Independentemente de quererem impôr (nada , verdadeiramente , é interiorizadamente aceite , quando forçado contra-natura) este "acordo cozinhado " à sorrelfa , ou seja , á revelia de uma Discussão aberta e respeitadora da vontade da maioria dos Portugueses , submetendo-o de seguida a Referendo Nacional , o que aqui vai escrito é Real e Actual .
A Verdade , mesmo escondida , permanece .
«A situação política da língua portuguesa
A língua dispõe duma relação étnica assinalada pela semântica, sintaxe e estilística, aspectos que, digamos, reflectem modos próprios de imaginar, pensar e sentir de cada povo. O idioma mostra o carácter e o grau de civilidade do seu ideal de homem e do mundo. A gramática é primeira iniciação à ideia de Pátria e o estilo, sinal do logos, é a razão eficiente das línguas que se tomam símbolos de pátrias. A arte poética ensina-nos que as palavras emergem do espírito e que, por conseguinte, é de sua natureza o serem invioláveis. Do problema ao mistério, as palavras guardam a inspiração dos poetas, escritores e filósofos, esses a quem os antigos clamavam serem rapsodos dos deuses, para enunciarem as analogias, actuais ou patentes, que potenciam a espiritualidade da comunidade dos homens. A eles se deve a concepção de novos significados e originais relações sintácticas que visionam o estilo de cada povo, ou seja, a ulterior visão do homem e do mundo. No domínio antropológico, isto é, no que não depende do original socorro do espírito paracléctico, aqueles teólogos são os autores da língua. A confessada intenção do Acordo Ortográfico em desvalorizar a etimologia destina-se a obscurecer o significado das palavras, o que equivale a ignorar a tradição. As línguas tornam-se ignorantes do espírito e diminuem-se em meras convenções impostas pelas instituições. Diremos então: oficialmente, a língua portuguesa morreu e está transformada numa língua de escravos, servos e bárbaros (editorial publicado no nº5/6 da Leonardo, em Março/Setembro de 1989).
A situação cultural da língua portuguesa tem sido nos últimos meses escopo de notícia a propósito do anteprojecto Bases da Ortografia Unificada através do qual se pretende colocar o nosso idioma ao serviço das técnicas de domínio dos povos.
Nestas páginas já afirmámos que as reformas dependem de raciocínios falaciosos que impõem ilusórias soluções para falsos problemas. Tais métodos resultam de atitudes tecnocráticas, burocráticas e administrativas do funcionalismo público e da classe política e obedecem a critérios, hoje tidos correctos, já amanhã considerados errados.
Prosseguindo finalidades utilitárias e pragmáticas, o chamado acordo ortográfico procura unificar e simplificar a língua portuguesa, objectivo que as tubas oficiais e institucionais anunciam como necessário ao advento da eficácia da cultura portuguesa no mundo. É evidente a influência dos tentáculos da política e da economia, ignorando-se que o idioma não é mero instrumento da praxis ideológica, nem dos processos do negócio.
Em outro aspecto, o referido acordo enferma de um anquilosado estruturalismo linguístico que, ao jeito da doutrina positivista, concebe a língua, qual matemática, composta por signos passíveis de simplificação. As frases são já, e tão-só, operações de carácter abstracto e sem verificação empírica ou real. Estas construções mentais, confundidas com o regresso ao uno, à unidade e ao universo, são consideradas tópico universal da língua. Tal pretensão é desmentida pela gramática, primeira iniciação à ideia de Pátria, e pelo espírito que pesa, conta e mede a ordenação da realidade.
O acordo não atende à semântica, à simbólica e à estilística e, por conseguinte, carece de capacidade para transmitir as virtualidades poéticas, filosóficas e cientificas da língua portuguesa aos outros povos lusíadas do concerto das nações. Ao impor a simplificação ortográfica, o anteprojecto somente sanciona a deturpação da língua e a decadência do pensamento, despe-a do querigma.
Aquele documento apenas procura valorizar o linguajar de rua formada por uma linguagem comum marcada pelo espírito digamos demoníaco, da imprensa e das chamadas técnicas de comunicação de massas. Efectivamente, até a pronúncia e a fonética, disciplinas auxiliares da filologia, não estão adequadamente consideradas, pois não são respeitadas, por ignorância ou preguiça, pela linguagem corrente, que agora se pretende impôr a todos os modos de falar, escrever e pensar português e em português.
A situação é tanto mais grave quanto se procura introduzir e até, fixar, grafias brasileiras, intenção que associada à nefasta vigência de nomenclaturas, classificações e definições germânicas e francesas, mais ainda deturpam a vida das palavras e do idioma.
A confessada intenção de desvalorizar a etimologia é pretender obscurecer o significado das palavras, o que equivale a ignorar a tradição. A refutação da tradição, questão que pertence ao domínio do pensamento humano, é impedir a formulação de um ideal patriótico através do qual todos nós comungamos um ideal de homem.
As línguas tornam-se ignoras do espírito e diminuem-se em meras convenções impostas pelas instituições. Diremos então: oficialmente, a língua portuguesa morreu e está transformada numa língua de escravos, servos e bárbaros.
A língua dispõe duma relação étnica assinalada pela semântica, sintaxe e estilística, aspectos que, digamos, reflectem modos próprios de imaginar, pensar e sentir de cada povo. O idioma mostra o carácter e o grau de civilidade do seu ideal de homem e do mundo.
O valor comunicativo da língua patenteia-se na filosofia, na arte e na ciência, mas sobretudo reside numa razão que demanda a tradição que lhe assegure actualidade. Essa tradição é a enigmática aliança que converte a comunidade dos homens num convívio de espíritos. Queremos significar o seguinte: os idiomas assinalam a transcendência da humanidade. As palavras sofrem metamorfoses e no trânsito são, por assim dizer, as naus dos anjos ou das divindades.
A epifania do logos cai nas categorias do pensamento humano e origina as tradições entre os homens. O estilo, sinal do logos, é a razão eficiente das línguas que se tomam símbolos de pátrias.
A arte poética ensina-nos que as palavras emergem do espírito e que, por conseguinte, é de sua natureza o serem invioláveis. Do problema ao mistério, as palavras guardam a inspiração dos poetas, escritores e filósofos, esses a quem os antigos clamavam serem rapsodos dos deuses, para enunciarem as analogias, actuais ou patentes, que potenciam a espiritualidade da comunidade dos homens. A eles se deve a concepção de novos significados e originais relações sintácticas que visionam o estilo de cada povo, ou seja, a ulterior visão do homem e do mundo. No domínio antropológico, isto é, no que não depende do original socorro do espírito paracléctico, aqueles teólogos são os autores da língua.
Uma unidade linguística equivale a realidade de um pensamento e, em consequência, a virtualidade de uma Pátria. Não é história, a arte, a politica, a religião, a cultura ou o culto que por si geram as pátrias. Nesses domínios, buscam-se argumentos que se aduzem a existência de cada povo e, até, de uma Nação ou Estado. Não obstante, são insuficientes para esclarecer a realidade de uma entidade espiritual que carece do concurso do espírito humano.
As pátrias resultam da especulação filosófica sobre os acontecimentos e eventos históricos e artísticos, políticos e religiosos, culturais e cultuais. Queremos dizer: ao homem é necessária a pátria porque insituados só os anjos e os deuses. Ela é o nexo entre o espírito humano (o homem) e o Espírito puro, ou se quisermos, o Espírito Santo. A palavra é categoria de perfeição e a perfeição é imutável.
Sem a palavra, o ideal patriótico permaneceria oculto e incomunicável, ou seja, apenas seria uma virtualidade subjectiva do imperfeito pensamento. Desde todo o sempre, a palavra e portadora da perfeição e da boa nova. Do verbo fiiosofante emerge a finalidade espiritual e transcendente de um povo e a consciência patriótica de cada um de nós. É a arte de pensar, ou seja, a filosofia que concebe as pátrias.
Emergentes do pensamento, as pátrias não são instituições, embora sejam institucionalizáveis ou constitutivas. A consciência patriótica não carece de urna arquitectura jurídica para se objectivar. A pátria firma-se no pensamento, expressa-se pela palavra e perdura na língua.
Neste passo retira-se que a língua garante a realização do Direito ou do Estado pelo que a legitimidade das instituições também deriva do uso que fazem do idioma. Como sublinhamos em anteriores edições, o Direito introduz a Verdade, a Liberdade e a Justiça nas relações sociais e na vida comum dos Portugueses.
Convém não esquecer que deturpar a tradição e na acção politica obstruir a Verdade, a Liberdade e a Justiça e equivale indeterminar a coisa pública, isto é, a República.
Sem as categorias próprias a situação do nosso pensamento, a presença do espírito entre os Portugueses e é ditada por concepções retiradas de vivências de outros povos.
São conhecidas casos de legislação produzida por órgãos de soberania traduzidas de leis que vigoram em Bona, Paris ou Bruxelas. O Estado faz um delito de cópia, utilizando uma expressão do nosso Sampaio Bruno.
A tradução literal é uma técnica cujas deficiências explicam-se pela vivência própria de cada pensamento. O poeta Teixeira de Pascoaes afirma que o génio de um povo reside nas palavras intraduzíveis do seu idioma para significar que as suas características, patentes na semântica, na sintaxe e na estilística, não permitem a tradução sob pena de deturpar as relações entre o natural e o sobrenatural que a língua exprime. A tradução contradiz a tradição, adverte Álvaro Ribeiro.
Por outro lado, é verificável que a filosofia da linguagem e a teoria da palavra expostas e esclarecidas em obras de poetas e filósofos Portugueses são ignoradas nas instituições universitárias e, por conseguinte, não tem acompanhado o ensino da nossa língua nas escolas. É significativo que nas bibliografias dadas aos alunos da disciplina de filosofia da linguagem não constem quaisquer nomes de autores Portugueses.
Esta hostilização social tem sido combatida por filósofos, escritores e poetas, discípulos do magistério filosófico e poético de Leonardo Coimbra e Teixeira de Pascoaes e continuadores dos ideais e da doutrina exposta pelo movimento A Renascença Portuguesa. O repúdio da consciência patriótica e do espírito que enforma a língua portuguesa impedem a iniciação das novas gerações de Portugueses na ideia de Pátria, sendo decerto uma das causas do divórcio existente entre as instituições e a Nação.
Oficialmente, a língua portuguesa é clandestina. Em nosso parecer, a língua pátria é um sagaz silêncio da oprimida alma lusitana.
Francisco Moraes Sarmento
Esta entrevista foi publicada no Jornal O Público em 21.09.2009 (http://www.publico.clix.pt/Cultura/miguel-sousa-tavares-acordo-ortografico-e-acto-colonial-do-brasil_1401621)
A entrevista , já tem algum tempo mas para mim e para muitíssimos Portugueses é actualíssima .
«Miguel Sousa Tavares: Acordo Ortográfico é "acto colonial" do Brasil
"O Brasil é o único país que recebeu a língua de fora e que impõe uma revisão da língua ao país matriz, como se os Estados Unidos impusessem um acordo ortográfico à Inglaterra", afirmou Sousa Tavares, criticando o facto de não ter havido uma consulta aos profissionais que trabalham com a língua, como os escritores, jornalistas e professores. "Ninguém foi ouvido, o acordo foi imposto tanto no Brasil como em Portugal", critica.
O escritor lembrou que um acordo exige reciprocidade, para afirmar em tom crítico que a reforma da ortografia foi "cozinhada entre académicos que queriam se reunir e viajar". "Não encontro escritores brasileiros que defendam o acordo", aponta.
O escritor e jornalista disse que não pretende mudar a sua forma de escrever e adverte que o Acordo Ortográfico vai "condensar e expurgar" muitos dos detalhes da diversidade linguística.
Sousa Tavares duvida que os países africanos de Língua Portuguesa cumpram o acordo. "Vão começar a rejeitar o Português se nós os obrigarmos a seguir estritamente uma gramática que não lhes faz sentido nem ao ouvido, nem na escrita".
"Acho um projecto idiota, e pode ser prejudicial em muitos países. Querem unificar o português em todo o mundo falante de língua portuguesa. Não vai ser em Portugal nem no Brasil porque temos 500 anos de trabalho e a nossa língua efectiva, mas em Angola apenas dez por cento fala bem português, o resto não fala", argumenta.
Miguel Sousa Tavares é também muito crítico sobre o conceito de lusofonia e a actuação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). "Gastam imenso dinheiro aos contribuintes de Portugal e do Brasil e não é por aí que a lusofonia vai funcionar. Nós nunca faremos uma 'commonwealth' nas relações económicas. Na hora da verdade, o Brasil vai entrar em disputa com Portugal".
Para Sousa Tavares, a única forma de construir laços na lusofonia é a aproximação a partir de afinidades entre os povos, o que vai passar pela língua.
"Finalmente o que funcionará é a língua. A lusofonia passa muito pelas relações humanas que são mais importantes, elas é que vão determinar", referiu ao destacar que hoje há "muito mais concorrência do que cooperação" no mundo lusófono.
O jornalista, autor de "Equador", um dos maiores sucessos de vendas da literatura portuguesa dos últimos anos, está no Brasil para apresentar seu novo romance e participar na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro. »
Rogério Maciel
12 comentários:
Caro Rogério
Acho que tem andado muito distraído. O MIL tem uma agenda que está muito para além do Acordo Ortográfico. Essa, para nós, nunca foi a questão essencial...
Caro Renato
Não , não tenho andado distraído ! Nunca ando distraído , e é precisamente pelo que diz ,que coloquei estes textos .Já há muito que o queria fazer .
Acredito que o MIL tem potencialidade , mas , o Renato não vê que , ao sancionar um "acordo" destes sobre a Língua Pátria , o MIL está a desvirtuar completamente a essência do que se propõe fazer ?
A agenda do MIL está muito para além da Essência de Portugal , a sua Língua ?
Julgo que sim . Em 1º lugar porque o Verbo Português , não pode , não deve , não é , mais "um tópico numa agenda" seja de que organismo fôr .
E quando me diz que a agenda do MIL vai muito para além da verdade da Língua de Portugal , então é porque o MIL se dispersa sobre coisas que nada têm a ver com a visão de Grandes Portugueses como Agostinho da Silva , Fernando Pessoa , Teixeira de Pascoaes , Miguel Torga e outros grandes .
O que quer dizer que se dispersou de tal modo que a Essência , o Ideal , se tornou apenas um mero tópico na Agenda do MIL .
Para além disso , caro Renato , a sua resposta , meia-zangada , nem sequer é uma resposta objectiva ... nem sequer é uma resposta .
Fosse como fosse , qualquer tentativa de resposta que me quisesse dar , de nada serviria . Não porque eu seja muito teimoso e casmurro , e não vou dar o braço a torcer , mas porque , não há justificação possível para um "acordo" destes , que mexe com a Verdadeira essência de Portugal , que é a Matriz do seu próprio Verbo.
E isso , como sabe , frustra qualquer tentativa de explicação .
O facto de colocar agora estes textos , o 1º dos quais analisa de maneira irrefutável ao microscópio tudo o que aqui está em questão , peca por tardio , bem sei , mas não por ser absolutamente ACTUAL ... e , a ver vamos , a grande salgalhada , para não dizer um termo pior , que acontecerá num futuro mais ou menos previsível .
Julgo que o Renato e as pessoas da direcção do MIL , são honestas , e espero que um dia , se retratem perante a Pátria do erro crasso em que embarcaram .
Não porque eu tenha razão , mas porque é verdade.
Cumprimentos
Rogério Maciel
Caro Rogério Maciel:
Os dois textos, e o comentário que agora aqui deixou, levantam interessantes questões para debate. Mal tenha oportunidade voltarei a escrever sobre isso, em espaço maior do que o de um simples comentário.
Não consigo resistir a uma chamada de atenção: se é grave a mudança de ortografia, também grave é a violação da gramática... se reparar no segundo texto, o do 'Público', diz-se "Sousa Tavares duvida que..." ("duvida de que" é que seria português); quando chegamos a este ponto (em textos de jornalistas), não vale a pena choramingar por anjos perdidos: eles encontrarão o seu caminho, mesmo sem GPS. E, por isso, tratar prosaicamente dos corpos, que é o que nos resta.
A título pessoal (sem que isso afecte a minha relação com o MIL) entendo ser evidente que, por princípio, o governo de uma nação não tem legitimidade (mesmo se democraticamente eleito, ou mesmo se monarquicamente instituído, conforme os gostos de cada um) para cristalizar a escrita e a fala da sua língua por meio de um decreto-lei. E isso aconteceu, infelizmente, em 1911 (vá lá, de certo modo contra a opinião de Pascoaes...). A partir daí, não vale a pena fingir que está tudo bem (leia-se, situação anterior ao AO).
Por isso, este texto que escrevo agora (bem como todos os escritos por mim desde as zero horas do dia um de janeiro) respeita integralmente e venerandamente as leis em vigor - com erros.
Abraço!
PS. É essa cristalização a que me referi que nunca aconteceu em Inglaterra ou nos Estados Unidos - por isso o exemplo de MST é, de raíz, inadequado... mas isso levar-nos-ia muito longe.
Caro Rogério
Acho que continua a misturar alhos com bogalhos. Já houve várias reformas ortográficas no passado e não foi por isso que a "essência" de Portugal ficou ou deixou de ficar afectada (se fosse essa a questão, a solução do país seria simples: substituiam-se os políticos pelos linguístas). E reitero que tem andado muito, mas mesmo muito, distraído relativamente ao caminho do MIL: mas "espero que um dia se retrate"...
Cumprimentos
Caro Renato ,
Compreendo , que venha agora defender a «sua dama» , mas ESTA não uma questão de « arroubos de cavaleiro ofendido » (sem ofensa), ESTA não é uma questão de discussão .
No entanto , leia bem e com olhos de COMPREENDER o que o Francisco Moraes Sarmento escreve , e vai ver que está lá TUDO o que precisa saber para deixar de se sentir ofendido .
Esta , não é uma questão de substituir « políticos por linguístas » , pois não é isso que está ser dito .
O Renato , primeiro , tem de ler bem o que está a ser dito , com o Coração e a Mente Abertos , e só depois poderá emitir uma opinião ajuizada e objectiva .
Caro Casimiro Ceivães ,compreendo o quer dizer com os acordos(?) anteriores , que , em boa verdade ,pouco , ou nada mudaram .
Do que se está agora a falar , é dum verdadeiro atentado á essência da Língua de Portugal (muito bem explicado por Francisco Moraes Sarmento , e expresso por Miguel Sousa Tavares de forma indignada com a Razão do Coração e o Coração da Razão pelo seu lado , uma vez que ele expressa o que Portugal sente ) e , não é aquele pequeno "duvida de que" num texto revisto por um jornalista do jornal Público ( texto que eu próprio revi nalguns pormenores , digamos , « á brasileira» ,que emendei ) antes de publicar no jornal do dia , que VAI MACULAR , O EXCELENTE PORTUGUÊS do artigo extraordináriamente completo e profundo de Francisco Moraes Sarmento .
A QUESTÃO PERMANECE porque NUNCA haverá volta a dar-lhe enquanto não se aceitar o erro .
A Questão Permanece , não só na entrevista , por ser ÓBVIA , mas também no artigo escrito na Língua Pátria , sem « desacordos ortográficos » que a manchem .
A Questão Permanece porque , o que estamos aqui a falar , representa Muito Mais do que um "acordo ortográfico" .
Representa o futuro de Portugal , ficar , ou não para sempre hipotecado .
Por isso , faço votos para que , os meus Conterrâneos , os que sabem aquilo que estou (eu e todos os milhões de Portugueses que mais uma vez foram enganados , nesta , como em tantas questões vitais nas suas vidas como seres humanos e como PORTUGUESES)a falar , e outros que ainda não o entenderam ( ou não quiseram entender ) , possamos estar finalmente JUNTOS por PORTUGAL ( não ,não é campanha política , para mais um dos milhares de "cargos" políticos inúteis , muitíssimo bem pagos por todos os Portugueses que Trabalham ), num Futuro Bom que , Acredito , chegará .
Cumprimentos ,
Rogério
Questão do sim e do não ao Acordo à parte, o texto de Miguel Sousa Tavares é medíocre, e o de Moraes Sarmento, mediano. No de Sousa Tavares nada há a rebater, é apenas um chorrilho de lugares comuns de pouca argúcia. Quanto ao de Moraes Sarmento é um exercício de boa retórica, cujos argumentos são facilmente contra-argumentáveis.
Rogério, não falei em acordos (!) anteriores.
Quem falou de "acordos anteriores" fui eu, mas de forma inexacta. O que houve no passado foram reformas unilaterais que alteraram a grafia muito mais do que agora se propõe alterar este Acordo. Mas, sobre isso, já disse tudo o que tinha a dizer...
Marcantonio , o MST não escreveu o texto (!) ... é uma entrevista a que ele respondeu emitindo a sua opinião .
Quanto ao FMS , permita-me que discorde do que diz , e ele não está a argumentar.
Argumenta-se sobre coisas nebulosas , para que elas possam vir a ser visíveis , caso se venha verificar que são verdadeiras .
Ele escreve sobre algo muito concreto e verificável , dando exemplos reais , e escreve muito bem .
Casimiro , apenas me referia a isto « E isso aconteceu, infelizmente, em 1911 (vá lá, de certo modo contra a opinião de Pascoaes...). »
Meu caro Maciel, eu sei ler. Verifique o significado etimológico de texto.
Já agora veja também o significado de opinião, argumento e demonstração.
Se o acordo ortográfico é colonialismo do Brasil, há muito que os anteriores (normas ou acordos...) são colonialismo ou o que quiserem de Lisboa.
Para qualquer portuense de gema (e devia-nos ser dado a benesse de sermos os que falamos mais de acordo com o portugês antigo ou arcaico conforme se pode ver na Nova Gramática de Português Comtemporâneo) o som "ão" e "om" é uma arbitrariadade para nós:
cão-> caum
mão-> mom
bom-> bão
bomba-> b(uam)ba
E há muito mais...
Nenhum portuense de gema, por exemplo, diz "eles têm" mas claramente "eles tenhem".
E nunca nos preocupamos com isso. Compreendemos
e conseguimos adaptar a ideossincrasia à necessidade e benefício de certa uniformidade.
Esta característica pertence e é coluna ainda mais basilar e profunda da nossa real ideossincrasia.
Temos de acabar a mania Lisboeta de pensar que eles são o Padrão da Lusofonia. Aa pessoas falam de Portugal, mas estão a falar realmente de Lisboa. Falsidade e Cinismo. Tentam dar razões humanitárias, psicológicas e linguísticas, mas depois dividem os campos conforme as divisões administrativas resultantes de acordos assinados à pressa em circunstâncias de contigência que é o que são os países da lusofonia na atualidade, incluidno Portugal.
Cinismo e hipocrisia que talvez pertençam a "uma agenda escondida" é o que para mim isso tudo é.
Se as pessoas não estão dispostas a sacrificar os seus caprichos em prol do bem comum da lusofonia, então eu quero uma escrita portuense... Afinal não é preciso respeitar as especificidades de cada um? E esta hem?
É isso que os lisboetas não conseguem entender. Qualquer razão que justifique diversidade entre países da lusofonia, justificam sobremaneira dentro do próprio Portugal.
Repito sem nenhum tipo de complexo. Se a minha Pátria não puder ser a Língua Portuguesa, então ela será certamente o Porto.
Deem uma lida nos dialetos da língua portuguesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa
e vejam se entendem o ridículo de dividir falares, ideossincasias e psicologias de acordo com decisões administrativas feitas às pressas por elites.
Para quem está muito orgulhoso com a atual escrita portuguesa, aconselho a darem uma olhada na conjugação dos verbos intuir e arguir e na respetiva acentuação, comparem caso a caso. Que salgalhada! Obrigado Bechara por existires e estares atento a estas coisas!!!...
Um trabalhinho de casa!
Vão por favor ao google.com.br e escrevam "bão": 115.000.000 de resultados
A seguir escrevam a palavra "cão": 101.000.000 de resultados
A seguir escrevam "bom"
145.000.000 de resultados
Se a irreverência juvenil escreve fora da norma tantas vezes "bão" como "bom" (coisa que eu acho horrível) é porque realmente não se sente identificado com a norma.
Caramba, mas a populaça brasileira fala como os portuenses, de onde vem emtão o colonialismo para a norma gráfica? Não me venham com a a historicidade e etimologia. Aí ficavamos a ganhar e muito...
Meditem. Isto não é teoria, é realidade pura e crua.
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