O jornal “Charlie Hebdo”, tornado mundialmente conhecido pelo atentado deste mês de Janeiro, sempre teve um percurso polémico, nas suas sucessivas denominações. A sua génese remonta a 1960, sob o nome de “Hara-Kiri”, passando, a partir de 1969, a designar-se “Hara-Kiri Hebdo”. Com esta denominação, o jornal veio a ser interditado pelo governo francês dois anos depois, por causa de um número em que, simultaneamente, se “ironizava” com a morte do Presidente Francês Charles de Gaulle e a tragédia então ocorrida numa discoteca francesa, em que 146 pessoas, devido a um incêndio, haviam igualmente falecido – o que é oportuno recordar, agora que alguns procuram absolutizar a liberdade de expressão.
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Agostinho da Silvaquarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Je ne suis pas Charlie
O jornal “Charlie Hebdo”, tornado mundialmente conhecido pelo atentado deste mês de Janeiro, sempre teve um percurso polémico, nas suas sucessivas denominações. A sua génese remonta a 1960, sob o nome de “Hara-Kiri”, passando, a partir de 1969, a designar-se “Hara-Kiri Hebdo”. Com esta denominação, o jornal veio a ser interditado pelo governo francês dois anos depois, por causa de um número em que, simultaneamente, se “ironizava” com a morte do Presidente Francês Charles de Gaulle e a tragédia então ocorrida numa discoteca francesa, em que 146 pessoas, devido a um incêndio, haviam igualmente falecido – o que é oportuno recordar, agora que alguns procuram absolutizar a liberdade de expressão.
1 comentário:
Renato,
se ainda se está numa situação em que se procura «absolutizar a liberdade de expressão»... isso é preocupante. Porque a liberdade de expressão deve ser absoluta... na sua origem, no seu impulso inicial, criador, divulgador. Não deve haver censura prévia. O que não quer dizer que a liberdade de expressão não tenha, não possa ter, consequências, limites... posteriormente. A haver, o meio indicado, ideal, para os dirimir é o processo em tribunal, e nunca a bala ou a bomba.
A liberdade pode e deve servir para criar beleza... mas são muitos os conceitos de beleza, quase tantos como as pessoas que existem. E também pode e deve servir para criar, deliberadamente, fealdade. É por isso que «eu sou Charlie»... não porque necessariamente concorde com tudo o que eles, naquele jornal, faziam, mas sim porque lhes reconheço o direito de o fazerem sem correrem o risco de morrerem por isso.
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