Restauração da Independência, 1 de Dezembro de 1640, Painel de azulejos no átrio superior
do Palácio Galveias (Lisboa), Leopoldo Battistini,azulejos da Fábrica Constância
Possa seer esta, meu Duque, a derradeyra
carta a chegar-Vos assy, nocturna e breve:
que nom mais use da penna a mão que a 'screve
ate daar ao Reyno hum Rey, e a Patria inteira.
Possa seer esta, Senhor, a madrugada
que tantas noytes guardaamos a aguardar;
as pennas que a Portugal Deos faz pennar
releve-as Deos amanhan, e a minha espada.
E possa o nome de Rey ser-Vos merecido;
Rey com honra sereis so de um rreyno novo
onde a justiça e o alto fruto appetecido
da sciencia nom caiba aos deoses, mas a hum povo,
por guardardes Portugal n'este Mysterio:
nom seja nosso o proveito, mas o Imperio.
Casimiro Ceivães
2 comentários:
Um belo poema para o dia de hoje
Abraço MIL
Belíssimo poema neste dia em que recordamos a Restauração da Independência.
Os novos Habsburg estão aí e temos de nos cuidar.
Obrigado, Casimiro.
Abraço MIL.
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