O convite foi hoje endereçado pelo ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Aristides Ocante da Silva, que se encontra em Luanda para a assinatura de uma acordo de cooperação no domínio da defesa com Angola.
O governante guineense no seu discurso de abertura das conversações oficiais entre os Ministérios da Defesa dos dois países passou em revista a situação político-militar da Guiné-Bissau, que muito recentemente foi palco de uma nova alegada tentativa de golpe de Estado.
“Aproveitaria para convidar Angola a participar dessa importante reunião, tendo em conta o importante papel que tem desempenhado nesse processo e como membro do comité de pilotagem que Angola é”, afirmou Aristides Ocante da Silva.
Por seu lado, o ministro angolano da Defesa, Cândido Pereira Van-Dúnen, disse que a visita do seu homólogo ocorre numa altura em que a Guiné-Bissau atravessa um momento "particularmente difícil", com as autoridades a procurar desenvolver e a congregar esforços para inverter a situação do país.
"Perante o cenário actual, a criação de condições sólidas para uma segurança duradoura, constitui uma premissa incontornável no sentido de repor a Guiné-Bissau no rumo do desenvolvimento sustentável, para a construção do bem-estar das populações", disse.
Cândido Pereira Van-Dúnem disse acreditar que o acordo que vai ser assinado, que se consusbstancia no treino e formação de quadros militares guineenses, vai contribuir significativamente para "assegurar a paz, a liberdade, a soberania, a independência e unidade nacional, a integridade do território, o desenvolvimento normal das tarefas do Estado e o pleno funcionamento das instituições democráticas".
Segundo o ministro da Defesa da Guiné-Bissau, o Governo guineense tem em preparação a reforma do seu sector da defesa e segurança, que prevê a desmobilização e recrutamento de tropas, a formação e instrução militar, a integração e reinserção dos militares e dos combatentes da liberdade da pátria e o apoio institucional.
Aristides Ocante da Silva fez referência à preparação de uma mesa redonda global sobre questões de desenvolvimento, que viria a completar as estratégias e os programas da reforma do sector de defesa.
O ministro guineense disse serem sete as estratégias e programas que consistem no redimensionamento e modernização do sector da defesa e segurança, na dignificação dos combatentes da liberdade da pátria e a mobilização de todos os esforços que assegurem a participação das forças armadas da Guiné-Bissau no processo de consolidação da paz e segurança sub-regional.
Sobre a situação socioeconómica da Guiné-Bissau, o ministro revelou que está em curso um processo de estabilização económica e financeira, com a retoma progressiva da confiança da comunidade internacional na estabilidade política, nomeadamente com a implementação de medidas de fiscalização económico-financeira.
Do pacote de medidas fazem parte a contenção das despesas, um maior controlo e fiscalização das receitas, a instituição da figura do controlador financeiro, os esforços visando o cumprimento dos compromissos com o sector bancário e empresarial, o estado avançado dos preparativos da reforma dos sectores da defesa, segurança, justiça e administração pública.
“O que permitiria atingir o ponto de conclusão, no quadro da iniciativa de redução da dívida dos países pobres altamente endividados do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, no âmbito do qual a Guiné-Bissau veria 70 por cento da sua dívida externa ser reduzida”, salientou o governante guineense.
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