*É um Lusófono com L grande? Então adira ao MIL: vamos criar a Comunidade Lusófona!*

MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).

Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).

Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

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Outras obras promovidas pelo MIL: https://millivros.webnode.com/

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Também no jornal "Público": Recordando Spínola...

 


Passado já um quarto de século sobre o seu falecimento, nunca como nestas últimas semanas o nome de António de Spínola (1910-1996) foi tão evocado. A propósito do falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho, mil e uma vozes se insurgiram contra a ausência de luto nacional neste caso, comparando com o luto nacional decretado em Agosto de 1996, com o “argumento” de que também António de Spínola tinha patrocinado actos terroristas – no seu caso, numa campanha alegadamente de “extrema-direita”, como bastas vezes se escreveu, como se o perfil político de Spínola pudesse ser assim tão redutoramente rotulável.

Segundo grande parte da nossa opinião publicada, o primeiro Presidente da República no período pós-25 de Abril foi pois, passe o absurdo, alguém de “extrema-direita”. O próprio Otelo Saraiva de Carvalho, como assumido spinolista que era em 1974, também, passe o absurdo ainda maior, o seria, antes de se tornar no líder maior da nossa “extrema-esquerda”. Convenhamos que esta narrativa forjada para defender Otelo e justificar o decreto do luto nacional em sua memória é assassina (neste caso apenas metaforicamente…), por mais que se reconheça o perfil politicamente errante do Otelo.

Mas detenhamo-nos na figura de Spínola. Tendo-se notabilizado enquanto militar na Guiné-Bissau, veio progressivamente a defender uma solução política para a “Guerra do Ultramar”, tendo, com esse horizonte em vista, publicado o livro Portugal e o Futuro, que levou ao pedido de demissão de Marcello Caetano, que o então Presidente da República, Américo Thomaz, não aceitou. Nesse livro, Spínola defendeu, como é por demais sabido, duas teses essenciais: 1) a insustentabilidade do modelo imperial vigente e da sua consequente guerra em curso; 2) a inevitabilidade do processo de descolonização, sendo que esse processo deveria ser devidamente organizado tendo em vista uma solução (con)federal de Estados de língua portuguesa, proposta a ser devidamente sufragada em eleições.

Não sabemos o que teria acontecido se Américo Thomaz tivesse aceitado o pedido de demissão de Marcello Caetano e tivesse convidado António de Spínola para o seu lugar – nem sequer somos particularmente adeptos de “histórias alternativas”. Parece-nos, porém, mais do que justo reconhecer o seguinte: Spínola foi dos poucos políticos portugueses, senão o único (ao mais alto nível), a estar, por esses tempos, genuinamente preocupado com o futuro político das ex-colónias. Excluindo desta equação aqueles que se bateram (com sucesso) pelo ingresso desses países recém-criados na área de influência soviética, (quase) todos os outros não se preocuparam o suficiente, como é hoje mais do que evidente. Dir-se-á que, mesmo que assim não tivesse sido, o resultado não teria sido (muito) diferente: guerras civis, regimes de partido único, etc. Talvez. Mas Spínola, pelo menos, tentou. E isso faz, ainda hoje, quase meio século depois, toda a diferença.

Renato Epifânio

Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono

www.movimentolusofono.org


1 comentário:

António Ladrilhador disse...

Recordando, de Abril de 1974, o papel e a pessoa do Tenente-Coronel Saraiva de Carvalho, publiquei uma reflexão que o convido a ler no Mosaicos em Português em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/07/otelo-o-espinho-que-nem-morte-arrancou.html, e a comentar, se assim o entender.
Procurei ser isento e objetivo, baseando-me exclusivamente nos factos divulgados.
Votos de uma boa semana!