Angola contabilizou mais 70 casos suspeitos de febre-amarela na última semana de julho, metade do registado no mesmo período anterior, e a epidemia já matou 369 pessoas desde dezembro, segundo dados divulgados hoje pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Tendo em conta o mais recente relatório daquela organização, que está a apoiar o combate à epidemia, foram contabilizados até 28 de julho 3.818 casos suspeitos de febre-amarela, contra os 3.748 da terceira semana do mês e os 3.682 registados até à semana anterior.
Desde 05 de dezembro há igualmente 369 mortes atribuídas à epidemia de febre-amarela, mais cinco casos no espaço de uma semana.
As campanhas de vacinação em Angola recorrem desde fevereiro, inicialmente apenas em Luanda, com o apoio dos militares e com ajuda financeira e técnica da OMS e da comunidade internacional, para a aquisição de vacinas.
Essas campanhas focaram-se entretanto nas zonas de fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo), recorda a OMS, acrescentando que próxima fase prevê a vacinação de mais três milhões de pessoas e que deverá arrancar a 16 de agosto.
No último relatório da OMS é referido que do total de casos de infetados por febre-amarela em Angola até ao final de julho, 879 foram laboratorialmente confirmados, o mesmo acontecendo com 119 dos óbitos.
A epidemia teve início em Viana, arredores de Luanda, mas as autoridades de saúde angolanas já contabilizam casos suspeitos, e com propagação local, em todas as 18 províncias do país.
De acordo com a OMS, Angola já recebeu cerca de 14 milhões de vacinas contra a febre-amarela e vacinou mais de 11 milhões de pessoas desde fevereiro, numa população-alvo estimada em 24 milhões.
Aquela organização das Nações Unidas assumiu a 19 de junho que a resposta à epidemia de febre-amarela em Angola levou pela primeira vez à rutura das reservas mundiais de emergência da vacina.
A doença já se propagou de Angola à vizinha RDCongo, que regista, segundo as últimas informações disponibilizadas à OMS, até 27 de julho, um total de 2.051 casos suspeitos e 95 vítimas mortais.
Também foram "exportados" casos para o Quénia e para a China, com a OMS a sinalizar a ameaça de propagação global da doença através de viajantes não imunizados contra a doença.
A transmissão da doença é feita pela picada do mosquito (infetado) aedes aegypti que, segundo a OMS, no início desta epidemia, estava presente em algumas zonas de Viana, Luanda, em 100% das casas.
Trata-se do mesmo mosquito responsável pela transmissão da malária, a principal causa de morte em Angola, e que se reproduz em águas paradas e na concentração de lixo, dois problemas (época das chuvas e falta de limpeza de resíduos) que afetaram a capital angolana entre agosto e maio.
Diário Digital com Lusa
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