"Na primeira década do terceiro milénio, cerca de 30 milhões de brasileiros subiram da base para o meio da pirâmide social, graças à melhoria da educação e às possibilidades de "arrumar" um emprego no mercado formal.
O Brasil é hoje um país de classe media, isto é, onde mais de metade da população possui rendimentos considerados para mínimos para aceder às exigências próprias de uma classe média, incluindo neste rol o acesso à habitação própria.
Estes milhões de brasileiros, que deixaram de ser pobres e começaram a poder beneficiar dos confortos tidos como típicos de classe média, são a melhor prova do progresso do Brasil. Todos os países desenvolvidos economicamente e socialmente têm uma população maioritariamente constituída por classe média."
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29 de setembro de 2010
Se o Brasil conhece hoje um crescimento sólido e sustentado tal deve-se ao facto deste assentar não no crescimento continuado das exportações - às custa de dumpings de vários - mas na entrada na economia real destes consumidores. Com efeito, se a China encontrou no aumento explosivo das exportações (à custa de criar desemprego crónico pelo mundo fora e de condições de trabalho sub-humanas), o Brasil encontrou numa fórmula de três variáveis o "segredo" do seu desenvolvimento:
1. Crescimento do Consumo Interno, o que o tornou resistente às quebras da Procura internacional de 2008
2. Desenvolvimento da exportações de produtos agrícolas, num mundo onde estes são cada vez mais procurados
3. Defesa da indústria local e um setor público forte e dinâmico
A combinação destes três fatores explicam a solidez do crescimento económico brasileiro e o extraordinário sucesso de hoje o Brasil ser um país de classe média, em que mais de metade da população já pertence a esse estrato social. Foi esta nova classe média que manteve níveis de consumo interno elevados, que compensaram a queda internacional.
O Brasil é hoje uma potencia económica internacional porque conseguiu quebrar esse bloqueio antigo que era o de ser um país sem classe média, onde um abismo de rendimentos separava os magnates dos brasileiros das favelas. E esse é um feito dos governos Lula... sem esquecer os importantes passos percursores de Fernando Henriques Cardoso, que Lula teve a sabedoria de não destruir.
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