Em Portugal insiste-se na imposição – inútil, ilegítima, ilegal – do «aborto pornortográfico». No Brasil… não é uma prioridade assim tão grande, a pressa não é muita. Aliás, lá a vontade preponderante pode até já nem ser a de implementar este «acordo» mas sim outro, provavelmente ainda mais radical: em Outubro de 2013 a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (Desporto) do Senado em Brasília aprovou a criação de um «grupo de trabalho destinado a estudar e apresentar proposta para aperfeiçoar o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa». É de duvidar que por «aperfeiçoar» se entenda devolver as consoantes ditas «mudas», os hífens e as maiúsculas que levianamente foram roubadas à ortografia dos dois lados do Atlântico.
(Adenda – Nunca esperei que das discussões e votações marcadas para 28 de Fevereiro na assembleia da república resultasse, se não a revogação, ao menos a suspensão do «aborto pornortográfico». E confirmou-se: apenas foi aprovada uma recomendação ao governo para criar um grupo de trabalho para acompanhar a aplicação do dito cujo. Ridículo! Pior foi ouvir as alarvidades de alguns dos alegados «representantes do povo», como as de que o AO90 está a ser implementado «com naturalidade» e «sem sobressaltos», e que é «do interesse de Portugal» liderá-lo. Em que país - ou em que planeta - vive esta gente? Como se tal fosse necessário, foi mais uma demonstração de que sensatez e vergonha não existem em São Bento - tanto na «ala» legislativa como na «ala» executiva. Certas pessoas não têm legitimidade nem capacidade para tomar decisões neste âmbito… e em outros. Pelo que não merecem ocupar as posições que ocupam e deveriam ser removidas delas. A bem ou a mal.)
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