Sempre traziam uma criança ricamente, vestida a quem chamavam “O Imperador”.
Os vigários das paróquias recebiam o menino e os pedintes com água benta e, depois, conduziam a criança para dentro da igreja até a capela – mor onde se sentava numa bela cadeira de espaldar .
Nesta época eram comuns as prisões por dívidas;então o Imperador acompanhado do seu séquito visitava as cadeias e soltava esses presos,sem maiores formalidades;apenas pagavam o que eles deviam.
A festa começava quando palanques eram armados no Largo de Santo Antonio Além do Carmo,seguidos de jantares públicos,além de cantorias,danças e diversões que,não raro,acabavam em desordens.
A confusão era tanta que o Conde de Lavradio,um sujeito de maus bofes,proibiu o furdunço.
Passado algum tempo,a irmandade do Divino Espírito Santo restaurou a figura do Imperador,escolhida entre os meninos ricos da cidade.
No sábado de Aleluia,os irmãos saiam ás ruas pedindo esmolas para a festa,sempre acompanhados de quatro garotos vestidos de branco com enfeites encarnados,usando chapéus de palha com a copa coberta de algodão.Dois deles tocavam pandeiros,outro tocava tambor e o último levava uma bandeira.
Os meninos cantavam essa trova:
Aleluia Virgem Santa,
recobrai doce alegria,
Cristo já ressuscitou
que glória teve Maria!
Saindo do Santo Antonio iam á igreja de Nazaré onde cantavam a saudação:
Deus vos salve ,santa casa
Deus vos salve,sacrário bento;
onde está bem colocado
o Santíssimo Sacramento.
Ainda hoje temos a Festa do Divino;mas,não com a mesma pompa e alegria.
Essa e outras histórias de antigamente estão no meu novo livro "A Bahia de Outrora".
Sem comentários:
Enviar um comentário