Ao contrário de outras, esta
Conferência não foi um mero ritual, em que nada se alterou de substantivo. Desta
vez, traçaram-se metas mais ambiciosas, deu-se um novo impulso – o impulso
necessário – para a revitalização da CPLP.
Esse novo impulso acontecerá,
desde logo, em duas áreas vitais: circulação de pessoas e cooperação económica.
No primeiro caso, muito por mérito da Presidência de Cabo Verde, que assumiu
esta meta como a grande prioridade do seu mandato. Passo a passo, o sonho de
Agostinho da Silva, já com mais de meio século, em prol de “passaporte
lusófono” vai-se, assim, realizando.
Tão importante quanto a
circulação de pessoas é a cooperação económica. Angola irá assumi-la como a
grande prioridade do seu mandato e esta poderá constituir-se como o salto
qualitativo que faltava para que a CPLP se consolide como Comunidade. Já somos
uma Comunidade linguística e cultural. Falta-nos ser uma Comunidade económica e
política.
Provavelmente, Angola será, na
presente circunstância, o país ideal para dinamizar este processo. Líder
natural dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), Angola fala
de igual para igual com Portugal e o Brasil e compreende bem a importância
estratégica da cooperação económica à escala lusófona: juntos, os países da
CPLP formam a décima maior economia mundial. Para mais sabendo que, até ao
final deste século, será África o continente que terá uma maior comunidade de
falantes de língua portuguesa à escala global.
O facto do secretariado-executivo
da CPLP ser agora assumido por um timorense também nos parece assaz promissor.
Se há país que, pela sua experiência história, melhor compreende a mais-valia
estratégica da Comunidade Lusófona é, precisamente, Timor-Leste. Se não fosse a
Comunidade Lusófona, muito provavelmente Timor-Leste continuaria sob ocupação
da Indonésia. Termos agora Zacarias da Costa como Secretário-Executivo da
CPLP é, por si só, garantia do máximo empenhamento de que a CPLP tanto
precisa.
MIL:
Movimento Internacional Lusófono
3 comentários:
A CPLP necessita ser “reinventada” e por isso a importância desta cimeira, cujas conclusões surgem em boa hora. Totalmente de acordo com a proposta da Declaração MIL.
Iniciada uma nova etapa da CPLP com a materialização do projeto de mobilidade e a proposta da criação de um Banco de Fomento, é sem dúvida o momento de apoiar e subscrever a Proposta da Declaração do MIL.
Bem haja
Concordo co a Declaração do MIL.
Acrescento que se me afigura útil que a CPLP crie um intercâmbio entre escolas e Universidades dos países, tendo em vista colocar em contacto e em diálogo os estudantes.
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