"Éramos pobres em 1910. Somos pobres em 2010. A economia portuguesa estava chocantemente atrasada face às economias europeias que nos serviam de referência. Esse atraso persiste. A república não teve, até hoje, sucesso no propósito de sequer nos aproximar dos países europeus"
(...)
"O ingresso na CEE, hoje União Europeia, trouxe a esperança do desenvolvimento. Essa esperança cambaleia agonizante em 2010. O País corre o risco de insolvência, a independência nacional está ameaçada. Constatamos que estes 100 anos de república constituem um falhanço total no vector económico."
Manuel Ferreira Patrício
Número 6
Revista Nova Águia
Esta constatação é, talvez, um dos balanços mais trágicos e, contudo, mais verdadeiros que se podem fazer nestes últimos cem anos de História de Portugal. Sem dúvida que se registaram em várias áreas progressos assinaláveis: nos Transportes, na Saúde, na Educação, nas Autarquias e até no nível de vida. Mas Portugal continua nos últimos lugares em praticamente todas as tabelas comparativas que se façam com os países do norte da Europa e, recentemente, perdeu até posições para vencedores tão improváveis como o Chipre ou a Eslovénia. Algo está doente, profundamente doente, nesta República centenária, numa doença cujo nome conhecemos... e que se chama partidocracia, aquela hidra multifacetada e ávida que se instalou em todas as camadas da administração do Estado, preenchendo com a prole e rede clientelar todos os lugares disponíveis, substituindo Democracia por Nepotismo. Esta partidocracia mudou de nomes varias vezes ao longo destes cem anos... mas atente-se bem aos nomes de família mais proeminente no século XIX e naqueles que hoje aparecem na Assembleia, nas grandes empresas públicas e privadas, na partidocracia, enfim... e cedo faremos múltiplos reconhecimentos...
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