investigação será arrefecida se a Presidente deixar o poder, segundo o jornal Folha de São Paulo.
Caso a Câmara dos Deputados aprove o pedido de 'impeachment' no domingo e, depois, o Senado tome a mesma decisão, Dilma Rousseff será temporariamente substituída por Michel Temer.
O pedido de destituição do cargo tem como base as chamadas "pedaladas fiscais", atos ilegais resultantes da autorização de adiantamentos de verbas de bancos para os cofres do Governo para melhorar o resultado das contas públicas.
Diário Digital com Lusa
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