Brasília completa 50 anos com uma bonita história de ativa e exemplar Cidadania.
Em três anos, antes de 1960, os pioneiros fizeram uma cidade monumental, reconhecida pela ONU por sua concepção arquitetônica e urbanística como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Após 1960, em 50 anos, Brasília foi ocupada, transformou-se na capital de todos os brasileiros e promoveu a interiorização do Brasil, a partir das suas vibrantes cidades-satélites, formando o Distrito Federal. Pronta a cidade, era preciso construir sua cidadania. Assim,
o povo de Brasília e de todo o DF lutou pelo direito de voto e ganhou suas instituições políticas. Só falta a eleição de prefeitos e vereadores, como existe em todas as cidades do Brasil. Cassaram nosso direito de voto municipal sem consultar a cidadania do DF.
Na Constituinte, criaram a esdrúxula Câmara Legislativa, com os estranhos deputados distritais, que não são vereadores, por isso não cuidando dos bairros, nem deputados estaduais, por isso não cuidando das cidades e das regiões. No vácuo político, a instituição foi tomada por corporações. Um equívoco da Constituinte que deturpou nossa representação política.
Ao completar seus cinqüenta anos, Brasília assiste à finalização de um novo prédio, em pleno Eixo Monumental, ao lado do Memorial JK, defronte ao Palácio do Buriti, erigido para abrigar a representação política de sua orgulhosa e ativa cidadania distrital. Uma obra cara, mas linda, um novo palácio. Um presente a ser inaugurado por ocasião do 21 de abril que define os 50 anos de Brasília; por isso o prédio já é popularmente chamado de “Cinquentão”.
Cérebro das altas decisões nacionais, como assim a quis seu fundador, Juscelino Kubitschek, Brasília reflete: quem merece tão caro presente? Será que a representação política que temos é a que queremos? É muito oportuno e necessário refletir no momento em que a corrupção tomou o GDF e a Câmara Legislativa do DF, com o risco de haver desmoralizante intervenção federal, mostrando que está na hora de mudar a prática dos nossos políticos.
Sem dúvida, a cidadania de Brasília e do DF, que pagou a conta do Cinquentão, merece o presente. E é a cidadania que deve e pode dizer o que o Cinquentão vai abrigar.
Incomodados e até envergonhados, Brasília e seu núcleo protetor, o Distrito Federal, vão dar mais um exemplo ao Brasil. Depois de construir Brasília, admirada em todo o mundo, depois de conquistar o direito do voto, do qual não abre mão, o povo do DF toma posição.
Dona do Cinquentão, a cidadania quer que ele abrigue um CESPEC – Centro de Estudos e Prática da Ética e da Cultura, instituição que definirá, também fiscalizando, o que seus cidadãos exigem, na conduta de seus representantes políticos, distritais e federais: a estrita observância da Ética, obedecendo aos princípios constitucionais de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência no trato com o patrimônio público do Distrito Federal.
Assim, mais uma vez, o povo de Brasília e do Distrito Federal mostra a todo o Brasil que continua cumprindo a sagrada missão de realizar, neste Planalto Central, a obra maior da Nação Brasileira: não só concretizar uma nova forma de fazer uma cidade, mas, também, começar uma nova forma de fazer cidadania. É para isso que vai ocupar o Cinquentão!
Parabéns, povo de todo o DF pelos 50 anos de Brasília! Parabéns, povo brasileiro!
Brasília-DF, em 25 de março de 2010.
MOVIMENTO em prol de uma destinação cidadã para o CINQUENTÃO.
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