Os quatro oradores – Miguel Abreu, Maria do Carmo Vieira, Filipe de Paulo e António Lopes – não escamotearem essa situação. A Maria do Carmo Vieira terá sido a mais incisiva, falando mesmo num ambiente geral de “estupidificação”.
O problema maior, contudo, é que esse ambiente não se restringe à escola – por ser, de facto, um ambiente geral. E daí a questão crucial: como pode a Escola ser um lugar de promoção do rigor e excelência quando, à sua volta, o ambiente geral vai no sentido contrário? Para mais, os sucessivos governos, como também foi enfaticamente referido, preferem governar em prol das estatísticas, promovendo o facilitismo na avaliação para assim elevarem as médias…
A saída para este ciclo vicioso poderá estar, talvez, no “princípio de diferenciação” defendido pelo Miguel Abreu, Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática. Referiu até o exemplo da Finlândia. Lá como cá, a escolaridade é obrigatória e é para todos – o que é uma conquista civilizacional de que não devemos abdicar. Simplesmente, para evitar a massificação e a consequente degradação do nível de exigência, há uma diferenciação logo no ensino secundário, consoante o nível dos diversos alunos. Talvez esteja, aqui, de facto, a saída para esse ciclo vicioso que tem levado à progressiva degradação do nível de exigência…
P.S.: Os parabéns à moderadora, Ana Alice Simões, e aos quatro oradores, por este debate que teve momentos muito animados. Ou não se tivesse discutido também, com intervenções de várias pessoas da assistência, o Acordo Ortográfico, um tema que suscita sempre as maiores paixões…
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