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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

sábado, 21 de novembro de 2009

A Questão da Galiza: História da Galiza (5ª parte)

Os romanos conheciam os povos célticos ou celtizados do noroeste peninsula como “gallaeci”, nome que viriam a usar para designar uma área de limites imprecisos e móveis conhecida como “Gallaecia”. A divisão da Iberia em Ulterior e Citerior haveria de colocar a Gallaecia no interior da Citerior, mais tarde intitulada Tarraconense, com a capital em Tarraco. Mais tarde, já no reinado do imperador Tibério, a província haveria finalmente de assumir a sua identidade nacional e recuperar a sua primitiva designação e receber o nome de “Província Gallaecia”.

Quando os romanos chegaram ao noroeste em 219 a.C., encontraram o Calaicos, um termo que derivava diretamente de “celticoi” (celtas), explicando assim não somente a ascendência celta da atual nação galega, como a origem celta da particula “gal” que ainda hoje está presente no nome de Portu-gal. A sul dos Calaicos, os romanos encontraram os Lusitanos, povo de matriz étnica ibérica ou indígena, mas de língua celtizada. A designação seria confirmada sob Diocleciano e, mais tarde, haveria de ver nascer o imperador Teodósio.

A queda do Império Romano do Ocidente e a chegada dos suevos ao noroeste peninsular a Gallaecia firmou-se enquanto entidade política autónoma. As zonas suévicas eram num perído inicial muito extensas chegando até à Bética e ao Mediterrâneo. Mas a ascensão peninsular do império visigótico haveria de roubar aos suevos a maior parte destes domínios, reduzindo a Gallaecia sueva a um território encravado, mas próspero, entre o Douro e o Mar Cantábrico. Após a expulsão mais para sul dos invasores muçulmanos teve como consequência indireta a definição da fronteira leste da Galiza, pouco clara até então, porque os castelhans passariam a identificar-se de forma distinta dos galegos, quer como Estado, quer na proto-língua que então fundavam a partir da matriz fundadora do galego. Contudo, era ainda uma separação com mais bases políticas do que culturais ou linguísticas, já que na época os muçulmanos recorriam ao termo “galego” para descreverem tdas as populações cristão do norte peninsular que lhes íam fugindo ao controlo...

Foi nesta época da Reconquista cristão que se formou o Reino de Leão, e no noroeste peninsular, o da Galiza, estendendo-se ao Návia, a uma boa parte do Berço, à Seabra ocidental e ao território atualmente português de Trás-os-Montes e mais além, para sul, tocando o rio Mondego. Contudo, esa unidade das duas bandas do rio Minho não seria para durar: Cedo se verificaria a divisão pela fronteira do rio Minho, com o nascimento de Portugal, separando-se da mão Galiza. Data do ano de 938 o primeiro documento onde a expressão “Portugal” é utilizada para designar a entidade política independente a sul: “regnante in Galletie et in extrema Minii et in extrema Dorii Ordonius Rex Aldefonsi filius”. Não muito tempo depois, encontramos as atas do Concílio de Corança (1050) onde Portugal e Galiza tornam a figurar de forma separada: “mandamus ut in Legione et in suis terminis, in Galecie, et in Asturiis, et in Portucale, tale sit semper judicium”. O mesmo texto conciliar revela que mesmo depois da separação pelo rio Minho continuaram a existir reis de Portugal e da Galiza, lado a lado.

Os muçulmanos – com quem o rei do novo Reino português andava eternamente acometido – não hesitavam nas suas crónicas a identificá-lo como um “nobre galego”. E efetivamente na época, nada na língua ou cultural popular ou ilustrada distinguia os dois Estados, nessa época da Idade Média. Esta comunhão transfronteiriça era especialmente na submissão de ambas ao distrito eclesiástico de Braga, e separando o norte de Portugal do seu sul, incluído então na província religiosa da Lusitânia. Esta é a matriz fundamental que constrói a nossa percepção dessa entidade multinacional Portugal-Galiza a que alguns1 chamaram de Portugaliza, crismando até com bandeira própria e híbrida da portuguesa e galega: uma entidade em que o norte de Portugal radica numa identidade diferente da do sul e em que se aproxima mais do que a segunda da Galiza. Mas em que o sul, como foi produto de uma Reconquista que se estendeu a partir do norte para sul é, afinal, uma extensão da mesma continuidade trans-minhota.

Sob os reinados de Fernando II e de Afonso IX da Galiza, estes monarcas ostentavam o título de “imperadores da Galiza”, sendo na sua época a Galiza um Estado ibérico de pleno direito, incluindo neste “império peninsular” segmentos periféricos das Astúrias, Leão, Zamora, os “Campus Gallaeciae” e inclusivamente terras hoje agregadas à Estremadura espanhola atual. De facto, aquilo que nos livros de História oficial é conhecido como “Reino de Leão”, era efetivamente este “Império da Galiza” e não de uma “Leão” existente apenas no papel.

Em momentos posteriores, Castela haveria de submeter esse Reino Galego independente. Não sem impedir contudo várias revoltas rurais na Galiza durante s séculs XII, XII e XIV e até o apoio popular e de muitos nobres à intervenção militar do rei português Dom Fernand na Galiza que em 1369 invade a Galiza e ocupa Corunha fazendo-se nomear aqui rei legítimo da Galiza.


Fontes: “Galiza e Portugal: Umha ou duas naçons?”; José Manuel Barbosa. http://www.portugaliza.com/

18 comentários:

Casimiro Ceivães disse...

Para além de outras coisas, que valerá a pena discutir (porque dizem directamente respeito à História de Portugal e da minha pequena pátria minho-galega:

Se se tomar como pressuposto que o reino Suevo não se deve confundir com o Império dos Visigodos, e que a Galiza cristã é basicamente a sua continuação, então não faz sentido falar (pelo menos aqui, na faixa ocidental da Península) de "reconquista": passado o Mondego, os Suevo-Galego-Portugueses estavam em zona onde nunca tinham posto o pé...

Isso mesmo resulta do documento de 938 (duzentos anos antes de D. Afonso Henriques!) que referes: "em Galiza, na extrema (quer dizer, na fronteira) do Minho (Rio) e na extrema do Douro".

Essa 'extrema do Douro' é que deu a nossa Extremadura (há-as em Portugal e em Espanha), mas refere-se à região que hoje designamos por 'Beira', palavra que no falar da gente do Norte quer dizer algo semelhante ao 'fim' que vemos em 'finisterra': - "parei o carro à beira da estrada porque senti que estava à beira de adormecer". A 'Extremadura' foi descendo à medida que avançava a ocupação militar, detendo-se só (o nome) quando o grande rio Tejo justificou uma nova referência: terras de cima (Riba) e de além Tejo.

Se olharmos a partir do Minho, os nomes das províncias de Portugal ganham significado (assim, também, 'Trás-os-Montes'...)

Por essas e por outras é que o conde dom Henrique, o pai do nosso primeiro Rei, se declarava em documentos 'dominante em Portugal e em Coimbra'.

Foi obviamente a partir da independência (que anda mais ou menos a par da data da conquista de Lisboa) que 'Portugal' passou a ser nome de reino - e mesmo assim não incluiu o Algarve senão com a vitória 'liberal' de 1820...

Klatuu o embuçado disse...

1. A origem céltica dos Calaicos é pura mitologia nacionalista. Os Calaicos são a «civilização dos castros», claramente ibérica e correspondendo à primeira vaga de invasores da península, mas «alimentando-se» de algo muito mais antigo: a população neolítica autóctone.

O portus cale dificilmente remontará para língua céltica (tudo fantasia), mas sim para o próprio Latim e o Grego; é o Porto Belo: o rio Douro.

Estudos britânicos recentes comprovam um comum genético entre parte dos Britânicos e os Galegos; que o nacionalismo logo interpretou adentro do pendor maníaco celtista... O que, de facto, se passa (qualquer historiador o sabe) é que foram os Iberos os primeiros invasores das ilhas britânicas (antes dos Celtas), constituindo este «sangue ibérico» o fundo de muita população britânica, e que, por exemplo, aproxima Irlandeses a Portugueses e Galegos.

2. Só o reino suevo explica a diferença finistérrica (comum a Portugueses e Galegos) enquando unidade política. A «tese céltica», nada.

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Quanto à «Portugaliza», nunca passaria de uma «Galenhota»: conluio de Galegos e Minhotos. Além da Língua, de comum origem, a Galiza nada tem que ver com Portugal na sua inteireza; apenas com uma exígua parte do norte de Portugal. Mais próxima, em termos estritamente étnicos, está a Extremadura espanhola, a restante nação lusitana, com capital em Mérida.

Casimiro Ceivães disse...

Klatuu:

1. À História o que é da História, ao mito o que é do mito. O 'mito celta' nasceu no séc. XIX e por mim deixo-o ficar, e é bem vindo. Qualquer adolescente se faz compreender, hoje, se disser que gosta dos 'romances celtas' do Rei Artur e de Avalon, da Marion Zimmer Bradley ou da Juliet Marillier. É como chamar góticos aos góticos... E antes 'romance celta' e 'música gótica' do que romancinhos de algodão, pop-CocaCola ou techno.

2. O 'Celta', na imaginação dos britânico-irlandeses (deste lado e do outro do mar...) é afinal 'o Outro' (pode ser também o Índio, a Bruxa, o Vampiro, o Pirata). Se tivéssemos vivido a Revolução Puritana ou o Napoleão, os primeiros niveladores da Europa, e se não tivéssemos no sangue e na alma a estranha herança judaica, saberíamos bem essa alternativa ao sebastianismo que é feito só de urze e carvalhos...

3. É desse fundo mítico que se alimenta a autonomia galega, e enquanto se mantiver no domínio do mito eu acompanho-a. Não há Avalons feitas de aço e plástico, e não tenho alternativa para lhe dar.

4. O primeiro grande arqueólogo do Norte de Portugal, Martins Sarmento, explorou toda a vida as 'citânias' (Castros) do Minho, e principalmente a famosa de Briteiros (perto de Guimarães) que lhe ficava no fundo do quintal. Concluiu pelo seu não-celtismo (claro!) e levou com os historiadores de Lisboa em cima :) Na altura (1860, mais ou menos) a moda era 'celta' - os 'germano-arianos' ainda não estavam na mó de cima...

5. Chame-se-lhe o que quiser, Celtas, Lígures (como queria o Martins Sarmento) ou outra coisa qualquer: é fácil, são os povos que desconhecem o Toiro e conhecem a Gaita-de-Foles :)

6. Agora, a História. Em meu entender, Suevos e Visigodos são tão irrelevantes uns como outros. Em qualquer caso, do Lima (que passa uns 30 km abaixo do Minho, perto da Foz) para Norte, as povoações deixam de ter maioritariamente nomes germânicos. Desaparecem os Gondomar ('vila de Gundemir'), os Resende ('vila de Rodesind'), os Nevogilde ('vila de Leovigild') e aparecem outras sonoridades. Só Deus sabe que língua gerou o nome Curcubión (perto da Corunha) ou o Afife (perto de Viana do Castelo). Mas não é árabe (claro!) nem latim, nem germânico...

7. A embrulhada em que se meteram os historiadores nacionalistas castelhanos e galegos é infinda, no que diz respeito aos primeiros séculos chamados 'da Reconquista'. Como se não bastasse já a aflitiva falta de documentos. Entre o Pelayo visigodo (!!) e o Reino de Leão 'que só existiu no papel' (!!!) é dificil ver claro.

8. Em qualquer caso, o momento fundacional de Portugal-Estado (como o vemos agora) não é a batalha de Ourique contra os 'mouros' nem a batalha de São Mamede contra a Rainha D. Teresa e os 'galegos' - é o momento em que Afonso Henriques desloca o centro de poder, temporal e espiritual, de Guimarães para Coimbra (para Santa Cruz de Coimbra), a cidade moçárabe. Os nobres do Minho e do Douro, os chefes de família pelo menos, não o acompanharam. Ficaram nos seus castelos e paços do Minho (de uma e de outra margem do Minho). Acompanharam-no aventureiros, muitos deles estrangeiros, juristas, filhos segundos com pouca herança. Afonso Henriques fez o que mais tarde faria D. João I em idênticas circunstâncias - uma nobreza nova. E Portugal 'sem fim' - desligado da região que lhe dera o nome - nasceu. Depois, tratou-se de conquistar esta simpática cidade onde agora vivo - Lisboa do Mar. Nós, os Minho-Galegos, ficámos onde sempre estivemos. Houve coisas boas - a Inquisição e os Autos de Fé são-nos desconhecidos, e o porco assado tem um sabor especial.

Abraço!

Klatuu o embuçado disse...

... Nada por acaso Dom Afonso Henriques toma Tui, e depois inflecte para Badajoz, revelando a sua estratégia, conquistando várias outras praças fortes da Extremadura espanhola. Chefe a chefe, aceitação de Afonso na Extremadura espanhola foi vasta...

Este detalhe é mais do que intrigante para qualquer historiador que não esteja amarrado de grilhetas académicas. As nações têm uma alma mais antiga que os homens...

Casimiro Ceivães disse...

PS. Li só, e respondi, ao teu primeiro comentário, li agora o segundo.

A questão é que a 'unidade' de Portugal não existe - nem sequer existia no falar até um exército de professores primários dizer aos meus antepassados o que é 'certo' e 'errado' (!!!) na sua lingua.

Não 'somos', de ceta forma, celtas nem lusitanos nem iberos nem fenícios. Somos minhotos ou alentejanos ou saloios ou mirandeses, se pudermos ainda ser alguma coisa - infelizmente, somos agora principalmente escravos da televisão, dos automóveis e dos hipermercados, e nesse sentido somos imigrantes num estranhíssimo mundo.

Nem sequer preservámos a palavra 'pays' no seu sentido original - um 'pays' é uma zona em que a 'paisagem' é a mesma, nas pedras e nas almas. Nesse sentido, um francês do século XVI disse, aos latinistas renascentistas que reinventaram a 'patria' dos Romanos por subserviência ao Rei de França: 'quem tem um país nao precisa de pátria' ('qui a un pays n'a point besoin de patrie')

Klatuu o embuçado disse...

Celtas são «os outros» para os Gregos, ou seja, infra-humanos, abaixo de «bárbaros» (o que não fala o Grego). Mas, como é óbvio, os Celtas foram muitos povos, alguns dos quais são antepassados dos próprios Gregos, dos Filisteus bíblicos, etc.

Os Suevos são a raiz do sentimento de independência política da finisterra (isto está profusamente documentado e explanado por vários autores). Os próprios Godos se tornaram herdeiros das casas nobres suevas, ordenando-se como «Suevos».

Coimbra, sim, mas Portugal nasce com a conquista de Lisboa, reganhando a alma moçárabe, que era já a do corredor entre Mondego e Tejo, e reentrando na cultura mediterrânica, que é o seu mais fundo temperamento...

Foram os Cónios que comerciaram as antepassadas das falcatas lusitanas. Como sabemos, os Cónios foram semitas, e, quiçá (a religião e a língua apontam nesse sentido), uma das «tribos perdidas» de Israel...

Abraço MIL.

Klatuu o embuçado disse...

A unidade de Portugal existe: não é povo, povos, raça, raças, ou seja outra coisa que for, senão isto: o feitiço da finisterra, que funde tudo, que dá uma nova alma aos homens. Este altar da terra árida frente ao mar sem fim...

Casimiro Ceivães disse...

Respondendo à questão de Badajoz: decerto. Após Coimbra, que é uma especial ilha moçárabe, entrava-se em terras submetidas a pequenos reis de Badajoz ao Alentejo, com Sevilha no Centro (essa longe demais, só viria a ser conquistada por Castela cerca de 1225). Era importante, e demasiado tentadora, a região Santarém-Lisboa, mas não chegava. E pensa nisto: quem sabe se não sonhou com o acesso ao Mediterrãneo? A fronteira luso-espanhola é quase uma linha Norte-Sul, mas não houve nenhum Tratado de Tordesilhas a salvaguardar os direitos de Portugal e Castela. Por um triz (e esse 'triz'... foi o D. Dinis) o Algarve não foi, todo ele, castelhano. E se Portugal acabasse em Odemira, mal estaríamos para navegar.

Eu acho que as coisas se sobrepõem, digamos assim; não se excluem tanto como a nossa mentalidade de europeus cartesianos está tentada a supor.

Klatuu o embuçado disse...

Para concordar com essa hipótese, não preciso de História, apenas conhecer a Alma da Finisterra... é isso que «dorme» neste chão, e que, desesperadamente tenta regressar «a casa»...

Abraço, vou dormir.
(Se amanhã quiseres almoçar...)

Casimiro Ceivães disse...

E também de acordo com a tua belíssima imagem da Finisterra, sim. Ainda que ache que aqui, nestas terras do Sul (falo de Lisboa, mesmo 'guardada' pelas serras 'mágicas' de Sintra e Arrábida') sempre se soube que perto há o Mediterrâneo, o comércio, o 'outro lado' mesmo que infestado de 'piratas berberes'. As terras do meu Norte têm uma diferença: aquela Finisterra ficou isolada várias vezes, por terra, da 'Europa' - com a queda de Roma, com a queda dos Visigodos. LOndres e a Flandres dos comerciantes só muito mais tarde se ergueram. Um paralelismo curioso: a própria Igreja Romana - a instituição mais bem organizada durante quase mil anos - desenvolveu ritos próprios e uma sensibilidade propria em Braga (Galiza) e na Irlanda. Em parte, talvez, a alma de druidas e coisas dessas; em parte, uma questão mais prosaica: não chegavam notícias de Roma... Ora, eu acho que por exemplo o Bispo de Lisboa, mesmo durante os tempos do caos romano ou durante o poderio muçulmano, estava em contacto com as grandes cidades cristãs do Mediterrãneo - onde abundavam os teólogos e faltavam os santos... :)

Abraço MIL!

Klatuu o embuçado disse...

Este é um poeta, pá. Em tempo de política assassina também acabavas encostado ao muro... :)

Abraço!

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Mas posso sempre emprestar-te um dos meus machados, ou uma falcatazita... ;)

Rui Martins disse...

pena é que eu não consiga copiar os comentários (ctrl-C) para os ir respondendo em offline... isso não se pode alterar?

Klatuu o embuçado disse...

Faz mas é um post. A questão não é a «união», seja com que outra nação lusófona for - a própria existência da CPLP supõe uma união evolutiva -, a questão é a forma, os prazos, as prioridades.
Comecemos pelo chão - nem isso ainda temos -, depois virão as paredes (e não te iludas: estaremos todos a fazer estrume quando as paredes forem erguidas), só depois o tecto.

A nós coube-nos em destino fazer o chão... olha para o chão.

Abraço MIL!

Rui Martins disse...

Ahah! Já consegui copiar os comentários...
Agora posso escrever uma réplica digna daqueles interessentes comentários que o Casimiro e o Klatuu aqui deixaram...
é esperar...

Casimiro Ceivães disse...

O primeiro passo é desabituarmo-nos da parolice de falar mau castelhano mal chegamos a Tui.

O segundo passo é individual - ir ao Cabo Finisterra e, lá, meditar na mesquita de Cordoba. Sob a vigilância clandestina dos corvos.

Rui Martins disse...

corvos matriciais à fundação da cidade de Lisboa e a Sagres, o Promotorium Sacro dos nossos antepassados cónios.
E símbolo alquímico por excelência da Obra ao Negro, a fase precisa em que (creio e espero) nos encontramos enquanto cidadãos lusófonos...