Saudamos aqui os novos
Presidentes do Brasil e de Moçambique, eleitos neste mês de Outubro de 2014:
Dilma Rousseff e Filipe Nyusi, respectivamente.
Sem nos imiscuirmos nas
questões internas de cada um desses países irmãos – os povos brasileiro e
moçambicano são inteiramente livres e soberanos para fazerem as suas escolhas
–, formulamos apenas o desejo de que, nestes novos mandatos, se dêem passos
mais fortes: quer para uma maior unidade interna, quer para uma maior união
entre os povos lusófonos.
Em ambos os casos, com efeito,
foram preocupantes os sinais de fractura interna. Se, no caso de Moçambique,
essa fractura decorre ainda de uma guerra civil que se prolongou por cerca de
quinze anos, entre 1977 e 1992, no caso do Brasil a bipolarização eleitoral
destas últimas eleições presidenciais quase que pareceu levar à divisão do
Brasil em dois países.
Estamos certos, porém, que
isso jamais se verificará – sendo, de resto, algo que decorre da nossa comum
cultura lusófona. Ao contrário do que aconteceu com a restante América Latina,
onde uma comunidade que falava a mesma língua e, no essencial, partilhava a
mesma cultura, se fracturou em mais de uma dezena de países, o Brasil soube
sempre manter o compromisso da sua unidade interna, prova de que, de facto, a
cultura lusófona é historicamente propensa ao compromisso.
Também em Moçambique, não
obstante a sangrenta guerra civil, essa unidade interna do país jamais, estamos
certos disso, será posta em causa, ao contrário do que aconteceu noutros países
africanos – recordamos que o mais recente país internacionalmente reconhecido,
o Sudão do Sul, resultou de uma cisão daquele que era até então o maior país
africano em área geográfica.
Para além disso, importa, a
nosso ver, como dissemos, que ambos os países dêem passos mais fortes para uma
maior união entre os povos lusófonos. Se, no caso de Moçambique, essa aposta
parece ser inequívoca – curiosamente, quer a Secretaria-Geral da CPLP:
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, quer a Direcção-Executiva do IILP:
Instituto Internacional de Língua Portuguesa, dois cargos fulcrais na frente
lusófona, são hoje ocupados por moçambicanos (Isaac Murargy e Marisa Mendonça,
respectivamente) –, do Brasil esses sinais parecem ser por vezes mais ambíguos.
Decerto, o Brasil tem toda a
legitimidade para reforçar os laços com os seus vizinhos da América Latina –
mas isso não nos parece de todo incompatível com o reforço dos laços com os
restantes países e regiões do espaço da lusofonia, conforme defendemos. E o
mesmo diremos de Moçambique e dos restantes países africanos de língua oficial
portuguesa, em relação aos demais países africanos. E o mesmo diremos de
Timor-Leste, em relação aos demais países asiáticos. E o mesmo diremos de
Portugal, em relação aos demais países europeus. Chegou a hora de compreender
isso. E de agir, de forma coerente e consequente.
MIL: Movimento Internacional
Lusófono
15 comentários:
Subscrevo na íntegra a Saudação aos Presidentes ora eleitos, felicitando-os e augurando votps de sucessos e realização dos seus respectivos programas que visam o bem estar dos seus governafos e aos melhores relações com outros paises,:especialmente com os da CPLP
para que a lusofonia se realize na sua plenitude é necessária a participação total de todos os países
Uma atitude correcta do MIL.
Abraço
Eduardo Aroso
Òtima ideia e boa comunicação
abraço, alexandre banhos
Subscrevo.
É politicamente correto, para não sofrermos hostilidade, dizer que a integração lusófona é completamente compatível, e até sinérgica, com as integrações regionais (de contiguidade geográfica) de cada um dos países.
O tempo mostrará que isso é um enorme erro.
Talvez, seja maior erro, no entanto, denunciá-lo como eu o estou a fazer aqui...
Caríssimo
Se não ocupasse o cargo que ocupo, concordaria contigo:)
Abraço MIL
Renato Epifânio
Concordo.
AbraçoMIL
Excelente ideia do MIL.
Acrescentamos:"um bonito gesto à comunidade de afetos"
Bem hajam.
Luisa Timóteo - Malaca
Meus parabéns aos vencedores das eleições no Brasil e Moçambique. Que os países lusófonos se aproximem cada vez mais.
Parece-me bem, contudo não acho dramático que o Brasil numa eleição se tenha dividido ao meio. É o que acontece em Portugal em quase todos os actos eleitorais.
Bom é que o espírito democrático continue vivo. Menos bom é a evidência de alguma distância com que o Brasil olha para Portugal. Não sei se será do atlântico!!! A verdade é que os seus governantes - de todo o espectro político - olham para nós mais como afilhados do que como irmãos. Já não se justifica esta atitude e poderia ter sido alterada quando as mesmas sensibilidades políticas governaram em simultâneo ambos os países.
Mas não é só o Brasil que tem que fazer mais... Portugal também tem que alterar muito da sua postura nesta relação.
Moçambique é outra coisa. Essa gente é nossa irmã. Este povo merece o nosso apoio e continuar a desenvolver-se em paz e tranquilidade.
ab
Artur Manso
Caríssimo Artur
O que nos parece mais preocupante no Brasil é a divisão geográfica - entre Norte/Nordeste e Sul...
Abraço
Renato Epifânio
Subscrevo inteiramente o teor desta Declaração do MIL, pois as unidades internas destes países e a unidade externa lusófona constituem um caminho de paz e de desenvolvimento harmonioso destes povos.
Cordial e fraternalmente,
MIL-ilitante - Nuno Sotto Mayor Ferrão
Ótima comunicação.
Alexandre Banhos
Enviar um comentário