Assisti, em Alcoutim, ao serão cultural promovido pela Dr.ª Maria Luísa Francisco sobre Agostinho da Silva (foi ela que me deu o seu endereço electrónico e postal) e tive o gosto de participar no posterior debate. Da sua exposição, retive a ideia de que a Comunidade Lusófona engloba o galego. Não podemos estar mais de acordo! Porém, como fugia ao tema central, dado o adiantado da hora e porque não tinha comigo algo que lhe queria oferecer, voltei para Linda-a-Velha e daqui lhe enviei, hoje, um livro de minha edição, bilingue, em português e galego-asturiano.
Esta língua, com gramática e ensino próprios, cultivada ainda por cinco escritores das Astúrias, fala-se entre os rios Eo e Navia, região vizinha da Galiza, daí que haja quem lhe chame eonaviego, para a demarcar tanto do galego como do asturiano, de que existem três variantes: galego-asturiano, asturiano central e oriental. Mas ao ler, sobretudo quando se faz o exercício de ler em voz alta, sente-se a raiz comum ao português e uma grande proximidade sociocultural, especialmente no que toca à ruralidade, a que o talento literário da autora, Aurora García Rivas, não é alheio. De resto, essa raiz romance, anterior à Reconquista, que para ocidente deu o galego-português medieval, para sul (León, Ponferrada, Zamora) toma o nome de astur-leonês e, quando entra em Portugal, chama-se mirandês!
Espero que goste e que possa servir de sustentáculo à ideia de uma lusofonia mais alargada do que oficialmente (e por enquanto) se estatuiu.
Foi um prazer ouvi-lo e agradeço-lhe o muito que me enriqueceu ter assistido à sessão em Alcoutim.
Calorosos cumprimentos!
Daniel Gouveia
Página pessoal:
http://danielgouveia.com.sapo.pt
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