O Secretário Executivo, Domingos Simões Pereira, recebeu em audiência Dom Duarte Pio de Bragança que veio apresentar a candidatura da Fundação D. Manuel II ao estatuto de Observador Consultivo da CPLP. O pedido será submetido ao CCP para apreciação dos Estados-membros.
Este encontro decorreu na sede deste Secretariado Executivo, a 14 de Janeiro de 2009.
Casa Real Portuguesa quer se tornar colaboradora da CPLP. Lisboa, 14 Jan (Lusa)
A entrega da candidatura juntou o Chefe da Casa Real, Dom Duarte Pio de Bragança, e o Secretário-Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Domingos Simões Pereira."Uma coisa é [a Fundação D. Manuel II] ser uma instituição portuguesa, outra coisa é dizer que estamos a trabalhar em cooperação com a direcção da CPLP, com outras instituições. Cria-se uma sinergia mais positiva", afirmou Dom Duarte de Bragança à saída do encontro, em que participou também o director-geral da organização, Hélder Vaz.
Além de aumentar a "representatividade junto dos outros países lusófonos", Dom Duarte de Bragança salientou ainda como objectivos práticos da articulação "não duplicar esforços" em relação a outras instituições que "estão a fazer o mesmo".
A Fundação tem vindo a dar prioridade à promoção da língua portuguesa em países como a Guiné-Bissau ou Timor-Leste e está a preparar o alargamento destas acções à Guiné Equatorial, Senegal e Ilhas Maurícias.
"A nossa ideia é colocarmo-nos à disposição dos governos desses países para apoiá-los no ensino do português, na formação de professores", áreas onde "por vezes, encontram dificuldades", explicou.PropostasPara o Chefe da Casa Real, a Fundação pode ser útil sobretudo em fazer "pontes" para individualidades ou instituições com que mantém contacto.
"Há uma facilidade que tenho, como conheço pessoalmente muitos governantes e gente que tem trabalhado neste sector em muitos países, talvez seja mais fácil para mim fazer isso do que a outras pessoas", afirmou.
A prioridade, defendeu, deve ser resolver os problemas de "falta de livros de escolaridade básica" e "falta de professores preparados".
"Claro que os governos estão mais interessados na parte universitária porque tem mais prestígio, é um assunto que interessa mais directamente, mas a mim parece-me mais importante o ensino básico, primário. Se não, pode acontecer daqui a uns anos termos uma elite a falar muito bem português e muito interessada na cultura lusófona, e um povo que fala outra coisa qualquer", referiu.
Este segundo cenário, sublinhou, pode vir a viver-se em Timor-Leste, entre outros dos "oito".
A Fundação tem uma tipografia no mais jovem país lusófono (Baucau), das poucas unidades industriais existentes, mas que se encontra "subaproveitada porque a cooperação portuguesa não tem aproveitado", disse. "Até poderíamos fornecer material escolar para outros países. Esta gráfica já está a exportar para a Austrália", sublinhou.
Na reunião, foi abordada a possibilidade de a Fundação vir a colaborar em Timor-Leste no processo de publicação de uma banda desenhada sobre Direitos Humanos.
Constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, a CPLP conta actualmente com mais de quatro dezenas de observadores consultivos, incluindo 14 Fundações.
Fonte: Inforpress/Lusa
1 comentário:
Lúcidas palavras
Enviar um comentário