Não
tendo apoiado nenhum dos candidatos, o MIL_Guiné-Bissau saúda a anunciada
eleição de José Mário
Vaz, com cerca de sessenta por cento dos votos, felicitando igualmente a
expressiva votação (quase quarenta por cento) conseguida pelo outro candidato,
Nuno Nabian. No espaço lusófono, a Guiné-Bissau tem sido o país que mais crises
tem atravessado nas últimas décadas, a ponto de frequentemente ser qualificado
como um “Estado falhado”. Por isso, tem sido também o país sobre o qual o MIL
mais se tem pronunciado, apelando sempre a um maior envolvimento da Comunidade
Lusófona, de modo a que o povo lusofonamente irmão da Guiné-Bissau tenha o
futuro que merece*.
Esperamos que, com estas Eleições, se vire de vez a página e que o
Estado da Guiné-Bissau se assuma definitivamente como um Estado de Direito. A
Comunidade Lusófona não pode tolerar mais golpes de Estado, em que a principal
vítima acaba sempre por ser o martirizado povo guineense. Que as autoridades
guineenses – no plano político e militar, desde logo – estejam pois à altura do
seu povo, são os nossos votos. Com o novo Presidente, José Mário Vaz, e o novo
Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, Prémio MIL Personalidade Lusófona
de 2012, acreditamos que sim.
*
Recordamos aqui um excerto de uma “Carta Aberta” que oportunamente
publicitámos:
«Nós, Cidadãos Lusófonos, estamos fartos: estamos fartos de
grandes proclamações retóricas, sem qualquer atitude consequente; estamos
fartos de ouvir que “a nossa pátria é a língua portuguesa”, sem que isso tenha
depois qualquer resultado; estamos fartos de escutar que a convergência
lusófona é o nosso grande desígnio estratégico, sem que depois se dêem passos
concretos nesse sentido.
Nós, Cidadãos Lusófonos, sabemos bem que a CPLP só faz o que os
Governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa a deixam fazer e, por
isso, responsabilizamos sobretudo os Governos da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa pela inoperância da CPLP, 15 anos após a criação. Muitos
desses Governos parecem continuar a considerar que a CPLP só serve para
promover sessões de poesia – nada contra: sempre houve na nossa língua
excelente poetas. Mas a CPLP tem que agir muito mais – não só no plano
cultural, mas também no plano social, económico e político.
A situação a que chegou a Guiné-Bissau é um dos exemplos maiores
dessa inoperância. Como o MIL há vários anos alertou, teria sido necessário que
a CPLP se tivesse envolvido de modo muito mais firme, para além das regulares
proclamações grandiloquentes em prol da paz, proclamações tão grandiloquentes
quanto inócuas. Como sempre defendemos, exigia-se a constituição de uma Força
Lusófona de Manutenção de Paz para realmente pacificar a Guiné-Bissau e
defender o povo irmão guineense dos desmandos irresponsáveis e criminosos de
muitas das suas autoridades políticas e militares.»
MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL
LUSÓFONO
MIL_Guiné-Bissau
7 comentários:
cONCORDO, aLEXANDRE BANHOS
Concordo com o texto, que se me afigura lúcido sensato e equilibrado.
Só não concordo tanto com o otimismo evidenciado, pois enquanto a atual élite militar (refiro-me desde oficiais generais a capitães) não for substituída e criadas novas forças armadas sob a égide da ONU, jamais o poder militar se subordinará ao poder político civil, por muito democrático que este seja.
E a experiência desde 1980 mostra que assim é e só assim se porá fim ao narco-estado em que a Guiné-Bissau se transformou, infelizmente.
Sejamos, pois, realistas.
Seja como for, os meus parabens ao martirizado povo guineense, que mais uma vez mostrou que quer viver feliz e em paz.
Cordiais saudações Lusófonas ao MIL da G.B.
Jorge da Paz Rodrigues
A Guiné-Bissau deveria talvez reconstruir-se a partir de ideias novas e libertar-se da influência e do poder dos militares.
Os nossos irmãos guineenses precisam mais de uma policia bem equipada e bem organizada do que de generais e capitães. Estes, para além de ja não serem uteis, usam e abusam dos recursos do pais e o têm sempre condicionado negativamente.
Saudações Lusofonas
J.Pedro DE SOUSA F.
CONCORDO PLENAMENTE COM O TEXTO APRESENTADO, ESTE POVO, LUSÓFONO, SOFRIDO DA GUINÉ, PRECISA DE MAIS ALENTO E MENOS SOFRIMENTO.
Concordo com o texto. Mas como mais abaixo se diz, o realismo passa por condicionar e fiscalizar a actual élite militar e combater o narco- -tráfico.
VIRGÍLIO CARVALHO (Dr.).
Desejo que a Democracia se fortaleça na Guiné Bissau. Meus parabéns ao povo guineense.
Concordo e deixo para que a memória não se vá
Mandela sempre.
Parabéns à Guiné. Que o novo governo sirva as pessoas respeitando os direitos e deveres.
Bem hajam
Luisa Timóteo
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