Correspondendo
a diversas solicitações que nos chegaram, dirigimos publicamente um apelo no
sentido de que a RDP Internacional (RDPi) se mantenha, como até agora, um canal
lusófono por excelência, no seu papel determinante na expansão da língua,
enquanto elo entre os lusófonos no mundo e veículo de difusão da nossa cultura
comum.
Este
apelo alicerça-se num conjunto de factos que repudiamos: por exemplo, o forte
encurtamento dos noticiários diários e o abandono dos noticiários à hora certa
– o que implica que as rádios lusófonas no mundo que os retransmitem fiquem
impedidas de ter acesso em tempo útil à informação difundida pela RDPi.
Apelamos
também a que os noticiários da RDPi tenham em conta a diferença horária nos
vários continentes e respeitem a frequência adequada, apenas com o máximo de
duas ou três horas de espaço entre si – é inadmissível que, depois do noticiário
das 24h, só volte a ocorrer outro às 9h. Sabemos que, desde o dia 12 de
Janeiro, já não há síntese noticiosa às 7h25 nem a revista de imprensa diária,
que estava atenta ao que os jornais de todo o país (regiões autónomas
incluídas) escreviam sobre a diáspora e o mundo da lusofonia.
Sobre
os meios a utilizar para fazer chegar os conteúdos da RDPi, consideramos
igualmente necessário repensar o fim da Onda Curta, seguindo, neste caso, o
exemplo de Espanha, que, dados os protestos dos ouvintes, decidiu mantê-la, de
modo a ir ao encontro dos falantes da língua castelhana no mundo – os quais,
saliente-se, não estão tão dispersos quanto os lusófonos, que se espalham pelos
5 continentes.
As
emissões de rádio por Onda Curta, ao contrário do que alguns dizem, não são um
meio obsoleto ou com falta de qualidade. Conforme a potência dos emissores e a
direcção das antenas, muitas dessas emissões têm grande qualidade – basta ter
um receptor com essas bandas, para o constatar. Igualmente ao contrário do que
se diz, a Onda Curta não é um meio caro e com manutenção dispendiosa, sendo
inclusive menos falível do que a distribuição da RDPi nas redes de satélites,
cabo, DTH e internet, dado que esta falha de todo se houver um problema na
emissão do sinal que a sustenta.
Uma
vez mais, por uma verba relativamente pouco avultada (o CEOC, Centro Emissor de
Ondas Curtas, tinha um custo anual pouco superior a meio milhão de euros), o
Estado Português põe em causa instrumentos fundamentais para a difusão da nossa
Língua e Cultura, evidenciando a sua falta de visão estratégica. Há
investimentos que podem não ter retorno imediato, mas que, nem por isso, são
prescindíveis. Como não nos cansamos de defender, a difusão e a sedimentação da
língua portuguesa no mundo constituem a mais sólida garantia do nosso futuro
comum.
MIL:
Movimento Internacional Lusófono | MIL_Portugal
10 comentários:
Concordo com o conteúdo da declaração porque o serviço público vai muito para lá do que não está legislado e nomeadamente em situações de crise internacional e conflitos em apoio às populações
De acordo. Tudo é pouco para expansão da Língua Portuguesa.
Abraço
Eduardo Aroso
Estou totalmente de acordo.
Estou totalmente de acordo. Tenho acompanhado a situação e já manifestei a minha opinião junto de diveras "autoridades", nomeadamente da Provedora do Ouvinte.
Maria de Deus Manso
Defendo a necessidade da divulgação de conteúdos culturais e da vida social das comunidades lusófonas na língua veicular que nos une e também o aprofundamento dos laços entre essa comunidades. A DRPi é sem dúvida o meio adequado para continuar a exercer este serviço, pelo que, concordo com a Proposta em referência, na globalidade
Subscrevo plenamente.
Saudações cordiais,
Nuno Sotto Mayor Ferrão
Concordo totalmente.
Abraços MIL
Carlos Vieira Reis
Somos de opinião de que verdadeiramente, nós, Portugueses ainda não coneguimos definir uma doutrina que na verdade foque qual a profundidade e o alcance da filosofia que compreende a Lusofonia, o que seja na realidade esta e qual ou quais as finalidades a atingir numa perspetiva futura - um conjunto de povos que refletem uma história e um objetivo universais a atingir no seio da Humanidade!
Um Abraço - Jacinto Alves
Concordo. Mas também alerto para a manifesta falta de pluralidade dos canais públicos, onde o comentário político está totalmente ocupado por pessoas conotadas com o actual governo em manifesto atropelo ao serviço público.
Concordo com a declaração do Mil. Mais acrescento que a falta de visão sobre a profundidade da Lusofonia, passa pelo esquecimento do valioso contributo da irmandade e fraternidade que a Lusofonia traduz no alcance de um mundo de paz para a humanidade. Se não for este o sentimento de todos os que se dizem lusofonos, enterramos um património de valores humanos que o mundo nos há-de responsabilizar.
Que saibamos no presente honrar os sentimentos que nos unem, com a certeza que o caminho não precisa de ser inventado, mas sim honrando e respeitando as diferenças culturais entre os povos cruzados pelos afetos, e pela língua de Camões.
Que as intenções e os objetivos dos múltiplos promotores lusofonos, seja na verdade, construir um mundo de fraternidade, ao invés do distanciamento, exclusividade e competição de poder.
Abraço
Luisa Timóteo
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