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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Cabo Verde - Pedro Pires afirma que a Guiné-Bissau ainda paga o “custo” da luta armada

Praia – O ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires considerou que a Guiné-Bissau ainda paga o “custo da luta armada que fez”, na influência política nas Forças Armadas e lamentou que “as melhores lideranças” não tenham podido chegar ao poder.

“Acompanho o que acontece na Guiné-Bissau, acompanho as evoluções, discuto por vezes com as pessoas, procuro compreender as causas. Por vezes, tenho impressão que a Guiné-Bissau paga até agora o custo da luta armada que fez, criou umas Forças Armadas com influência política, depois dificuldades de afastar as Forças Armadas de decisões políticas. Há vários factores que se entrecruzam e tornam a liderança e a gestão do país mais complicada”, apontou Pedro Pires.

A posição foi assumida pelo antigo chefe de Estado cabo-verdiano (2001 a 2011) em entrevista à Lusa a propósito do último “Relatório sobre a Governação Africana da Fundação Mo Ibrahim”, instituição que lhe atribuiu o Prémio de boa governação em 2011.

A Guiné-Bissau vive um momento de grande tensão política e de violência, tendo neste momento dois governos e dois primeiros-ministros.

O Presidente guineense, José Mário Vaz – que por sua vez é recandidato ao cargo nas eleições presidenciais de 24 de Novembro -, deu posse no dia 31 de Outubro a um novo Governo, liderado por Faustino Imbali, depois de ter demitido o executivo liderado por Aristides Gomes em 28 de Outubro, e afirmou no domingo que a sua decisão “é irreversível”.

Na mesma entrevista à Lusa, o antigo Presidente Pedro Pires admitiu ter “relações muito especiais de afectividade” com a Guiné-Bissau, países (juntamente com Cabo Verde) que partilharam o processo de luta anticolonial.

“Acompanho a situação, essa transição na Guiné-Bissau tem sido difícil, transição de colónia para país soberano, a construção do Estado soberano, depois a transição de regime mono partidário para regime pluripartidário, são transições que exigem também gestão, as lideranças têm de fazer a gestão de modo a conseguir aderir, integrar toda a gente. Por vezes isso não acontece”, apontou, alertando ainda para um dos “factores externos” que vai ameaçando a estabilidade do país.

“Por exemplo, na Guiné-Bissau toda a gente fala de um factor externo complicado que é o narcotráfico. São vários elementos que conduzem a uma maior complexidade da gestão da governação”, disse um dos heróis da guerra da independência do país, ao lado de Amílcar Cabral.

A diversidade étnica e cultural do país, sublinha, é “outro aspecto” a levar em conta na Guiné-Bissau.

“Nessa base não estou em condições de condenar, de apontar o dedo a alguém, o mesmo esforço é no sentido de compreensão neste momento do que se passa, será possível? Acredito que, apesar das dificuldades actuais, das tensões políticas actuais, que os guineenses vão encontrar o caminho. Não têm tido sorte na questão das lideranças, e as melhores lideranças não têm podido chegar ao poder. Vamos ver se é desta”, enfatizou Pedro Pires.

O relatório da Fundação Mo Ibrahim, lançado em Outubro, tem como objectivo avaliar o progresso em termos da implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas) e da Agenda África 2063, entre outras prioridades.

A Fundação, que baseou este estudo nos dados do Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG), concluiu que “os institutos de estatísticas nos países africanos em geral sofrem de falta de recursos financeiros” e de apoio dos governos.

Segundo o documento, quase metade das metas da Agenda 2063 – definida pela União Africana – não é directamente quantificável e menos de 20% não possui um indicador para medir progressos.

Mais de metade dos tipos de fontes de dados sobre os indicadores dos ODS em África correspondem a estimativas ou estudos internacionais e apenas um terço das fontes de dados são de fontes directas nacionais, refere o estudo. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”

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