Alimentada pela procura crescente, especialmente da China, a produção agrícola do Brasil está em alta, com produção recorde de soja, milho e outros grãos, segundo responsáveis do sector.
Os agricultores do maior produtor mundial de soja e do terceiro produtor de milho estão a produzir quantidades recorde, capitalizando os preços em máximos de vários anos nos mercados mundiais, que recuperam da pandemia de coronavírus, informou a AFP.
Segundo a agência governamental de abastecimento agrícola, Conab, a produção de grãos no Brasil continua a bater os recordes da colheita de 2020-21, com crescimento de 16,8 milhões de toneladas, ou 6,5%. Os produtores de grãos brasileiros expandiram as suas terras agrícolas totais neste ano em 68,5 milhões de hectares, um aumento de 3,9%, segundo o mesmo relatório da agência brasileira.
A colheita de soja deverá atingir um recorde histórico de 135,5 milhões de toneladas, 8,6% acima do registado no ano passado, que já tinha sido um novo recorde. O milho também está a caminho de um recorde, com previsão de colheita de 109 milhões de toneladas, uma subida de 6,2%.
Os agricultores estão a trabalhar a grande ritmo em lugares como Salto do Jacuí, no coração de uma região agrícola no estado do Rio Grande do Sul, o terceiro maior estado produtor de grãos do Brasil. “Estamos muito felizes com os resultados da colheita deste ano”, disse à AFP o agricultor Adroaldo Rossato.
“Graças ao excelente clima, tivemos uma produtividade excelente. E os preços também estão muito altos, muito acima dos anos anteriores”, adiantou o agricultor brasileiro.
Grande parte da colheita do Brasil irá para a China, cuja recuperação da pandemia impulsionou o mercado de mercadorias agrícolas. O “Bloomberg Commodity Index” subiu 32% no ano passado, com o apetite renovado de Pequim por matérias-primas a levar os preços a máximos de vários anos. A China voltou a ser um importador forte de soja, mas também de petróleo, cobre, minério de ferro e carvão.
A tendência leva mesmo alguns analistas a questionarem-se se a economia global está no início de um novo “superciclo de mercadorias”. “Para podermos assistir ao início de um novo superciclo, este crescimento robusto da procura que estamos a ver na China terá de ser sustentável por vários anos”, avisou o chefe do banco ING de estratégia de mercadorias, Warren Patterson, numa nota aos investidores. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “AFP”
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