Todos salientaram a situação especial de Cabo Verde no quadro africano. Desde logo, porque quando o território foi descoberto pelos navegadores portugueses era completamente desabitado. Depois, dada a sua condição de arquipélago, o que faz do território, como alguém disse, uma espécie de “porta-aviões natural” no meio do Atlântico…
De facto, Cabo Verde sempre foi um caso muito especial e, em 1974, se tivesse havido uma maior visão estratégica e uma menor precipitação, poder-se-ia até ter equacionado uma outra evolução no estatuto político do território. Mas a História foi a que foi e não vale a pena lamentá-lo. Importa olhar para o futuro, como fez, em particular, o Embaixador Arnaldo Andrade, dando conta das negociações estabelecidas com a União Europeia, em prol de uma “parceria”. Obviamente, não é uma adesão – o Deputado José Ribeiro e Castro frisou, de resto, que se houvesse alguma perspectiva de adesão, jamais se teria chegado a esta figura da “parceria”. A Europa, como é sabido, tem as portas cada vez mais fechadas…
Em representação do MIL – após ter lembrado o almoço lusófono de 10 de Junho, que teve como convidado de honra o Doutor Fernando Nobre, realizado no mesmo local –, saudei esta orientação política de Cabo Verde, na premissa de que essa aposta numa “parceria” com a União Europeia não se realizasse em prejuízo da aposta na CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O Senhor Embaixador garantiu-me que não, reafirmando o compromisso caboverdeano na convergência lusófona. Mas, obviamente, só pode haver convergência se esse for um caminho paritariamente trilhado por todos na mesma direcção…
Sem comentários:
Enviar um comentário