Em sintonia com todos os
cidadãos lusófonos, manifestamos a nossa profunda tristeza com o incêndio que
destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro neste início de Setembro,
instituição fundada há 200 anos, por D.
João VI, e que se tornou no maior
museu de História Natural da América Latina.
Cientes de que o valiosíssimo
espólio, com cerca de 20 milhões de peças, será em grande medida irrecuperável,
exortamos os diversos países de língua portuguesa para oferecerem ao Museu Nacional
do Rio de Janeiro, que deverá ser reconstruído tão cedo quanto possível,
algumas peças dos seus Museus nacionais.
Obviamente, Portugal deverá
ter, nesta questão, um papel indeclinável. O Museu Nacional do Rio de Janeiro
preservava, como nenhum outro Museu, a memória viva da relação umbilical entre
o Brasil e Portugal. Mais do que a qualquer outro país de língua portuguesa,
cabe pois a Portugal empenhar-se por inteiro na reconstrução desse Museu, oferecendo-lhe
peças que simbolizem essa relação inquebrantável entre Portugal e o Brasil.
Felizmente, temos muitas peças para oferecer, na nossa extensa rede
museológica.
Tal como Portugal não é
compreensível fora da relação com os demais países de língua portuguesa, o
Brasil também não se compreende fora da relação com os demais países lusófonos,
desde logo com Portugal. Como lapidarmente escreveu o insigne cidadão
luso-brasileiro Agostinho da Silva, num texto publicado no jornal “O Estado de
São Paulo”, a 14 de Julho de 1957, “o Brasil será o Portugal que não se
realizou”.
Sabemos que o Brasil vive uma
situação particularmente problemática. Não tomando partido sobre as Eleições
Presidenciais que se realizarão a 7 de Outubro – é aos brasileiros, e só
aos brasileiros, que cabe decidir o futuro do Brasil –, de algo não temos a
menor dúvida: o Brasil terá tanto mais futuro quanto mais apostar na relação estratégica
com os demais países lusófonos. Pela nossa parte, esperamos apenas que todos os
candidatos presidenciais tenham isso presente e que o candidato vencedor, quem
quer que venha a ser, reafirme a importância dessa relação estratégica, que tão
desprezada tem sido.
A própria CPLP precisa desse
renovado empenho do Brasil. Ao empenhar-se na reconstrução do Museu Nacional do
Rio de Janeiro, a CPLP estará pois a empenhar-se no seu próprio reforço. Este
Museu era um grande repositório dessa memória viva da fraternidade lusófona.
Por tudo isso, exortamos pois os diversos países de língua portuguesa para
oferecerem ao Museu Nacional do Rio de Janeiro algumas peças dos seus Museus
nacionais, de modo a promover uma maior consciência histórico-cultural, que,
quer em Portugal quer no Brasil, muito tem sido posta em causa. Pela nossa
parte, temos orgulho na nossa história comum.
MIL:
Movimento Internacional Lusófono
15 comentários:
Plenamente de acordo com o apelo à CPLP e seus Membros; não podia ser mais oportuno.
Concordo inteiramente com a pertinente proposta do MIL. No plano prático, a reconstrução de um novo Museu Nacional do Rio de Janeiro tem de garantir os mecanismos de segurança do seu espólio e do de outros Museus, no sentido de impedir novas perdas muito significativas de um espólio tão rico.
Cordial e fraternalmente,
Nuno Sotto Mayor Ferrão
MIL-ilitante
Concordo inteiramente, inclusive com o comentário de Nuno S. M. Ferrão.
Cordial e solidariamente,
Jorge da Paz Rodrigues
Concordo inteiramente com a proposta do MIL
Uma boa proposta.
Totalmente de acordo.
Acabei de ler. Concordo absolutamente!
Saudações
Luís de Barreiros Tavares
Assino por baixo.
Abraço Lusófono
Isabel Pessôa-Lopes (Cons. Consultivo MIL)
Concordo com a proposta, mas não cabe só aos museus, (pertença também dos povos) esta cooperação. O valioso espólio existente nos Governos Civis, onde estão depois de fechadas as portas?
O Museu da Presidência da República tem um vasto espólio de ofertas.
Na viagem do Almirante Sarmento Rodrigues, um grande estadista que percorreu o mundo em nome de Portugal, todas as ofertas recebidas, na sua chegada entregou ao Estado, mencionando que não eram suas. Onde estão expostas? Que museu ou Galeria? Tendo o Almirante passado uma semana em Malaca, junto da comunidade Luso descendente, e do Padre Manuel Pintado, ambos naturais de Freixo Espada à Cinta, fica esta curiosidade como investigação da ONGD - Korsang Di Melaka. Seria uma homenagem merecida a um Grande Estadista que sejam expostas no País irmão / Brasil.
Abraço fraterno
Korsang Di Melaka
Texto muito bom !
a fraternidade é um património que pode vir a desenvolver sinergias positivas
e muito benéficas para os povos !
e a partilha cria riqueza e felicidade :)
abraços ao povo brasileiro ;)
Excelente!
UM DOS GRANDES IDEAIS DO NOSSO MOVIMENTO É O INCENTIVO À CULTURA PORTANTO NADA MAIS APROPRIADO E EM MOMENTO OPORTUNO,O MANIFESTO MUITO BEM ELABORADO E APRESENTADO.
PORTANTO, TOTAL APOIO AO MESMO.
DE acordo.
Maria de DEus
Subscrevo na integra
Otima ideia.
Mas só vale a pena se eles se comprometerem a cuidar devidamente, de tantos tesouros.
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