MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia
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Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silva
5 comentários:
Porque será que na boca (e na pena) de certas pessoas... o Agostinho pedagogo parece sempre um beato pateta ou um paneleiro de totós?? Dá que pensar!
A chefia foi confundida pela 'esquerda' com o uso da força bruta, e pela 'direita' com o 'mérito'. Estes textos daqui a uns anos serão tão enigmáticos como o do Pessoa sobre o Jacques de Molay publicado aqui...
Mas é um gosto ler isto.
Como tenho verificado, a imagem que passou do Agostinho pedagogo é de facto, na versão mais benevolente, a de um lírico sem qualquer noção da realidade. Basta uma passagem como esta para estilhaçar essa imagem...
O problema maior não é contudo esse: o problema maior é que se a situação narrada se passasse hoje, o Agostinho não chegaria ao 3º aluno, quanto mais ao 31º. Quando chegasse ao 2º, levaria logo com um processo disciplinar em cima...
Extraordinário, de facto. Mas não surpreendente...
Os leitores apressados e mitificantes de Agostinho da Silva, no que concerne à questão educativa, parecem sempre querer trocar a perspectiva teórica por uma utopia fácil, esquecendo que a pedagogia é para humanos e não para bestas.
Ora, o «homem nascido à imagem de Deus», se não procurar tornar-se à semelhança do Divino, não passa de besta, como o colibri ou a minhoca (também à imagem de Deus feitos).
O processo pelo qual de transforma a besta homem em humano é, no sentido teológico profundo, a única pedagogia. Este processo não é fácil e exige sacrifícios... a primeira etapa é a domesticação da besta.
Aliás, etapa que é comum tanto a educar meninos como a qualquer via iniciática. E no fundo isso é toda a educação: indicar à besta o caminho da civilização.
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