The Fountainhead/Vontade Indómita (adaptação do livro homónimo de Ayn Rand, que escreveu o argumento), King Vidor, 1949 (excerto dobrado em Língua Portuguesa)
Ayn Rand entrevistada por Mike Wallace (CBS), primeira entrevista de Ayn na TV, 1959
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"
Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silva
4 comentários:
Já não se fazem entrevistas assim...
Não fazem, e é histórica.
Apesar dos detractores (à Esquerda e à Direita), continua a ser uma referência fundamental para quem esteja a repensar a questão da «morte das ideologias», aquelas que deram forma política ao século XX.
Saliente-se que os libertarianistas, que tanto propagam a herança de Rand, são uma «degenerescência» ideológica do objectivismo estrito; muito haveria a dizer, mas, simplificando, o objectivismo é uma filosofia política revolucionária (síntese dos «individualismos» da transição do séc. XIX para XX, ainda que Rand só refira Aristóteles, mas isso não é boutade, a democracia como meritocracia é muito forte em Rand), enquanto que os libertarianos são uma ideologia neo-conservadora, cujas posições misturam o património socialista, de Esquerda e de Direita, em doses diferentes, tal como nos novos ateístas «globalizadores». Ayn Rand não é socialista em nenhum aspecto, e isso nota-se bem em como os «quatro cavaleiros do apocalipse» - Christopher Hitchens, Richard Dawkins, Sam Harris e Daniel Dennett, não perdem uma oportunidade para lançar farpas sobre o seu legado, gerando uma desonesta contradição entre os níveis morais, políticos e económicos, misturando o que só se aplica ao indivíduo, com o que só se aplica ao Estado e à sociedade.
P. S. O «egoísmo» de Rand não pode nem deve ser lido como atitude moral: tem um imenso património sapiencial, que passa pelas questões metafísicas aristotélicas do princípio de individuação e da relação da ética à política, Epicuro, a razão natural que emerge do Renascimento, a vontade de poderio nietzschiana, o instinto de autopreservação - egoísta - do Id freudiano, que se projecta no Ego, e o princípio de autonomia de Stirner; isto só para falar de alguns.
Além disso Rand não pode ser enquadrada num ateísmo estrito - não se trata de um combate à religiosidade (como não o é em Nietzsche), mas sim impedir que a «razão supersticiosa» conduza a civilização e que o bando, erguido a Estado, se torne predador do indivíduo.
(Em tudo estou a fazer uma simplificação tópica - advirto; embora não esteja à espera de contraditores - é profundeza, e não um qualquer «Sporting/Benfica» da politiquice.)
Mas o mundo abarrota de iluminados, pelo foco da comunicação social - que não passam de bufões intelectualmente desonestos.
Releia-se...
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