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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

“Abordagens no pensamento português”, de Anna Maria Moog Rodrigues

 

Havendo já vários estudos, está ainda por fazer um balanço exaustivo sobre o contributo dos intelectuais portugueses que no Brasil, por razões várias, década após década, se fixaram ao logo do século XX – contributo não apenas para a cultura brasileira, mas para a nossa comum cultura lusófona.

O primeiro dos mais proeminentes a deixar uma marca indelével no Brasil terá sido Fidelino de Figueiredo. Tendo saído de Portugal ainda na década de 20, fixou-se Brasil entre 1938 e 1951 e, sobretudo na Universidade de São Paulo, deixou uma plêiade de discípulos que, ainda hoje, promovem essa ponte cultural entre o Brasil e Portugal.

Nas décadas seguintes, já no período do Estado Novo, vários intelectuais fixaram-se também, em diferentes épocas, no Brasil – nomeadamente, Jaime Cortesão, Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Eduardo Lourenço. Sendo que aqueles que mais estiveram no Brasil não apenas enquanto exilados – mas como plenos cidadãos luso-brasileiros – terão sido Eudoro de Sousa e, sobretudo, Agostinho da Silva, que, a partir do Brasil, nos legou um horizonte de verdadeira fraternidade, não apenas cultural mas também política, entre o Brasil e Portugal.

Já após a Revolução de 1974, houve uma nova leva de ilustres exilados – nomeadamente, de professores saneados de Universidades Portuguesas, facto que em Portugal, ainda hoje, só vai sendo reconhecido com alguma, quando não bastante, relutância. Uma vez mais, porém, azar de Portugal, sorte do Brasil, que recebeu, na década de setenta, mais alguns intelectuais portugueses.

Falamos aqui, em particular, de Francisco da Gama Caeiro e de Eduardo Abranches de Soveral, das Universidades de Lisboa e do Porto, respectivamente. Em particular no Rio de Janeiro, na Universidade Gama Filho, em parceria com alguns ilustres professores brasileiros – como António Paim –, também eles deixaram – tal como Fidelino de Figueiredo, meio século antes – uma plêiade de discípulos que, ainda hoje, promovem essa ponte cultural entre o Brasil e Portugal. Neste caso, uma ponte particularmente sólida, dado que filosoficamente fundamentada.

Anna Maria Moog Rodrigues é um dos melhores exemplos dessa plêiade. Com um percurso tão sinuoso quanto rico – graduada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1957) e com um Mestrado em Filosofia pela Universidade do Kansas, nos Estados Unidos da América (1961), doutorou-se depois em Filosofia pela Universidade Gama Filho (1982) e, já nos anos noventa, beneficiou de um bolsa de estudos do Instituto Camões para aprofundar in loco as suas incursões pelo pensamento português. Este livro, Abordagens no pensamento português, reflecte todo esse aprofundamento.

Detendo-se em figuras maiores do pensamento português contemporâneo – de, entre outros, Antero de Quental, Cunha Seixas, Amorim Viana, Sampaio Bruno e Leonardo Coimbra, até Delfim Santos, Afonso Botelho, António Quadros, Pinharanda Gomes e António Braz Teixeira –, Anna Maria Moog Rodrigues prova uma vez mais ser uma das pensadoras brasileiras que melhor sabe cruzar essa ponte filosófica-cultural entre o Brasil e Portugal. Nos 200 anos da independência do Brasil, eis uma bela forma de celebrar o que mais no une: não já uma filosofia apenas luso-brasileira mas, mais extensivamente, uma filosofia lusófona, extensiva a todos os falantes da nossa língua comum. Gratos, Anna Maria, por esta valiosíssima dádiva à nossa causa da Lusofonia.

1 comentário:

Nova Águia disse...

Caro
Renato Epifânio

Mais uma vez o felicito pelo oportuno artigo, que, a propósito do livro da Amiga Ana Maria Moog, lembra os muitos e valiosos contributos resultantes de exílios, que afinal o não foram de todo, de portugueses no Brasil. Lembro, por exemplo, os de Lúcio Pinheiro dos Santos, de Cândido da Costa Pinto e sobretudo o de Afonso Botelho. Aliás, para alguns, pelo menos, foi a partir do Brasil que melhor passaram a compreender Portugal.
Com o abraço de sempre,
Joaquim Domingues.