Na corrente linguística Reintegracionista – de cuja natureza trataremos mais tarde – não é raro encontrar quem defenda, como Raquel Miragaia que defende que à aproximação linguística deve suceder necessariamente a aproximação política. Em 1998, a Comissão para a Reunificação Nacional da Galiza e Portugal seguia idêntico caminho ao declarar que “ a Galiza, parte Norte de Portugal, precisa da sua livre determinação, independência e soberania para, livre, determinar a reunificação com Portugal”.
A união de destinos entre Portugal e a Galiza é patente até na galegofobia de muito espanhóis, fruto do “desprezo ao vencido” e da lusofobia2, fruto do ressabiamento incurável de Castela por nunca ter conseguido juntar Portugal à lista de troféus de nacionalidades conquistadas. Unidos até pelo ódio duplo de Castela-Madrid-Espanha, Portugal e a Galiza ficam juntos na parte mais negra do coração dos espanholistas de Madrid e dos serventes no governo do PPdG.
Não falta contudo quem pense de forma diametralmente diversa... Ramon Lôpez-Suevos é um dos académicos galegos que advoga a distinção nacional entre Portugal e a Galiza, sem contudo chegar a negar a similitude das culturas, temperamentos e a comunhão da língua. Isolacionista, por atitude, Lôpez-Suevos, prefere encontrar pontes de contacto, inspiração e aliança para o seu justo desejo de autonomia cultural e nacional galega nas aspirações independentistas dos outros “Estados incompletos” da Península: Euskaria e Catalunha. O economista não encontra vantagens na re-ligação da Galiza com Portugal, como se houvesse um pudor de menoridade no facto da Galiza ter deixado partir uma parte de si, para o rumo da independência. O autor, parece encontrar maior comunhão de sentimentos e objetivos na comum luta catalã e basca, ambas nações longamente oprimidas pelo centralismo imperial de Castela e Madrid, como a Galiza, do que em Portugal, uma das nações independentes mais antigas da Europa e tida por muito Isolacionistas, como nação “semelhante, mas diversa”.
3 comentários:
«a Galiza, parte Norte de Portugal, precisa da sua livre determinação, independência e soberania para, livre, dterminar a reunificação com Portugal»
Ah, pois! Mas Portugal tem Norte, que é... Portugal! Mas faz sentido... para (alguns) Galegos: a lógica da «Portugaliza» sempre foi roubarem-nos o Norte!
Sinceramente, abomino o nacionalismo galego e quero que os gajos se lixem!! Resolvam os problemas deles. Portugal nada tem que ver com isso.
Além de que, em todas as guerras peninsulares os Galegos sempre tiveram um lado certo: o lado de Espanha!!
A República Portuguesa, na actual conjuntura política, tem relações excelentes com o Reino de Espanha, nação amiga de Portugal. Portugal não se mete, nem deve envolver-se nos assuntos internos de Espanha.
Desejo a maior fortuna ao Povo Galego, têm todo o direito a falar a sua Língua e a tê-la como língua primeira - mas é um problema dos Galegos.
Portugal não tem nem conflitos étnicos nem territoriais, é uma das mais coesas nações da Europa Ocidental, e é assim há 800 anos!
E sobre isto reflecte: as diversas nações ibéricas que fazem parte do Estado (multinacional) Espanhol, nunca vão querer a independência... o que querem é a paridade com os Castelhanos, e assim que a conseguirem (e é inevitável), o que farão é formar um novo modelo de Estado, provavelmente federativo...
A acontecer (e acredito que sim), se a Galiza estivesse ligada a Portugal, correríamos sérios riscos de embarcar nessa federação... O que seria um absurdo!
E mais absurdo ainda: porque a maioria dos Portugueses (85%!) nenhuma relação étnica tem com os Galegos!
P. S. E isto também é sumamente importante:
Por uma questão linguística - e como querem - a Galiza tem todo o direito a ser parte da lusofonia, mas nunca da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
E o MIL aqui tem uma escolha:
Ou almejar algo de universal, ou alinhar na lógica de «grupelhos»!
Eu quero um camarote para dia 5.
Deus guarde a Galiza do acordo ortográfico português, e não digo mais nada.
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