Saudamos a realização da XII
Cimeira da CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que decorreu em
Cabo Verde, neste mês de Julho de 2018. Numa altura em que algumas vozes punham
já em causa o compromisso de Cabo Verde com a Lusofonia, a realização desta
Cimeira da CPLP é, por si só, uma reafirmação desse compromisso. Para mais,
Cabo Verde anunciou ainda que vai acolher, já em 2019, na cidade da Praia, uma
conferência sobre “o futuro da língua portuguesa no sistema mundial”.
De igual modo, saudamos o reiterado
compromisso de Angola com a Lusofonia, ao ter-se disponibilizado a assumir a
próxima presidência rotativa da CPLP, a partir de 2020, sucedendo a Cabo Verde.
Numa altura em que tantas vozes puseram em causa o compromisso de Angola com a
Lusofonia, esta manifestação de vontade por parte de Angola é também, por si
só, uma resposta cabal a todas essas vozes, que por vezes parecem desejar, ainda
que não de forma expressa, o fim da própria CPLP.
Saudamos ainda o embaixador
Francisco Ribeiro Telles, candidato português ao cargo de Secretário Executivo
da CPLP, eleito para um mandato de dois anos, com início em 2019, esperando que
possa ter condições para cumprir um mandato com mais resultados do que a
Secretária Executiva da CPLP ainda em funções, Dra. Maria do Carmo Silveira, de
São Tomé e Príncipe, cujo mandato termina no final deste ano. O Secretariado
Executivo da CPLP, como decorre da sua própria designação, não tem qualquer
autonomia orgânica ou estratégica – depende essencialmente do empenhamento dos
diversos Governos dos Países de Língua Portuguesa (e é sobretudo isso o que
explica a letargia de mais de duas décadas da CPLP).
Finalmente, saudamos a
aprovação da concessão da categoria de Observador Associado da CPLP ao
Grão-Ducado de Luxemburgo, ao Principado de Andorra, ao Reino Unido, à
República da Argentina, à República da Sérvia, à República do Chile, à
República Francesa, à República Italiana e à Organização de Estados
Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Se,
internamente, há quem continue a ter dúvidas existenciais sobre o potencial da
CPLP, externamente, parece não haver qualquer dúvida a este respeito. A CPLP
pode constituir-se como uma plataforma de cooperação com enorme impacto a nível
global.
No nosso espaço lusófono,
temos uma (muito) má tradição: só reconhecermos o potencial de algo quando esse
reconhecimento vem de fora. No caso da CPLP, que essas novas entradas para Observadores
Associados da CPLP sirvam, pelo menos, para que os países da CPLP se empenhem
(muito) mais nesta nossa causa comum. Em quase todas as áreas, houve poucos
resultados concretos, nomeadamente na área de liberdade de circulação, causa
que tem sido reiteradamente assumida pelo MIL: Movimento Internacional Lusófono
(e que foi tema do nosso mais recente Congresso da Cidadania Lusófona,
realizado em Novembro de 2017). Esperemos que na XIII Cimeira, essa causa, como
outras igualmente importantes, tenha melhor sorte, em prol de uma real
cooperação lusófona, em todas as áreas.
MIL: Movimento Internacional
Lusófono
www.movimentolusofono.org
14 comentários:
De acordo.
é tal como dizes. entre nós o desleixo toma lugar central, até ao dia que alguém de fora, olha para nós com "olhos de ver". Depois os maiores defeitos tornam-se em virtudes e o oportunismo não tarda a instalar-se.
Relembrando o teórico mais profundo desta união, Agostinho da Silva - fosse com que designação fosse - esse grande espaço é possível com a união fraterna e igual, sem dominadores nem dominados, sem política e seus apaniguados, todos juntos, em respeito mútuo para que a oposição dê lugar à compreensão... isto implica que se gaste o tempo no essencial e não em atirar culpas: sobre virtude, dtos humanos, funcionamento da justiça, excessos do passado, ressentimentos do presente... se assim não for, depois da fotografia e dos discursos profundos, o lugar a que se chega é exactamente aquele em que se permanece quase desde a criação da organização.
ab
a manso
revejo-me no texto desta Declaração, convicto de que, quer a CPLP como instituição política, quer a comunidade empresarial e económica do espaço da língua Portuguesa estão hoje chamados a um novo esforço de recriação dos ideais e objectivos que lhes dão sentido e razão de ser.
Concordo inteiramente com o texto. Mas parece-me que é altura do MIL ir mais longe e influenciar pela positiva a CPLP. Por isso, a seguir exponho três simples ideias/propostas que se me afiguram oportunas fazer.
A verdade é que a CPLP não pode servir só para umas “reuniões e passeatas”, sem que os cidadãos sintam a sua utilidade e, neste campo, as associações cívicas, sociais e culturais podem e devem reivindicar e exercer um papel essencial. Independentemente disso, todos sabemos que o futuro reside na juventude. Por isso, sugiro ao MIL que proponha à CPLP:
a) Jogos da Lusofonia: a realizar de 4 em 4 anos, um ou dois meses antes dos Jogos Olímpicos, reunindo as seleções dos nove países para competirem/treinarem nas modalidades mais “populares”: atletismo, natação, ginástica, basquetebol, futebol, etc.
b) Geminação de Escolas/Universidades dos países da CPLP: possibilitando que os alunos e professores de uma escola secundária portuguesa (e logo que possível várias universidades) se correspondam com os de uma brasileira, ou caboverdeana, ou guineense e por aí fora até Timor e vice-versa. Tal correspondência tanto podia ser via net, para as que já a possuem (e muitos alunos portugueses e brasileiros já têm computador em casa), como podia ser, por ora, através de simples carta (no caso das escolas dos restantes países). Mais, seria de pedir às grandes empresas que seguissem o exemplo da ex-PT (Portugal Telecom), que já concedeu prémios aos melhores estudantes para visitarem outro país da CPLP, assim se patrocinando "intercâmbios escolares lusófonos".
c) Fórum das associações Lusófonas a comunicar entre si em português. Um exemplo concreto é o MIL (Movimento Internacional Lusófono), no campo sócio-cultural, que reúne cerca de 40.0000 cidadãos, não só dos países da CPLP, mas também da Galiza/Espanha, Goa/Índia, Malaca e Macau/China. O mesmo já sucede com associações de empresários e Câmaras de Comércio, o que se devia incrementar, para tratar de negócios e até de formação profissional/empresarial. A partir destas experiências, bastaria ter um núcleo coordenador.
Jorge da Paz Rodrigues
infelizmente Macau continua do lado de fora da CPLP e a economia domina já quase todo o âmbito da organização, cada vez mais carecid de ações na luta pela língua
concordo... grato pelo trabalho do MIL em prol da Lusofonia
De acordo.
Muito bem. De acordo.
Um abraço.
De acordo!
Expressões de evidente visão da importância da interação entre os paises da CPLP com enfoque para a importância da língua portuguesa no mundo e para a consolidação da própria CPLP. A mobilidade no espaço geográfico da CPLP nunca esteve tão próximo de ser uma realidade gracas ao empenho dos governos e das organizações da sociedade civil como o MIL. Esta declaração é o reconhecimento destes esforços e é, por isso, muito vem vinda
Gratos por todos os contributos.
Em relação às propostas do Jorge da Paz Rodrigues - nada a opor. De resto, já temos verbalizado essas e outras propostas em outros documentos e esperamos apresentá-las directamente ao próximo Secretário Executivo da CPLP...
Abraço MIL
Renato Epifânio
Peço desculpa, esta mensagem escapou-me; Só respondo a e-mails no pc e estive um dia com ele desligado. Vem tarde a minha resposta mas com boa vontade. Aprovo.
Luís de Barreiros Tavares
Concordo.
Subscrevo a proposta do Exmo. Sr. Jorge da Paz Rodrigues
Lamento ter-me escapado este email, e só lhe estar a responder agora.
Acho o texto correto e na linha do excelente trabalho, que o Renato Epifânio tem liderado nestes anos todos.
Sinto que precisamos de criar um "crowd funding lusófono", para pormos energia em projetos comuns, sem estarmos dependentes de favores do estado ou de empresas.
No intercâmbio de escolas, sugerido lindamente pelo Jorge Paz Rodrigues, poderíamos criar um "Erasmus Lusófono". Qual é a figura grande da nossa cultura, que vamos escolher para denominar este programa?
De resto, acho que tenho de dizer algo que sinto, apesar de poder não ser popular, mas o tempo costuma concordar comigo. E o que sentimos tem sempre razão.
É, já ando muito farta de certos comportamentos de adolescente mal educados, em crise existencial. Permitam-me pois já sou avó de 5 netos, e o melhor que podemos fazer é ensinar aos mais novos como ser felizes.
E a gratidão é a chave da Felicidade.
Só se vive plenamente no presente, construindo um futuro melhor, depois de se aceitar com gratidão o nosso passado, exatamente como foi.
Além do mais o passado já passou. Não se pode fazer nada.
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