São mais de 200 milhões de hectares que continuam ausentes dos catálogos turísticos e dos agronegócios. No entanto, a crescente procura por alimentos, madeira e carvão, a falta de oportunidades económicas e o comércio ilegal de espécies estão a ameaçar o segundo pulmão verde do planeta.
“Precisamos urgentemente compreender como funcionam as florestas da África Central para criar planos sustentáveis e que beneficiem as comunidades, o clima e a biodiversidade ao mesmo tempo”, disse Paolo Cerutti, um dos grandes especialistas mundiais no assunto e responsável pelo Projeto Formação, Pesquisa e Meio Ambiente em Tshopo (Forets), no norte da República Democrática do Congo (RDC), citado pelo jornal El Pais.
A gigantesca floresta está distribuída por seis países (República Democrática do Congo, República do Congo, Gabão, Camarões, República Centro-Africana e Guiné Equatorial). É a mais importante bacia hidrográfica da região que engloba o rio Congo (o segundo maior e mais importante da África) e os seus diversos afluentes dos quais se destacam: rio Cassai, rio Lomami, rio Lowa, rio Oubangui, e rio Ubangui.
A Flora presente é muito vasta, abrigando cerca de 10 mil espécies vegetais, como as palmeiras, o cedro vermelho, o mogno e o carvalho. Rica em Biodiversidade vegetal e animal, abriga ainda diversas espécies de mamíferos, insetos, aves e répteis. A Bacia do Congo regula também o clima e os padrões de chuva do mundo.
As principais causas de degradação da região são a produção de carvão e a agricultura de corte e queimada, seguidas pela extração de madeira e a mineração. “Normalmente, os madeireiros artesanais cortam de forma seletiva as árvores que interessam aos setores de marcenaria e construção”, explica a cientista Silvia Ferrari, citada pelo jornal El Pais. “Depois a população local corta o restante das árvores para fazer carvão e, na última etapa, queima toda a vegetação da região para cultivar alimentos como a mandioca. A produtividade é muito baixa e a terra logo se esgota, razão pela qual o ciclo se repete em outro lugar, devorando a floresta progressivamente”, acrescenta a especialista. In “Green Savers Sapo” - Portugal
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