As comemorações do centenário da instauração da República não poderiam ser mais amargas. Cem anos após a promessa republicana de um regime mais justo e solidário, Portugal parece um Estado irreversivelmente falido. O melhor a que aparenta aspirar é tornar-se, de vez e sem qualquer disfarce, num protectorado da UE (União Europeia) e/ou do FMI (Fundo Monetário Internacional).
O Orçamento de Estado apresentado pelo Governo apenas acentua esse caminho. No imediato, talvez seja o único caminho – e daí o coro de vozes que se juntaram a apelar à sua viabilização: “É melhor um mau orçamento do que um não orçamento…”.
Pode ser que sim, mas nem por isso este Orçamento deixa de estar profundamente errado. Porque perpetua uma “espiral de miséria”, porque hipoteca ainda mais o nosso futuro e porque, desde logo, branqueia os responsáveis por esta situação: todos os sucessivos Governos que foram engordando o Estado com mil e um organismos paralelos, apenas para dar emprego às clientelas partidárias. Com que autoridade nos vêm agora pedir ainda “mais sacrifícios”?!
É tempo de dizer basta. É tempo de fazer de Portugal um país decente. Só aí, então, haverá autoridade para nos pedirem mais sacrifícios…
“Para um Portugal decente, Nobre a Presidente!”
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