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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Galiza - Alcançar a utopia: o ensino de português

Que as nossas crianças e jovens possam aprender português no sistema público de ensino é fulcral para o futuro da nossa língua. A Galiza é uma potência lusófona com data de validade quase a expirar, mas com a aprendizagem de português a data de validade torna-se infinita

Este ano académico começa com uma novidade histórica no sistema de ensino público da Galiza, estou a falar do facto de termos, pela primeira vez, professores de língua portuguesa oficialmente reconhecidos como tal. Se já há uns anos que os nossos estudantes podem escolher como língua estrangeira o português, também é certo, e de justiça, dizer que esta matéria estava a ser lecionada por pessoas que tinham um empenho particular em desempenhar esta tarefa, fosse pelos motivos que fossem.

A estes professores que iniciaram o ensino do português no secundário só temos muito a agradecer por terem aberto este caminho e por terem sido capazes de solucionar todos os entraves que a administração colocou e tenta colocar todos os dias para que o português no secundário não seja uma realidade. Este grupo de docentes foi pioneiro no seu trabalho e por isso deve ser reconhecido.

Ora bem, as condições destes docentes nunca foram as ótimas. Estamos a falar de que se estava a lecionar uma matéria no sistema de ensino público que não tinha nenhum especialista nessa matéria, estamos a falar de que não houve formação específica para esta pessoas em todos estes anos ofertada pela Conselharia correspondente. Falamos de que quando um destes docentes faltava ao seu posto de trabalho era substituído por uma pessoa à que não se lhe exigia conhecimento na matéria, e como estas muitas.

Mas este mês de setembro ficará para a história porque se incorporam ao sistema de ensino público quatro pessoas com vaga na especialidade de português. Finalmente a administração resolveu convocar estas vagas há tanto desejadas. Mas convido para a reflexão: foram convocadas estas vagas apenas pela vontade desta Conselharia? Para mim, um absoluto não. Estas quatro vagas de português são o resultado duma reivindicação social história. Uma reivindicação abandeirada pelo movimento reintegracionista galego mas não só, pois o movimento nacionalista, em geral, sempre apoiou esta batalha, assim como outro tipo de coletivos que viam no caminho da aprendizagem do português uma saída para o galego, uma saída laboral, uma saída económica, etc.

Só temos que virar a cabeça atrás e lebrar quando ainda se faziam pintadas nas paredes com legendas tipo “ Português no ensino desde já” campanha que levou avante o MDL (Movimento Defesa da Língua) há 20 anos. Estamos a falar de mais de 20 anos de luta social para que o estudo do português no secundário seja uma relaidade. E hoje fazemos história, e o movimento social que manteve esta luta durante todos estes anos deve sentir imenso orgulho nisso.

Nos últimos anos a associação DPG (Docentes de Português na Galiza) centrou muitos dos seus esforços em trabalhar para contribuir desde a profissionalidade neste objetivo e devemos agradecer a estas pessoas o grande trabalho voluntário que leva feito até hoje.

Que as nossas crianças e jovens possam aprender português no sistema público de ensino é fulcral para o futuro da nossa língua. A Galiza é uma potência lusófona com data de validade quase a expirar, mas com a aprendizagem de português a data de validade torna-se infinita.

Desejo aos novos professores de língua portuguesa na Galiza o melhor no seu desempenho docente e que sempre sintam orgulho em saberem que têm um trabalho fruto duma conquista social, por vezes a utopia consegue-se. Teresa Carro – Galiza in “Sermos Galiza”


Teresa Carro Sobral – É professora de português na Escola Oficial de Idiomas de Ponte Vedra, faz parte do Movimento Reintegracionista Galego desde 1996, quando trabalhava com a “Associação NH” de Ponte Vedra, fez parte do MDL e é sócia da AGAL.

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