Evanescente, com um perfume a ópio e ausência,
Assim se abre a tua poesia, Pessanha.
Como em uma manhã messiânica, tua dor sombria, mental,
No umbigo de tantas alvas pedrinhas, pedacinhos de ossos, que oscilam ainda
Nas impúdicas vulvas das pequenas praias, aonde assistes, familiar.
Em ti, tudo foi medida, mamilos: oh viagens de quem para Macau partiu,
E jamais regressou, tatuagem de quem sofreu e fingiu,
Olhando, amiúde, para Clepsidra, as águas geométricas do pensamento insatisfeito que pariu.
Manoel Tavares Rodrigues-Leal
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