Não Vamos Converter o cidadão Comum Num Monge Cavaleiro
O tema central do meu livro – “Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império – Uma Nova Perspetiva Social” uma vez que se trata de um ensaio sobre uma doutrina que poderei considerar planetária e de inspiração lusófona e de base racional e científica sendo fundamentada em três vertentes, a ver:
a) Uma vertente espiritualista;
b) -Uma vertente política;
c)- Uma vertente Social/Económica.
Na vertente Espiritualista, fundamenta-se na tentativa de encontrar o ponto, equidistante, diremos geométrico que irá definir o posicionamento entre o fundamentalismo religioso, tendo como exemplo o Islão, no seu componente mais radical e o racionalismo positivista que caracteriza a civilização ocidental, nas suas componentes materialista/consumista! Na primeira existe um excesso religioso, enquanto na segunda se verifica um dramático distanciamento da realidade espiritual do ser humano!
Nesta mesma vertente apresenta-se a realidade ligada ao Culto do Espírito Santo, envolvida por uma componente forte do espiritualismo português, o qual, visto numa perspetiva esotérica e oculta dispõe de uma afinidade com os valores defendidos pela doutrina planetária defendida no livro, a qual vai buscar as suas raízes e fundamentação à própria Cultura e História de Portugal, diríamos mesmo que o Culto do Espírito Santo é efetivamente a dupla parte ou o reflexo íntimo da Doutrina do Quinto Império, que no meu livro aparece sob o nome de Doutrina da Cidadania Social!
Naturalmente que não nos iremos prolongar muito na vertente política onde efetivamente a democracia representativa perde uma parte importante do seu peso e influência no meio social para dar lugar à democracia participativa onde o cidadão comum irá assumir maiores responsabilidades sociais e importância no seio das futuras sociedades do Século XXI!
Finalmente quando nos referimos à vertente social/económica, naturalmente procurámos desenvolver uma inovadora ideologia que já não contempla a obtenção do “lucro”, mas sim a efetivação de uma nova organização onde o trabalho e os rendimentos fossem repartidos de modo a poder-se generalizar um verdadeiro rendimento mínimo de cidadania socialmente equitativo e extensivo a qualquer cidadão.
Na verdade o livro "Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império - Uma Nova Perspetiva Social", pretende abrir caminho para uma desejável solução do atual problema português, abrindo novas condições para a implementação de uma nova sociedade onde os factores políticos, económicos e sociais irão sofrer profundas alterações e que na perspetiva do pensamento do nosso Poeta Fernando Pessoa, irão dar uma nova perspetiva social para a Europa!
Num passado ainda recente e no nosso presente, Portugal tem vindo a ser governado e assistido por indivíduos cuja característica principal tem sido a ausência de espírito pátrio e sobretudo, serem portadores de um índice elevado de mediocridade que denuncia a ausência de espiritualidade, criatividade e capacidade política! Todo o bom político deve ser obrigatoriamente portador de uma boa cultura histórica e principalmente conhecedor profundo da história, raízes, hábitos e tradições do seu próprio povo!
Um novo paradigma ideológico terá que ser desenvolvido e fundamentado na continuidade da nossa própria História. Nós, Portugueses, deveremos estar atentos às sucessivas mensagens deixadas pelos nossos antepassados ilustres e registadas de forma oculta ou discreta naprópria História de Portugal!
Os Portugueses são efetivamente herdeiros da herança templária, preservada e desenvolvida pela Ordem de Cristo! De facto, os Templáriosdefendiam um Projeto Secreto na forma de um modelo iniciático, cujas características principais passavam pela organização de uma “plataforma estratégica geoeconómica e política” que tinha o seu ponto central na Península Ibérica, nomeadamente em Portugal!
Devemo-nos na atualidade debruçar atentamente sobre o estudo e descodificação dessas mesmas mensagens herdadas do nosso passado histórico! O desvio histórico que viemos a sofrer a partir do reinado de D. Manuel I, poderemos agora no Século XXI, retomar o percurso então interrompido a partir do conhecimento científico e objetivo da nossa realidade estratégica geoeconómica e política, representada pelo nosso posicionamento na Península Ibérica, considerando-a uma plataforma equidistante de todos os pontos geoestratégicos do próprio planeta. OsTemplários e a nossa Ordem de Cristo tinham pleno conhecimento dessa extraordinária realidade!
Portugal em termos geográficos ocupa no mundo uma posição privilegiada! E no ponto de vista iniciático e simbólico é na verdade o “Porto ou a Porta do Graal” – (Portus Cale)!
Quando afirmamos que no presente, nós, Portugueses podemos retomar o curso da nossa evolução histórica, estamo-nos referindo principalmente à Comunidade Lusófona e à Diáspora Portuguesa!
Será através dos diferentes países que compõem a Comunidade Lusófona e na base da língua portuguesa e na convergência de interesses políticos, culturais, científicos e económicos de todos que poderemos desenvolver e expandir um verdadeiro projeto estratégico geoeconómico e político, tal como os Templários e a nossa Ordem de Cristo tinham idealizado e desenvolvido.
Portugal como plataforma mundial de convergência terá de desenvolver, nomeadamente a sua marinha mercante, as suas pescas e consequentemente a sua indústria naval e as suas vias de comunicação terrestre com a Europa e sobretudo, além de desenvolver a agropecuária e as indústrias agroalimentares, deve igualmente desenvolver a sua catividade científica, nomeadamente na exploração oceânica, aliando-se a um estratégico desenvolvimento da indústria do Turismo e finalmente na área das novas tecnologias, passando pelo desenvolvimento das energias alternativas e indústrias estratégicas!
Nós, Portugueses, devemos relembrar as experiências e conhecimentos dos nossos ilustres antepassados e agora no Século XXI, desenvolve-los em termos modernos à medida das necessidades e ambições num projeto consistente e objetivo traduzido pela Lusofonia e indo ao encontro do pensamento de Fernando Pessoa: - “ Senhor, Falta Cumprir-se Portugal “.
Temos vindo a estranhar a ausência ou omissão no que se refere na Constituição da República Portuguesa – precisamente o Artigo 61 que contempla o sector cooperativo e social. Um estranho silêncio tem vindo a envolver o referido Artigo 61, tanto por parte da Comunicação Social, como por parte dos políticos das diferentes áreas partidárias e principalmente pelo próprio Governo que em nada fala e ou em nada se pronuncia, como se de facto o Artigo 61 da CRP, não existisse e apenas fizesse alusão aos sectores público e privado como sendo os únicos existentes na lei máxima portuguesa!
Naturalmente que o Partido Socialista está presente naquele “estranho” esquecimento do Artigo 61 da CRP! O que é de lamentar, pois, ao longo da nossa História, aquele mesmo partido político foi sempre um defensor honesto da doutrina do cooperativismo que o nosso ilustre António Sérgio de forma tão enérgica defendeu e aprofundou!
Efetivamente, tem o Partido Socialista uma oportunidade única, agora no ano de 2016 e em Portugal vir a desenvolver uma nova estratégia que venha a contribuir para o RENASCER DA ESPERANÇA de milhões de Portugueses, nomeadamente aqueles que estão no desemprego de longa duração e cujas esperanças de ter uma vida digna, de esperança, e de felicidade, poderá, conforme dissemos, o Partido Socialista vir a dinamizar o Artigo 61 da CRP, criando condições para que milhares de portugueses venham na base da doutrina do Cooperativismo criar novas empresas e com elas empregos que irão tapar o enorme buraco social e económico originado pelo anterior governo português, corrigindo todas as malfeitorias que foram então praticadas!
Essa extraordinária acção poderá ser iniciada por uma formação cooperativa, pedagógica e técnica de milhares de portugueses e portuguesas, criando novas condições para um diferente desenvolvimento económico e social, convindo então “recordar de que chegámos à Índia sem bússola” (Professor Adriano Moreira) e agora no Século XXI, igualmente poderemos vir a fazer renascer a Esperança para alcançar uma nova sociedade mais nobre, justa e feliz!
NÃO VAMOS CONVERTER O CIDADÃO COMUM NUM MONGE CAVALEIRO:
Os conceitos de cooperativismo e de cooperação são efetivamente distintos, mas na realidade complementam-se distribuindo-se noutros novos conceitos ligados ao humanismo; universalismo; evolucionismo; municipalismo e ecologismo; democracia representativa e participativa e nesta nova perspetiva os conceitos de universalismo; humanismo e evolucionismo estão por sua vez relacionados com concepções associadas ao espiritualismo e espiritualidade humanas, tendo como bases a defesa do princípio da Evolução fundamentada na reencarnação ou nas vidas sucessivas, onde e nos planos racional e científico fica provado de que a Morte Não Interrompe a Vida e a Vida Existe Fora da Matéria!
A Doutrina da Cidadania Social vai-se inspirar efetivamente em todos aqueles esquemas ideológicos que a própria Filosofia ao longo da História da Humanidade tem vindo a desenvolver. Aqui e objetivamente teremos de juntar àqueles diferentes conceitos um fator de ordem básica que é precisamente a Ciência representada por todos os seus ramos científicos e técnicos e à Ciência deverá ser junta a própria História particularizando ou generalizando os diferentes e imensos eventos ocorridos ao longo da vivência humana neste planeta, devendo ser os mesmos estudados e comparados e daí extraírem-se as devidas ilações para utilização e benefício da Humanidade!
A forma institucional da Doutrina da Cidadania Social apresentada e desenvolvida no meu livro – “Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império – Uma Nova Perspetiva Social” publicado pela Chiado Editora irá ao encontro de propostas vindas tanto das esquerdas como das direitas do leque alargado do espetro político que visam fundamentalmente o bem-estar e o desenvolvimento de uma dada comunidade regional, nacional ou internacional.
Na sua componente ideológica e a par das diferentes propostas apresentadas aquela igualmente defenderá sempre a implementação e desenvolvimento de todas as iniciativas e empreendimentos que visam a prática de uma doutrina cooperativista e cooperante ou seja: o cidadão poder exercer democraticamente a sua ação de cidadania social e onde o Voluntariado assume uma posição de relevância social!
Fundamentados nestes mesmos princípios orientadores da Doutrina da Cidadania Social teremos toda a vantagem em corporizar a sua natureza e estrutura num “Movimento Cívico”, no qual se poderão associar pessoas verdadeiramente interessadas em “cooperar” para a criação de uma nova ordem económica e social que possa vir a ser a pedra basilar de uma sociedade verdadeiramente espiritualista, solidária e empenhada no desenvolvimento de novos valores para o progresso material e espiritual da Humanidade!
Objetivamente a Doutrina da Cidadania Social materializada no MCPC –Movimento Cívico Português para a Cooperação terá como colunas mestras o estudo inspirador e norteador do Racionalismo Cristão; o estudo e prática dos princípios contidos no Zoismo – Educação Científica da Vontade e finalmente o estudo e aprofundamento da doutrina cooperativista que António Sérgio tão ativamente defendeu!
Outras disciplinas, tais como: o municipalismo; a ecologia; a democracia representativa e participativa, nomeadamente esta última deverão ser objeto de um estudo, aprofundamento e desenvolvimento importantes, pois, obviamente como uma das componentes ideológicas principais do M.C.P.C. será implementação da “democracia participativa”!
Certamente que agora no Século XXI, não vamos converter cada cidadão nacional num monge cavaleiro, sujeito a duras regras de conduta moral e material, mas esse mesmo novo cidadão terá que assumir uma nova postura perante a nova sociedade que se avizinha e essa mesma nova postura terá de passar por uma autodisciplina moral e material; pela defesa dos verdadeiros valores assentes na espiritualidade humana; por uma conduta sóbria quando relacionada com consumismos desregrados; pelo desenvolvimento de um sentido de solidariedade mais forte e sincero; no desenvolvimento do espírito de empreendedorismo e abdicação das riquezas e luxos fáceis que o capitalismo desumano de uma maneira tão insensível e frenética tem vindo a provocar na Humanidade serão estas, pois, as condições fundamentais para criarmos em Portugal um novo e inovador Estado Cooperativo e Social que virá a ser na verdade o Quinto Império sonhado por Vieira; Pessoa e Agostinho da Silva que irá servir de base e de orientação para a Nova Ordem Social e Económica para a Humanidade do Século XXI!
Eis, pois de uma forma simples o novo modelo do cidadão do Quinto Império que embora não assuma a figura do monge cavaleiro que caracterizou a Ordem de Cristo, nos Séculos XIV; XV e XVI, mas sempre assumindo um espírito de missão, podendo ser considerado um Cavaleiro Defensor do Quinto Império, sempre virado para a prática do bem comum e para o progresso da Humanidade no seu sentido mais lato!
Jacinto Alves
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