A decisão também levou à suspensão da licença ambiental do projecto hidroeléctrico.
A notícia motivou manifestações de contentamento por parte de índios, ecologistas e figuras de Hollywood como o realizador de "Avatar", James Cameron, e a actriz Sigourney Weaver.
Já em 1989, o cantor Sting tinha protestado contra o mesmo projecto, na companhia de índios, iniciativa que então persuadiu os credores internacionais a não financiarem a barragem, quando o Brasil estava com uma dívida externa elevada.
Hoje, porém, o Brasil tem reservas de 240 mil milhões de dólares (177 mil milhões de euros) e uma economia pujante que não precisa de financiamento externo para pagar o orçamento de 11 mil milhões de dólares da barragem de Belo Monte.
O director executivo do Observatório da Amazónia, Atossa Soltani, afirmou que os grupos ambientalistas e os índios da Amazónia "estão incrivelmente reforçados por esta decisão e renovaram a esperança, se bem que ninguém é ingénuo".
"Todos reconhecem que no Brasil uma decisão destas pode ser alterada rapidamente e que ainda não ganharam a batalha", justificou.
Mais assertivo, Christopher Garman, analista da América Latina do Grupo Eurásia em Washington, previu que a crescente condenação internacional não reverterá a perspectiva dos dirigentes políticos brasileiros, que consideram a barragem essencial ao fornecimento de energia de fonte renovável. "A barragem vai ser feita. É uma questão de quando", adiantou Garman.
O Brasil tem uma rede eléctrica frágil e no ano passado sofreu um blackout em parte substancial do seu território.
Prevê-se que a barragem de Belo Monte forneça seis por cento da electricidade consumida no Brasil em 2014, ano em que o país acolherá o Campeonato Mundial de Futebol e dois anos antes de o Rio de Janeiro receber os Jogos Olímpicos.
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