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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Malaca - Sara luta para preservar o dialecto português

 A pandemia obrigou uma luso-malaia a cancelar as aulas de dança e música no crioulo de matriz portuguesa de Malaca, mas a vontade de não parar levou-a a criar aulas e páginas online para esta língua não ser esquecida


Todos os sábados, desde outubro de 2020, Sara Frederica Santa Maria ensina, de forma gratuita, cerca de 20 pessoas, a maioria crianças luso-malaias do bairro português em Malaca, mas também adultos do bairro e de Singapura, contou a professora à agência Lusa.

“A minha aluna mais velha tem 90 anos”, detalhou.

Sara explicou que por causa da pandemia da covid-19 as aulas na sua casa de dança e música no crioulo de matriz portuguesa kristang tiveram de ser canceladas, para segurança dos cerca de mil a dois mil lusodescendentes que vivem nas quase 200 casas naquele bairro português.

“A dança não podia mais ser feita” por causa da pandemia, afirmou, ainda que, segundo Sara, não tenha havido qualquer caso entre a comunidade luso-malaia em Malaca.

A vontade de preservar a memória do pai, que morreu em 2008, e o “medo de perder a língua” fez com que decidisse, em 2012, abrir as portas da sua casa também todos os sábados, das 16h00 às 18h00, para ensinar dança e música em kristang às crianças do bairro.

O kristang surgiu há cerca de 500 anos quando os portugueses conquistaram o porto estratégico de Malaca (em 1511), uma cidade no coração de um lucrativo comércio de especiarias.

Ainda assim, a covid-19 não a impediu de continuar a preservar a memória, tanto do seu pai, como do kristang.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o kristang encontra-se “seriamente ameaçado”, estimando-se que pouco mais de duas mil pessoas ainda saibam falar este crioulo de matriz portuguesa.

Sara disse que não consegue ficar parada e por isso decidiu dedicar o tempo que tinha livre para dar aulas de kristang, na mesma hora das aulas de dança, mas não só: ensina também a cultura portuguesa, nas suas várias vertentes, entre elas a católica.

O objetivo, explicou, “é que as pessoas não percam o jeito” de falar este dialeto, que emprega a maior parte do seu vocabulário do português, mas a sua estrutura gramatical é semelhante ao malaio e extrai as suas influências dos dialetos chinês e indiano.

Além das aulas online, Sara criou um grupo na plataforma Whatsapp e ainda um canal no Youtube.

Agora que chegou a semana da Páscoa, no grupo de criou na plataforma Whatsapp, Sara partilha conteúdo em kristang sobre esta festividade católica, num país onde islamismo é a religião oficial e é praticado por mais de 50% da população malaia (31 milhões de habitantes) e onde catolicismo é praticado por cerca de 8% da população.

“Dumingu di ramo” (Domingo de Ramos) ou “Bong Semana Santa tudu” (Boa Semana Santa para todos), são alguns dos exemplos, juntamente com os vários agradecimentos à mestre – “Muitu merseh, mestri Sara”.

O próximo objetivo de Sara é ir a Goa marcar presença na 3.ª Conferência das Comunidades Portuguesas na Ásia. Devido à pandemia, ainda não é certo que poderá decorrer este encontro que, em 2019, na segunda edição, juntou no Bairro Português de Malaca representantes das comunidades asiáticas descendentes de portugueses, numa iniciativa de partilha das raízes culturais, com cerca de 300 luso-asiáticos, de várias comunidades do continente.

A relação de Portugal com Malaca remonta a 1509, quando Diogo Lopes Sequeira, enviado do Rei D. Manuel, aportou em Malaca para estabelecer relações com o soberano local e dois anos mais tarde Afonso de Albuquerque desembarcou em Malaca, demoliu a Grande Mesquita e levantou no local uma fortaleza que seria um importante entreposto comercial.

Depois de 100 anos de domínio português, a cidade foi tomada pelos holandeses, depois pelos ingleses, até à independência da Malásia, em 1957. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo com “Lusa”

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