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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).

Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Assimilação da Galiza...

Artur Alonso 



Galiza, vive hoje uma tendência de assimilação linguística e cultural, que as eleições de estes dias não fazem mais que reforçar e que submerge suas raízes desde que no medievo o Reino da Galiza, tentou hegemonizar o domínio peninsular, e este projeto cheio de azar, teve continuidade e sucesso, no projeto de dominação castelhano, como muito bem tem estudado autores como José Manuel Barbosa e Anselmo López Carreira, entre outros...
De haver sido nós os dominadores talvez agora estaríamos nós, precisamente, assimilando cultural e linguisticamente outros povos (algo que também não seria desejável). No entanto a história virou de costas para nós... mesmo antes da Doma e Castração de Isabel e Fernando... mesmo antes do esvaziamento do nosso poder nobiliar e substituição no cimo do controle de poder galego por aliados diretos do poder castelhano aragonês... mesmo de antes de impossibilitar as famílias galegas exercer cargos públicos no seu próprio território... etc.
Esta falta dum poder galego identificado com o país é o que levou a dia de hoje, a reafirmar essa velha tendência secular de integração, na unidade maior centralista espanhola, baixo a visão de unidade linguístico - cultural castelhana... Ao invés do que está a suceder em Catalunha e em Euskadi – este ultimo território cujas recentes eleições coincidiram com as galegas – processos, que pela contra, mostram uma consolidação lenta, não isenta de problemas de lutas com poder central – também com força assentado nestas nações-, mas com capacidade autóctone de comandar um projeto de recuperação identitária, que pouco a pouco vai sendo assente em mais e mais camadas da população; o qual afunila, de cada passo em favor da cultura vasca e catalã, um pouco mais a margem de manobra dos partidos estatais e das visões “espanholistas”  que certos setores sociais, ainda conservam, em ambas nacionalidades.

Outra tendência: a de Unidade Espanhola na diversidade fica ferida morte, e sendo já residual, desde que a oposição do PP impedira em épocas anteriores um redesenho do marco estatal espanhol, reforma constitucional incluída; situa em cima da mesa um debate que o próprio PP (antes Aliança Popular), tenta evitar desde o inicio da democracia: o modelo adequado de Estado, para a convivência pacifica entre os distintos povos da Espanha. 
Frustrado esse debate desde a constituição das autonomias como um “café para todos” Euskadi e Catalunha, são cientes a dia de hoje, que no marco atual Espanhol, seu acomodo passa, pela lenta mais continua substituição lingüística, assim como a perda de valores culturais que os identifica  como povos, dado o que está a acontecer em Valencia, Baleares e Galiza; onde a chamada língua mãe, já é muito minoritária nas novas gerações, e onde como no caso galego tão só o 3% dos meninhos e meninhas em idade de pré-escolar são escolarizados na língua do país. Assemade com a visão imposta, tempo atrás, do castelhano como língua espanhola... e pelo tanto única língua de comunicação entre as distintas comunidades do Estado, as outras línguas também espanholas ficam subordinadas a mal chamada “língua comum”... que em nenhum período histórico, foi aceite democraticamente pelo resto dos territórios do Estado, como a língua franca de uso na península...

Deste jeito, sem capacidade de auto governo real, Galiza, avança neste novo marco nascido destas eleições, a passos cada vez mais firmes, para a unidade linguístico e cultural, como o resto do estado, baixo domínio do castelhano; enquanto Catalunha e Euskadi, avançam para a tentativa de consolidar uma identidade própria, que na curta ou na longa - tudo vai depender dos tempos políticos na Espanha e na Europa - terão de desembocar, de facto ou realmente, em a consecução dum Estado Soberano...
No referente à Galiza, o abandono da tradicional via de reintegração do galego no seu sistema linguístico galaico-português, visão majoritária no exílio e dentro do galeguismo histórico; e o inicio do processo de isolamento - e subsidio linguístico, da nossa língua do castelhano, que rematou no decreto Filgueira e as ainda vigentes Normas Ortográficas e Morfológicas do Idioma Galego (ILG-RAG); que foram de grande dano para cultura galega, ao impedir que o galego virasse em língua internacional, com todas as possibilidades e potencialidades que isso com leva; facilita claramente a expansão do castelhano, que conta com redes poderosas internacionais audiovisuais, com as quais nossa língua não pode concorrer.

Esta separação da nossa língua do seu tronco comum acelera a visão de inutilidade do galego, de impossibilidade na comunicação com o mundo lusófono e de incapacidade para criar "gírias urbanas" ou novo léxico, que obriga mesmo a mocidade galeguista a "copiar" léxico urbano castelhano, acelerando a substituição linguística, que hoje mesmo se da no meio rural... onde as poderosas redes audiovisuais castelhanas, que dominam o panorama jornalístico e televisivo na Galiza, chegam com facilidade... enquanto a Mídia lusófona que poderia igualar este processo, não pode ser recebida, e mesmo sendo recebida seria percebida como uma língua estranha, não nossa; como hoje a percebe o português a maior parte dos galegos e galegas....

O real é, pois, que não sendo uma aprofundação da grave crise económica, e certo contágio nos processos de Catalunha e Euskadi, se estes tiveram sucesso, tanto no político como na viabilidade económica; em um breve o menos breve futuro, Galiza se encaminha diretamente a seu encaixe dentro da Espanha, numa unidade cultural, sem diversidade linguística, com predomínio total do castelhano, e assunção de normalidade e naturalidade, neste processo.
Mesmo em poucos anos, de seguir está tendência, o antinatural e o anormal, seria "impor o galego".
 

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